Grupos Temáticos
01. |
Etnografias
da/na saúde: experiências, aportes e dilemas |
02. |
Processos
Migratórios e Saúde: Perspectivas Interdisciplinares |
03. |
Justiça
e transformação social na área da saúde |
04. |
Direito humano
à saúde |
05. |
Saúde
nas Prisões: abordagens qualitativas |
06. |
Racionalidades
Médicas e Práticas Integrativas e Complementares |
07. |
Ciências
Sociais e marcadores sociais da diferença na formação
em Saúde: desafios do ensino, pesquisa e extensão |
08. |
Ciências
Sociais e Humanas em saúde e os adoecimentos de longa duração |
09. |
Práticas
Integrativas de Saúde, Promoção e Modo de Vida Saudável |
10. |
O pensamento
crítico e a educação emancipatória na formAÇÃO
dos trabalhadores de saúde mediada pelas Tecnologias Digitais de Informação
e Comunicação (TDIC) |
11. |
Saúde
e cuidado parental-infantil: desafios e perspectivas interdisciplinares |
12. |
Análise
Institucional e Saúde Coletiva |
13. |
Deficiência
e Políticas Públicas |
14. |
Políticas,
Subjetividades e DST/HIV/AIDS |
15. |
O desafio
das arenas transepistêmicas ampliadas: por uma nova epistemologia social. |
16. |
Políticas
do corpo e do cuidado: corporeidade, diversidade sociocultural e as práticas
de saúde |
17. |
Itinerários
Terapêuticos nas múltiplas dimensões e os desafios para
a integralidade em saúde |
18. |
SAÚDE
COLETIVA E DIREITOS HUMANOS |
19. |
Concepções
sobre o ‘social’ e sua incorporação nas políticas
sociais e de saúde hoje |
20. |
Contracepção,
aborto e saúde |
21. |
INTERNET
E SAÚDE |
22. |
Ativismos
interseccionais em gênero, sexualidade e saúde |
23. |
Atenção básica e os desafios ético-políticos para intervenções emancipadoras |
24. |
Ética
em pesquisa: desafios da pesquisa social em saúde para o atual sistema
de revisão ética |
25. |
Saúde
e Mídia |
26. |
Lugares,
perspectivas e saberes: dialogando entre práticas emancipatórias
em saúde |
27. |
Ciências
Humanas e Sociais em Alimentação, Nutrição e Saúde |
28. |
Saúde,
Produção e Trabalho |
29. |
Modos de
vida, Vulnerabilidade e Proteção social: ênfase no recorte
étnico-racial e/ou geracional |
30. |
Educação
Popular na Formação em Saúde |
31. |
Saberes,
sabedorias e práticas populares de saúde: pesquisa e construção
compartilhada de conhecimentos |
32. |
Minorias
étnicas, práticas em saúde e interculturalidade |
33. |
SAÚDE
DA POPULAÇÃO NEGRA |
34. |
ÉTICA,
SAÚDE, TRABALHO E AMBIENTE NO AGRONEGÓCIO |
35. |
DEMOCRACIA,
ALTERIDADE E LIBERDADE: NOVAS PERSPECTIVAS EM SAÚDE DE MENTAL |
36. |
Ensino, Serviço e Comunidade: o agir em saúde de forma integrada e compartilhada |
37. |
Narrativas de práticas de pesquisa qualitativa no campo da Saúde Bucal Coletiva |
39. |
Modos de Vida, Violência Estrutural, Interculturalidade e Cuidado em Saúde: Minorias Étnico-Raciais e Grupos Vulneráveis |
40. |
Desafios para uma Nova Epistemologia Social: Marcadores Sociais da Diferença, Formação em Saúde e Arenas Transepistêmicas Ampliadas |
41. |
Gênero, Sexualidade, Aborto: Ativismos e Desafios Ético-Político |
1. Etnografias da/na saúde:
experiências, aportes e dilemas
Com o crescimento dos programas de pós-graduação nas últimas
décadas e mais recentemente de graduação em Saúde
Coletiva, assiste-se a uma expansão dos usos ou enunciados de pesquisas
etnográficas, evidenciando-se uma tendência crescente de incorporação
do método etnográfico em estudos da área. Justificativa:
Em virtude desse campo ser composto pelas Ciências Sociais e Humanas em
Saúde, nada mais esperado que investigações de cunho qualitativo
passem a ganhar destaque e desenhos mais profundos em termos de teoria e investimento
de campo. Essa situação tem demonstrado a importância de
se refletir sobre a saúde a partir da miudeza e do detalhe, escapando
de leituras macro-quantitativas, posto que se faz necessário pensar sobre
emoções, itinerários terapêuticos, conformações
de grupos, ativismos, saberes e fazeres contra-hegemônicos. Se esse tem
sido um movimento notadamente importante, de outra parte, preocupa-nos o risco
de uma incorporação inadequada do método, ou seja, uma
apropriação abrupta e inconsistente da prática da etnografia
e de sua densidade teórica. Objetivos: Dessa forma, para pensar sobre
esse fenômeno, este GT espera trabalhos que apontem para o potencial da
etnografia na/em saúde, que pensem a saúde/doença de forma
situada, bem como sobre os dilemas vividos em/de campo, no interior dos próprios
cursos de saúde e na realização teórica e prática
da pesquisa.
