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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 31 - Educação Popular e Pesquisa em Saúde

12144 - DAS COXIAS PARA O PALCO: A PESQUISA COM MULHERES COORDENADORAS, NOS GRUPOS DE CONVIVÊNCIA DE IDOSOS COMO INSTRUMENTO DE EMPODERAMENTO NAS POLÍTICAS DE SAÚDE.
GEISA MARIA EMILIA LIMA MOREIRA - PUC MINAS, ELISABETH FROOLICH MERCADANTE - PUC SP


Apresentação/Introdução
O aumento da população idosa no Brasil, traz grandes desafios para o sistema de saúde, no que diz respeito à sua integralidade, e ao exercício da participação democrática na construção da política e na implantação dos serviços dirigidos à população. No caso das pessoas idosas, em sua maioria, incluídas no rol de pessoas cujos direitos fundamentais, não foram garantidos efetivamente, isso é mais complexo e requer pesquisas implicadas em saberes no qual os pesquisados sejam protagonistas na produção do conhecimento.
A pesquisa de mestrado realizada com mulheres coordenadoras de grupos de idosos em Belo horizonte, apresenta suas falas sobre as políticas, programas e serviços de atenção à saúde da pessoa idosa, na atenção primária, bem como críticas e contribuições trazidas por elas às formas de participação que se configuraram nos conselhos locais de saúde de Belo Horizonte.
Discute a metodologia (pesquisa etnográfica de descrição densa, e a pesquisa-ação) e o referencial teórico da pesquisa, (antropologia hermenêutica, psicologia sócio histórica, e educação popular de Freire), e sua implicação como instrumento de empoderamento das coordenadoras nos espaços de participação.



Objetivos
Discutir o lugar do saber popular e do saber acadêmico na produção da ciência a partir da interpretação das idosas e da interpretação de segunda mão da pesquisadora, a luz do referencial teórico e metodológico da pesquisa.
Discutir a não neutralidade da ciência e a implicação dos instrumentos de pesquisa na produção de saberes sobre, saberes para; e saberes com.
Apresentar as principais falas das idosas sobre às políticas, programas e serviços de saúde e sobre sua participação nos conselhos locais de saúde.
Discutir o saber construído com as idosas e abrir o diálogo com outros pesquisadores.



Metodologia
A metodologia foi proposta com base na pesquisa qualitativa de cunho exploratório, baseada na antropologia hermenêutica-modelo etnográfico de descrição densa de Cliffort Gerrtz, utilizada na primeira parte da pesquisa, mas se converteu numa bricolagem entre a descrição densa, a metodologia de educação popular de Paulo Freire, e a pesquisa-ação.
Na primeira fase os instrumentos de pesquisa utilizados foram: a observação em campo, rodas de conversa, oficinas de saberes em saúde, círculos de cultura, entrevistas de profundidade. E na segunda fase (pesquisa-ação) , o encontro entre coordenadores e representantes da frente parlamentar do idoso na câmara e na assembleia legislativa
O público alvo se compôs de 10 coordenadoras de grupos, com idade de 60 a 92 anos, frequentadoras das unidades básicas do SUS. No encontro de coordenadores participaram mais de 100 coordenadoras de grupos. Foram consideradas na pesquisa as falas das 10 coordenadoras indicadas inicialmente.



Discussão e Resultados
As idosas apontam a necessidade de mudanças na administração das políticas e serviços de saúde, uma vez que vários deles se perdem sem a continuidade necessária. “muda o governo e muda tudo nos serviços básicos”,
reclamam do fluxo de serviços, e da desinformação na rede: “a gente é mandado de um lado pro outro, e ninguém sabe informar nada.”
Reclamam da falta de medicamentos e insumos de higiene como Fraldas geriátricas e luvas descartáveis para os idosos com incontinências, nas UBS;
lutam por serviços de prevenção de D.S.T/AIDS na velhice. “...afinal, idoso também faz sexo”; e pela assistência à saúde mental do velho, nos grupos de convivência, nos CAPS, específico para idosos; e nas UBS;
sobre a participação na política e nos conselhos de saúde, dizem que, apesar de participarem, não se sentem escutadas, e são consideradas por vários técnicos, como peças de museu;
Afirmam que “as coisas lá já vêm prontas de cima, só para levantar a mão e confirmar” por isso lutam também pela educação. “Com tanto estatuto e lei para entender, sem escola, que ironia, como é que vamos nos defender. Com educação, cidadania e dignidade podemos ter, sem esse direito, participar é só “pra inglês ver”.



Conclusões/Considerações Finais
• Na interpretação de segunda mão da pesquisadora, a participação de mulheres idosas nas políticas e serviços de saúde fortaleceu as práticas emancipadoras em saúde coletiva e fomentou a dialogicidade e a tradução de saberes sobre saúde transmitidos intergeracionalmente. O desafio que se evidenciou foi a qualificação profissional, para a tradução dos saberes técnicos e dos saberes populares, na democratização dos saberes sobre saúde.

• Os instrumentos de pesquisa e produção do saber sobre saúde imprimem um caráter de dominação ou de produção de poder e devem ser numa perspectiva ética e êmica;

• O direito à saúde estabelece interdependência com outros direitos humanos cuja garantia é condição sine-qua-non para a efetivação do direito à saúde na velhice. Neste caso, a educação da pessoa idosa, os grupos de convivência, e a própria pesquisa, foram apontados como instrumentos na potencialização das mulheres idosas, e na prevenção da institucionalização e dos agravos à saúde.


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