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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 1 - Potencialidades das Etnografias da/na Saúde

12124 - LIMITES E POTENCIALIDADES DA ‘CONVERSÃO’ DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE À IMAGINAÇÃO ANTROPOLÓGICA
RUTH HELENA DE SOUZA BRITTO FERREIRA DE CARVALHO - UNIAN


Apresentação/Introdução
Esta proposta consiste em problematizar a adoção de perspectiva antropológica em investigações realizadas por profissionais de saúde que realizaram pesquisas de observação participante e adotaram a escrita etnográfica como recurso para analisarem seus próprios ambientes de trabalho. Neste artigo serão analisadas quatro dissertações de estudantes de mestrado profissional com ênfase em ensino e saúde, bem como seus produtos: materiais educativos voltados para o ensino não-formal.
Pretende-se discutir a tensão entre o deslocamento epistemológico proporcionado pela ‘conversão’ à abordagem antropológica e a apropriação de um instrumental analítico que permitiu a tais sujeitos desde uma elaboração crítica da relação entre sujeito e objeto de conhecimento, até uma reflexão sobre sua prática profissional. Como resultado, seus trabalhos revelam o processo de descentramento (mais ou menos bem sucedido) proporcionado pela observação participante, no sentido de produzir um estranhamento do “familiar”, bem como o esforço de tradução do ponto de vista dos “outros” (alunos ou usuários de serviços de saúde) para seus pares.



Objetivos
A partir de minha experiência como orientadora busco analisar o processo de construção do objeto, da coleta de dados, sua análise e escrita, realizado por profissionais de saúde.
Os riscos estavam relacionados à exiguidade do tempo e à própria disposição de tais estudantes de assumirem sua condição de nativos em suas pesquisas. As vantagens pareciam promissoras, sobretudo no que diz respeito à possibilidade de romper com uma visão normativa e naturalizada de suas realidades laborais e buscar a compreensão do “outro” em seus próprios termos.



Metodologia
O ponto de partida para discussão da observação participante foi a retomada da idéia de que este instrumento, antes de ser apropriado como uma técnica profissional, consistiu numa forma de subjetividade em que a observação e a reflexão sobre si e sobre um complexo sistema de relações produziam uma construção narrativa. Clifford (1998) denominou “subjetividade etnográfica” uma atitude definida como “condição de descentramento num mundo de distintos sistemas de significado, uma situação de estar na cultura e ao mesmo tempo olhar a cultura ...”. (:101). Se o enfrentamento da discussão teórica demandou empenho considerável, a pesquisa de campo lhes exigiu ainda mais. Em primeiro lugar, porque não é uma tarefa fácil administrar sua subjetividade, mantendo-se ao mesmo tempo próximo e distante do grupo estudado (Víctora, Knauth, Hassen 2002). Em segundo lugar, porque esta empreitada torna-se ainda mais difícil quando o pesquisador é iniciante e estuda seu próprio grupo de pertença.



Discussão e Resultados
Os trabalhos de pesquisa empreendidos pelos profissionais de saúde analisados tinham como característica, além do esforço de apropriação de nova perspectiva teórica, a exigência de estranhamento do que lhes era familiar. Ao longo do desenrolar de pesquisas, foi possível perceber mudanças em suas percepções, no sentido de realizar um estranhamento, que possibilitou suas pesquisas. Para além de suas duplas inserções no campo, como profissionais e integrantes do grupo analisado, as relações de poder entre sujeitos e objetos de pesquisa eram, na maioria dos casos, desiguais, pois tratavam das relações entre profissionais e usuários e/ou alunos, sendo apenas em um dos casos relações mais igualitárias, posto que estabelecidas entre profissionais.
Dentre os resultados encontrados foi possível perceber o processo de relativização de tais profissionais acerca de suas práticas assistenciais, bem como uma certa possibilidade de compreender outros pontos de vistas e de pensar reflexivamente sobre as relações de poder presentes em seu cotidiano laboral.



Conclusões/Considerações Finais
A ampliação do uso de métodos de investigação antropológicos possibilitou o descentramento de profissionais, cuja formação voltada para o cuidado apresentam uma pratica bastante interventora. Olhar sua própria realidade de modo mais distanciado, possibilita a ampliação do dialogo entre tais sujeitos.


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