Coordenadores: Rosamaria Carneiro (UNB); Eunice Nakamura (UNIFESP); Silvia Guimaraes
(UNB)
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2. Processos
Migratórios e Saúde: Perspectivas Interdisciplinares
Atualmente, os fluxos migratórios internacionais constituem mudanças
sociopolíticas e econômicas, com repercussões globais e
locais. Tais fluxos internacionais respondem às demandas "temporárias"
por força de trabalho e aos deslocamentos de grupos de pessoas expulsas
de seus países de origem devido a fatores ambientais, econômicos
e/ou políticos. No contexto atual das migrações internacionais,
o Brasil tornou-se um local de atração e recepção
de imigrantes dos países que compõem suas linhas de fronteira
com os países latino-americanos, e, mais recentemente, imigrantes e refugiados
de países africanos e da América Central. A maioria desses imigrantes
desloca-se de seus países de origem e um grande contingente dos mesmos
passa a fazer parte de uma economia informal nos países receptores, estabelecendo-se
e concentrando-se em áreas precárias, ou em condições
de moradias insatisfatórias nos grandes centros urbanos brasileiros e
nas cidades de porte médio, também. Esta dinâmica de inserção
laboral é determinada, fundamentalmente, pela escassez de recursos materiais
e de capacidade de ação política de que dispõem
estes grupos. Consideramos necessário abordar os processos de violência
estrutural existentes em centros urbanos receptores de imigrantes e a sua relação
com diferentes processos de adoecimento sofridos por esses indivíduos,
cujos estilos de vida, trabalho e moradia são marcados por situações
concretas de riscos à saúde. Nossas observações
e levantamentos bibliográficos indicam a existência de uma relativa
escassez de pesquisas sobre o assunto produzidas pelas disciplinas que formam
o campo da Saúde Coletiva. É necessário produzir contribuições
inovadoras sobre os processos migratórios internacionais contemporâneos
e da saúde destes grupos no Brasil. Este GT tem como objetivo discutir
questões de migração e saúde no contexto brasileiro
e contribuir para a construção de políticas de saúde
pública focada na prevenção. Com esse fim, convidamos os
pesquisadores do campo da Saúde Coletiva e das Ciências Sociais
para apresentarem seus trabalhos.
Coordenadores: Regina Yoshie Matsue (UNOCHAPECO/UNIFESP); Ana Paula Muraro;
Tatiane Barbosa (UNISANTOS)
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3. Justiça
e transformação social na área da saúde
Diversas questões de saúde coletiva passam por discussões
teóricas sobre justiça. Entretanto, muitas dessas discussões
estão restritas ao problema orçamentário, normalmente atreladas
a teorias utilitaristas. Dentro do campo da Saúde Coletiva, algumas teorias
de justiça contemporâneas vêm sendo utilizadas nas análises
de problemas éticos no campo da saúde, tendo o entendimento de
justiça em sua perspectiva moral e política para análises
de políticas, ações e contextos no sentido de uma transformação
social e ética. Este GT visa propiciar um espaço de debate em
torno da tríade bioética – justiça social –
saúde, de forma que sejam refletidos os diversos temas relacionados,
à luz de uma perspectiva de justiça. . Tal proposta justifica
sua relevância pelo contexto atual, em que as situações
de violência relacionadas a preconceitos, discriminação,
sexismo, racismo institucional e abuso de poder relacionados a diferentes traços
identificatórios tais como raça, identidade de gênero, opção
sexual, religião, acessibilidade entre outros, estão cada vez
mais evidentes, tanto no SUS quanto na formação universitária
do profissional de saúde. São incluídos também,
neste GT, aspectos relacionados à saúde e ao meio-ambiente, considerando-se
os denominados “acidentes ambientais” e a necessidade de se refletir
sobre eles pelas lentes da justiça social. Serão bem vindos trabalhos
teóricos ou empíricos, incluídos em eixos temáticos
tais como: 1. Formação do profissional de saúde e justiça
social - sobre violência, assédios, preconceitos e abuso de poder
nas relações professor-estudante-usuário e entre estudantes;
2. O trabalho em saúde, justiça com equidade e transformação
social – sobre discriminação, assédios, preconceitos
e abusos de poder intraequipe e na assistência aos usuários; 3.
