GT Ampliando Linguagens
Coordenadores: Mônica Nunes (UFBA,
Roseni Pinheiro (UERJ), Tatiana Engel Gerhardt (UFRGS)
A Comissão de Ciências Sociais e Humanas
em Saúde ao se sentir convocada a pensar novas formas de produção
do conhecimento que evoquem o reconhecimento ético-moral dos direitos
emancipatórios pautado pela alteridade dos sujeitos, inova, assim, sua
programação ao buscar olhares sensíveis que captam a essência
dos espaços de vida e que contribuem para uma escrita densa e sensível
sobre os modos de “ser sociedade”, onde a abertura para a relação
com o outro e para a compreensão do seu ponto de vista, imersa na alteridade,
seja capaz de implicar em constante reflexividade ética e de produzir
diferentes linguagens sobre os inúmeros contornos da vida.
Nossas reflexões sobre as repercussões
da produção do conhecimento na sociedade partem do compromisso
de que não se faz ciência apenas com nossos pares na Academia,
mas também, e principalmente, com a sociedade sem a qual a ciência
perderia seu sentido e essência. Assim, precisamos criar movimentos entre
as formas de conhecermos e compreendermos o mundo em que vivemos e o lugar que
nele ocupamos estabelecendo pontes de ligação entre as diferentes
formas de produção do conhecimento e de sua capacidade de comunicação.
Reconhece-se assim a necessidade do campo da Saúde Coletiva de considerar
e se apropriar da multiplicidade dos gêneros discursivos nas suas práticas
de pesquisa, de produzir outros movimentos possibilitando igualmente uma melhor
devolução à sociedade daquilo que a ciência produz,
assim como potencializar a comunicação e visibilidade, no campo
científico, das experiências dos indivíduos no que diz respeito
a sua saúde.
Essa tentativa se configura no desenvolvimento de um
espaço, no formato de Grupo de Trabalho (GT) transversal às atividades
clássicas de um congresso, espaço denominado Ampliando Linguagens.
Esse GT é destinado à apresentação de múltiplas
práticas e reflexões teóricas em Saúde Coletiva
que se formulem e se expressem em linguagens mais artísticas e menos
convencionais no campo científico e acadêmico, que expressem reflexões
sobre as fronteiras do conhecimento. Trata-se de um movimento de dialogicidade,
cuja natureza transdisciplinar, permite acolher expressões clássicas
e contemporâneas que singularizam e põem em relação
corpo, natureza e símbolos, visibilizando fronteiras entre as experiências
simbólicas e as experiências racionais voltadas para o cuidado
de si e do outro.
Parte-se do pressuposto de que essas linguagens expressas
por intermédio de imagens, da musica, da literatura, do desenho, do teatro,
dentre outras, permitem alargar a capacidade comunicativa e atingir as pessoas
através do envolvimento de múltiplos sentidos na apreensão
e na leitura do mundo e do Outro, propondo experiências de desestabilização
de visões pré-concebidas, desafiando produções normativas
estanques e propondo análises críticas com eficácia poética.
Entendemos que a linguagem artística convoca o sujeito a um vir-a-ser.
Nesse sentido, temas como desigualdades, injustiças,
racismos, formas de controle, dominação e outros; mas também
avanços democráticos, boas práticas de saúde, construções
do bem comum e formas de resistência e esperança serão os
eixos de configurações possíveis de outras palavras em
ato. Delinear caminhos ou atalhos possíveis na direção
de transformações de um pensar agindo reflexivamente sobre vida,
ciência e cultura. Outras palavras para traduzir o mundo em desalinho,
as perplexidades, o chacoalhar das utopias.
MODALIDADES:
- Artes visuais (fotografia, cinema e vídeo)
- Artes Cênicas e Literatura (teatro, sarau)
- Artes plásticas
- Expressão vocal, instrumental e corpo/dança
- Outras (especificar)
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