Políticas públicas em saúde e justiça social na
formação, no trabalho, na sociedade e no meio-ambiente; 4. Acidentes
ambientais e perspectivas abrangentes de justiça. Outros temas relacionados
poderão ser considerados.
Coordenadores: Michelle Cecille Bandeira Teixeira (UFRJ); Cristiane Maria Amorim
Costa (UERJ); José Sergio Duarte da Fonseca (Universidade Federal do
Piauí)
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4. Direito
humano à saúde
O GT visa analisar criticamente um conjunto de sentidos e conteúdos atribuídos
ao direito à saúde como um direito humano, buscando identificar
nexos constituintes do processo de efetivação deste direito pelas
diversas instituições jurídicas, políticas e sociais.
Considerando a relevância desta temática para a área da
política, planejamento e administração em saúde,
estima-se examinar os conflitos, pactos e negociações que subjazem
à garantia do direito humano à saúde, no sentido de refletir
sobre seus elementos constituintes, instrumentos institucionais de efetivação,
argumentos de ampliação, etc. Os objetivos são os seguintes:
a) discutir os desafios institucionais e culturais de efetivação
do direito à saúde; b) analisar o direito à saúde
de maneira interdisciplinar e comparativa, com foco no reconhecimento de direitos;
c) estudar os limites e desafios das instituições jurídicas
em saúde; d) conhecer e analisar as diferentes perspectivas da saúde
pública e privada e estabelecer convergências e divergências
no que concerne ao direito humano à saúde. O GT tem como justificativa
a necessidade de serem desenvolvidos novos aportes e referenciais teóricos
e empíricos para a reflexão, análise e pesquisa do direito
à saúde como um direito humano no Brasil, com foco na interação
entre as instituições estatais e a sociedade civil. A relação
com o tema geral do Congresso é direta, tendo em vista a abertura que
o GT possui em relação à diversidade e à alteridade
como elementos indissociáveis do reconhecimento de demandas em saúde.
O pensamento crítico passa a ser o elemento-motor de desnaturalização
de certas práticas e modelos de saúde vigentes em prol da reconstrução
do direito à saúde orientado pela integralidade e pelas práticas
democráticas.
Coordenadores: Felipe Asensi (IMS/UERJ); Roseni Pinheiro (IMS/UERJ); Juliana
Lofego (UFAC)
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5. Saúde
nas Prisões: abordagens qualitativas
Em continuidade com o grupo de trabalho de mesmo título desenvolvido
no VI CBCSHS, procuraremos reunir pesquisas, avaliações de programa
e análises de políticas sobre a atenção e a gestão
em saúde no sistema prisional, em especial aquelas cujo enfoque incorpore
entrevistas em profundidade, observação participante, grupos focais
e outras metodologias qualitativas ao seu desenho. Relatos de experiência,
ensaios e narrativas das pessoas que estiveram em situação de
privação de liberdade, seus visitantes e custodiadores nos estabelecimentos
penais (como familiares e agentes penitenciários, por exemplo) também
serão bem-vindos, sejam eles pesquisadores ou não, já que
ainda predominam estudos quantitativos na área de saúde penitenciária
e buscamos dar visibilidade justamente a outras modalidades de investigação
sobre as condições de saúde da população
carcerária. No contexto nacional da recente promulgação
da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional, torna-se ainda mais
relevante um espaço de interlocução sobre a saúde
dessa parcela da população brasileira vulnerabilizada por viver,
conviver ou ocupar-se com o cárcere. Em âmbito internacional, o
encarceramento em massa na América da passagem entre os séculos
XX e XXI tem como único paralelo histórico a grande internação
na Europa século XVII segundo o sociólogo David Garland, sendo
que o Brasil encontra-se entre os quatro países que mais aprisionam no
mundo e é o único entre eles que mantem sua taxa de aprisionamento
crescente segundo o último levantamento do Sistema Integrado de Informações
Penitenciárias. Não é preciso dizer o quanto os agravos
decorrentes do confinamento tornam-se centrais na agenda de um campo da saúde
coletiva comprometido com a universalização do acesso às
ações e serviços de saúde e com a abordagem histórica,
política e social desse fenômeno.
Coordenadores: Martinho Braga Batista e Silva (IMS/UERJ)/ Cristiane Paulin Simon
(UFTM); Mariana de Medeiros e Albuquerque Barcinski (PUC-RS)
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6.
Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares
(PNPIC) preconiza a presença das Racionalidades Médicas (RM) não
convencionais e Práticas Integrativas e Complementares (PIC) no SUS,
porém elas são pouco utilizadas em muitos serviços, porque
na atual conjuntura o sistema de saúde brasileiro é orientado,
quase exclusivamente, pelo modelo biomédico. Nas últimas décadas
há um crescente aumento de interesse tanto das populações
como das instituições de saúde sobre esse conjunto de práticas,
saberes e técnicas, porém para ampliar sua presença é
necessário difundi-las nos diferentes espaços do SUS. O objetivo
do GT é organizar atividades orientadas para o desenvolvimento do pensamento
crítico, emancipatório e integrativo das diferentes RM-PIC no
processo de cuidado e cura na contemporaneidade no SUS. Para isso, convidamos
membros da comunidade acadêmica (professores, pesquisadores e estudantes)
e não acadêmica (usuários, profissionais de saúde
e gestores de serviços) a submeterem resultados de investigações
sobre diferentes temáticas, bem como distintos arcabouços teórico-conceituais
e metodológicos do campo das ciências sociais e humanas em saúde.
É esperado um amplo espectro de análises críticas e reflexões
problematizadoras sobre, entre outros temas: os alcances e desafios do trabalho
com as RM-PIC na atenção em saúde nos níveis primário,
secundário, terciário e quaternário no SUS; as experiências
inovadoras em relação às práticas de cuidado e outras
práticas desenvolvidas com as RM-PIC no SUS; o ensino das RM-PIC em vários
formatos e para os diversos atores profissionais e não profissionais
do campo da saúde; bem como, com o ensejo da celebração
dos dez anos da PNPIC, convoca-se a comunidade interessada a submeter trabalhos
que problematizem questões como do financiamento, segurança, qualidade
de produtos e serviços, qualificação profissional, inserção
institucional, critérios para avaliação da eficácia
e outros temas relacionados as RM-PIC.
Coordenadores: Nelson Filice de Barros (UNICAMP); Charles D. Tesser (UFSC);
Madel Luz (UFRGS)
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7. Ciências
Sociais e marcadores sociais da diferença na formação em
Saúde: desafios do ensino, pesquisa e extensão
A presença das Ciências Sociais como parte da formação
em Saúde é objeto de debate constante, particularmente a disputa
por sua legitimidade diante de outros conhecimentos e das hierarquizações
entre distintas áreas do saber. Neste GT, propomos considerar a presença
das Ciências Sociais no cotidiano da formação nas várias
carreiras da área de Saúde a partir dos marcadores sociais da
diferença. Toma-se como relevante para a formação e para
a produção de conhecimento e prática em saúde, a
discussão de como gênero, orientação sexual/sexualidade,
raça, etnia, geração, classe social, deficiência
e outros marcadores sociais se interseccionam e produzem distintos modos de
diferenciação de pessoas, grupos, estilos de vida e subjetividades.
Interessa promover o debate sobre como se desenvolvem nas instituições
universitárias – sem desconsiderar impasses, disputas e contradições
– atividades de ensino, pesquisa e extensão em distintas áreas
da saúde que tenham como eixo o interesse em levar em conta as interações
entre múltiplas diversidades e desigualdades produzidas a partir dos
marcadores sociais da diferença. Assume-se que os marcadores se encontram
sempre em correlação e podem ser utilizados para compreensão
de vários fenômenos. Nesse sentido, o debate sobre as Ciências
Sociais na perspectiva dos marcadores sociais da diferença deverá
resultar em subsídios e trocas importantes para qualificação
da formação em Saúde.
Coordenadores: Cristiane Gonçalves da Silva (UNIFESP); Íris Morais
de Araújo (UNIFESP); Deivison Faustino (UNIFESP)
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8. Ciências
Sociais e Humanas em saúde e os adoecimentos de longa duração
A proposição deste Grupo Temático dá continuidade
às discussões feitas em congressos anteriores, dada à magnitude
e importância das enfermidades crônicas, assim designadas pela biomedicina,
no quadro de morbi mortalidade no país. Soma-se a relevância da
incursão das Ciências Sociais e Humanas na sua abordagem, por variadas
perspectivas, e que tem sido objeto de análises de diferentes pesquisadores
e grupos de pesquisa, de modo que reuni-los e proporcionar interlocuções
entre eles é um dos intuitos deste GT. Agregam-se, também, as
discussões sobre as implicações/repercussões destes
adoecimentos nas vidas e nas relações sociais dos sujeitos e de
seu entorno, sempre moldadas por uma complexidade e interconexão entre
elementos físicos, objetivos, subjetivos, intersubjetivos, simbólicos,
morais, relacionais, contextuais e coletivos. Estas enfermidades suscitam, ainda,
considerações sobre as maneiras como são manejados e gerenciados,
cotidianamente, os tratamentos nos contextos das vidas dos adoecidos e nas relações
com o cuidado, assim como são organizados socialmente os diferentes grupos
de adoecidos. É pertinente, também, lembrar que os contextos (sociais,
relacionais, institucionais) impõem mediadores importantes a serem considerados,
à medida que as adversidades podem vulnerabilizar as pessoas, exacerbar
ou amenizar os impactos da enfermidade, antecipar outros adoecimentos, gerando
variados graus e tipos de sofrimentos. São, portanto, reflexões
proporcionadas pelas Ciências Sociais e Humanas na sua interface com a
saúde que podem subsidiar ações socioculturalmente mais
sensíveis e críticas direcionadas às enfermidades de longa
duração que transcorrem em meio às tensões, conflitos
e contrastes da sociedade contemporânea.
Coordenadores: Ana Maria Canesqui (UNICAMP); Reni Aparecida Barsaglini (UFMT);
Lucas Pereira de Melo (UFRN)
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9. Práticas
Integrativas de Saúde, Promoção e Modo de Vida Saudável
Segundo Mistério da Saúde, no âmbito da Atenção
Primária, o NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família)
constitui-se como um dispositivo estratégico para a melhoria da qualidade
da atenção à saúde, uma vez que amplia o escopo
de ações desta área e, por meio do compartilhamento de
saberes, a capacidade resolutiva das equipes. O NASF é composto por uma
equipe com profissionais de diferentes áreas de conhecimento e atua com
os profissionais das equipes de Saúde da Família, compartilhando
e apoiando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade
das equipes. Dentre as ações do NASF, como ferramentas de trabalho
para a promoção da saúde e efetivação do
cuidado destacam-se as ações das Academias da Saúde que
se configuram como estratégia de promoção da saúde
para o enfrentamento das condições crônicas, apoiando e
enriquecendo a conformação das linhas de cuidados, seja por meio
do apoio ao autocuidado, estímulo à convivência e aprendizado
solidário, no sentido do fortalecimento do modo de vida saudável.
As ciências humanas e sociais na saúde têm contribuído
para ampliação do debate no campo da promoção da
saúde e da construção do modo de vida saudável na
perspectiva do indivíduo, família e comunidade bem como a co-responsabilização
desses atores nesse processo. Assim, o objetivo deste GT é discutir as
experiências das Academias da Saúde como estratégias de
co-gestão do cuidado e a integralidade da Rede de Atenção
à Saúde uma vez que estas devem se constituir como espaço
de fomento à convivência, a práticas corporais, à
alimentação saudável, à educação em
saúde, a práticas integrativas e complementares, ao lazer e a
identificação dos modos de vida saudável. Busca-se discutir
também se as Academias da Saúde efetivamente ampliam a resolutividade
na Atenção Básica, favorecendo o convívio solidário
e o protagonismo de grupos sociais na incorporação de uma vida
saudável.
Coordenadores: Priscila Nardes Pause (ESP-MT/SES-MT); Solanyara Maria da Silva
(ESP-MT/SES-MT); Ana Paula Silva de Faria (ESP-MT/SES-MT)
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10. O pensamento
crítico e a educação emancipatória na formAÇÃO
dos trabalhadores de saúde mediada pelas Tecnologias Digitais de Informação
e Comunicação (TDIC)
O objetivo deste GT é compartilhar experiências e propostas
educativas mediadas pelasTDIC, buscando mobilizar diferentes sujeitos e espaços
de pensamento e ação, para o diálogo em torno das distintas
possibilidades de expressão da formAÇÃO dos trabalhadores
da saúde, na perspectiva emancipatória. Em um contexto em que
a mediação tecnológica ganha cada vez mais espaço
nos processos de formação voltada para os trabalhadores, torna-se
imprescindível o debate sobre as perspectivas político-pedagógicas
que subjazem, também, às práticas educativas em saúde,
expressando as relações entre desenvolvimento tecnológico
e inovação pedagógica. Embora a inclusão das tecnologias
esteja permeada por discursos associados à inovação e modernização
das práticas educativas, essa não acontece de forma isolada do
projeto político-pedagógico que a norteia. Assim, torna-se importante
abrir diálogos inter-regionais, interinstitucionais e interdisciplinares
sobre os propósitos que tal inclusão está privilegiando;
o acesso e a concepção de educação que este amplia
e amplifica; e como acolhe e lida com a diversidadecultural presente no nosso
extenso território. Outra questão importante diz respeito ao avanço
das TDIC, que impulsiona, de forma acelerada, a circulação e osdiferentes
níveis de acesso àsinformações. Essa questão
convoca à discussão sobrea potencialidadede o pensamento críticocontribuir
naapropriação das informações, transformando-as
em conhecimento, no âmbito da educação emancipatória.
A relevância deste GT no âmbito da temática deste Congresso
se dá pela dialética relação entre a educação,
o desenvolvimento do pensamento crítico e a emancipação
dos sujeitos, dentre os quais, aqueles que atuam na saúde, pressupondo
que tal relação possa promover a capacidade de reconhecer a existência
e o lugar do outro; manter relações dialógicas que valorizem
e respeitem as diferenças; e construir perspectivas qualificadoras das
relações sociais e da incorporação tecnológica
na mediação dos processos educativos.
Coordenadores: Lucia Maria Dupret Vassallo do Amaral Baptista (ENSP); Tatiana
Wargas Faria Baptista (ENSP); Milta Neide Freire Barron Torrez (ENSP)
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11. Saúde
e cuidado parental-infantil: desafios e perspectivas interdisciplinares
Mudanças sociais e familiares, do processo saúde-adoecimento (como
as doenças crônico-degenerativas, a obesidade infantil, a queda
cobertura vacinal em alguns grupos sociais etc.) e de modos de vida têm
trazido ao cenário de cuidados à saúde materno-infantil
e infanto-juvenil desafios interdisciplinares. Para o desenvolvimento de estratégias
de enfrentamento de problemas de morbidade, mortalidade e melhora da qualidade
de vida dessas populações se faz necessário privilegiar
o cuidado e a escuta parental e infantil, o reconhecimento do outro como uma
alteridade. Pretende-se superar as abordagens que colocam a mulher-mãe
como instrumental ao cuidado infantil, dar visibilidade e incluir o homem-pai
e demais familiares como interlocutores do cuidado parental-infantil na adversidade
frente ao adoecimento. Nessa perspectiva, o Grupo de Trabalho propõe
fomentar e articular experiências de cuidado e a interlocução
entre esses saberes e práticas profissional e parental na atenção
primária, secundária e terciária frente às adversidades
do adoecimento e do cuidado infantil. Propõe-se uma perspectiva de inclusão
de um protagonismo duplo, o cuidado familiar e o cuidado profissional, privilegiando
o diálogo interdisciplinar, a intersubjetividade e reflexões acerca
da interface família, parentalidade, homoparentalidade e cuidado infantil.
Coordenadores: Silvia Regina Viodres Inoue (UNISANTOS); Carolina Luisa Alves
Barbieri (UNISANTOS); Tânia Christiane Ferreira Bispo (UNEB)
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12. Análise
Institucional e Saúde Coletiva
No VI CBCSH em Saúde fizemos a primeira edição deste GT
e gostaríamos de propor novamente, pois a Análise Instituciona/AI
tem se mostrado relevante para refletir sobre o campo teórico/prático
da Saúde Coletiva, em suas dimensões científico-acadêmica
e político-ideológica, tendo em vista os inúmeros desafios
colocados pelo contexto brasileiro, com ênfase nas questões mais
específicas da organização do SUS. Assim, vêm, desde
2000 sendo desenvolvidas, por diferentes pesquisadores, análises de processos
sócio-históricos e atuais, bem como de intervenções
junto a equipes e organizações de saúde, buscando aperfeiçoamento
do atendimento da população, dos pontos de vista profissional,
educacional e institucional. No âmbito da investigação,
tem sido priorizado o desenvolvimento de tecnologias qualitativa que envolvem
a participação dos sujeitos em processos de intervenção
e análises, com ênfase nos momentos instituintes, nos âmbitos
da Atenção Básica, da Estratégia de Saúde
de Família, Formação em Saúde, Saúde Mental,
Saúde Bucal e Gestão em Saúde. A proposta deste GT é
a de proporcionar aos participantes do Congresso a oportunidade de apresentarem
e discutirem as muitas possibilidades de intervenção/análise
proporcionadas pela AI e de conhecerem e ou se aprofundarem nas premissas e
conceitos básicos dessa abordagem. A AI apresenta-se coerente com o tema
deste 7º CBCSH em Saúde - “Pensamento crítico, emancipação
e alteridade: agir em saúde na (ad)diversidade” - pois “A
Análise Institucional tem por fim a compreensão de uma realidade
social, partindo das práticas e enunciados de seus atores. (Hess; Savoye,
1993, p.3) possuindo como característica comum do Movimento Institucionalista,
“[...] sua aspiração a deflagrar, apoiar e aperfeiçoar
os processos autoanalíticos e autogestivos dos coletivos sociais”
(Baremblitt, 2012, p.9). Além disso, dado ao seu caráter interdisciplinar
e a preocupação de articular a teoria à prática,
a AI vem contribuindo para ampliar a circulação e diálogo
entre saberes e práticas no campo da Saúde Coletiva.
Coordenadores: Solange L'Abbate (UNICAMP); Luciane Maria Pezzato (UNIFESP);
Núncio Antonio Sól (UFOP)
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13. Deficiência
e Políticas Públicas
A deficiência vem passando por grandes transformações conceituais
que tem impactado na elaboração e execução de políticas
públicas, bem como nas formas como as pessoas com deficiência vivem
suas vidas em sociedade. De um conceito estritamente biomédico e baseado
centralmente no corpo e na reabilitação, pessoa com deficiência
passa a ser definida como aquela que, na interação entre barreiras
sociais e os impedimentos corporais, sofre restrição de participação
na sociedade. As novas maneiras de pensar a deficiência exigem diferentes
tipos de políticas e acionam um conjunto diverso de conhecimentos. A
saúde coletiva, vista como um campo interdisciplinar composto por um
conjunto de saberes e práticas, pode colaborar na reflexão, elaboração
e execução de ações intersetoriais que privilegiem
o novo conceito de deficiência. Este GT tem como objetivo fomentar o debate
sobre deficiência e as diversas ações para as pessoas com
deficiência executadas em diferentes contextos. Busca ainda congregar
pesquisadores, movimentos sociais e gestores de políticas públicas
para compartilhar experiências sobre a produção de pesquisas
e ações nesta temática. Especificamente, busca reunir trabalhos
que dialogam com as temáticas abaixo: (i) modelos conceituais sobre a
deficiência; (ii) políticas públicas para deficiência,
especialmente no campo da saúde, da assistência social, da previdência
social, trabalho e da educação; (iii) modelos de atenção
à saúde da pessoa com deficiência, práticas terapêuticas
e estratégias preventivas; (iv) experiências e produção
da deficiência em contextos socioculturais específicos; (v) classificações
e formas de mensuração da deficiência e da funcionalidade;
(vi) reflexões sobre a interação entre as representações
sobre o corpo e deficiência; (vii) deficiência e outros marcadores
sociais, como gênero, raça/etnia, classe social e sexualidade;
(viii) relação entre deficiência e envelhecimento, doenças
crônicas e transtornos mentais, entre outros. (ix) Convenção
sobre os Direitos das Pessoa com Deficiência e o sistema de proteção
de direitos.
Coordenadores: Éverton Luís Pereira (UNB); Lívia Barbosa
(UNB); Wederson Rufino dos Santos (MMIRDH)
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14. Políticas,
Subjetividades e DST/HIV/AIDS
Este GT objetiva aglutinar pesquisas qualitativas que tenham como objeto a epidemia
de HIV/AIDS em suas diversas dimensões. No Brasil, as Ciências
Sociais, Humanas e da Saúde Coletiva têm produzido abundante literatura
sobre o fenômeno, desde o início da epidemia. Suas análises
têm contribuído para relativizar conceitos elaborados pela epidemiologia,
compreender sentidos atribuídos pelos sujeitos à doença
e para a construção de planos e políticas mais próximos
das realidades culturais. Pretendemos dar continuidade às discussões
realizadas no Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde
de 2013, quando recebemos um número expressivo de resumos e reunimos
pesquisadores inseridos em áreas, estágios profissionais e instituições
variadas, possibilitando esboçar um retrato da área. Neste momento
em que a quarta década da epidemia de HIV/AIDS tem se caracterizado pela
proposição de estratégias de enfrentamento de cunho biomédico,
temas como as políticas de controle e prevenção da epidemia
no Brasil, com destaque para descentralização e mudanças
nas redes de atenção especializada e básica, a persistência/aumento
da infecção entre determinados grupos e os rumos do ativismo consagram
o espaço do congresso como cenário de estímulo ao diálogo
entre pesquisadores. Nesse sentido, esperamos trabalhos que nos permitam articular
dois eixos: 1) políticas públicas de DST/HIV/AIDS, visando reunir
pesquisadores e reflexões de gestores e ativistas implicados na conformação
e análise de estratégias do campo. 2) subjetividades em torno
das DST/HIV/AIDS – buscando conhecer e divulgar pesquisas qualitativas
que abordem o plano das subjetividades individuais, as interações
sociais que envolvem as pessoas vivendo e convivendo com o HIV/AIDS e as percepções
dos atores sociais sobre as novas tecnologias de testagem e prevenção.
Esses dois eixos muitas vezes convergem entre si, assinalando a necessidade
de aprofundar as discussões acerca da imbricação entre
as esferas das subjetividades e da política.
Coordenadores: Ivia Maksud (FIOCRUZ/IFF); Luís Felipe Rios Nascimento
(UFPE); Claudia Mercedes Mora Cárdenas (IMS/UERJ)
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15. O desafio
das arenas transepistêmicas ampliadas: por uma nova epistemologia social.
Gaston Bachelard propôs que toda a ciência começa com uma
ruptura com o senso comum. Anos mais tarde, Boaventura de Souza Santos propôs
que seria necessária uma segunda ruptura epistemológica, pela
qual o conhecimento científico se tornasse senso comum. Parece-nos possível
afirmar que a expansão da comunicação humana com as novas
ferramentas desenvolvidas com o advento da internet teriam criado uma versão
distópica da utopia de Souza Santos, na qual se esvai qualquer possibilidade
de estabelecimento de consenso geral sobre o conhecimento, e a noção
de expertise se descola de qualquer mecanismo de legitimação razoável.
A partir da perspectiva fleckiana, consideramos que o espaço de comunicação
da internet se tornou a superfície de emergência de estilos de
pensamento construídos a partir de combinações variáveis
de alguns elementos: incorporação de elementos dispersos e nem
sempre coerentes entre si de discursos científicos; uma atitude de suspeição
a priori com relação à ciência, em parte por uma
atitude anti-establishment que resvala muitas vezes para teorias conspiratórias;
adesão à falácia naturalista, isto é, considerar
que o que é “natural” é necessariamente saudável
e mesmo terapêutico; e componentes diversos do universo “new age”.
No que diz respeito especificamente às questões ligadas à
saúde, ao contrário do constatado por Boltanski em sua pesquisa
original na década de 60 na França, esses estilos de pensamentos
não são simplesmente uma coleção de fragmentos de
conhecimentos médicos arcaicos e subordinados à medicina, mas
todo um “corpo teórico” com seus próprios experts
e mecanismos de legitimação. Algumas das propostas que circulam
em tais coletivos de pensamento são potencialmente danosos à saúde
de indivíduos e populações, como dietas “detox”,
ativismo antivacina, “tratamentos” do autismo, por exemplo. É
relevante do ponto de vista da Saúde Coletiva que se entenda como tais
estilos de pensamento se desenvolvem e interagem com o campo científico.
Coordenadores: Kenneth Camargo (IMS/UERJ); Elaine Rabello (IMS/UERJ); Marcela
Belardo (Universidad de Buenos Aires)
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16. Políticas
do corpo e do cuidado: corporeidade, diversidade sociocultural e as práticas
de saúde
Esse GT pretende tem por objetivo reunir trabalhos que tematizem a articulação
entre o corpo e o cuidado com ênfase na diversidade sociocultural que
permeia o campo da saúde. O olhar das ciências sociais é
fundamental para revelar as experiências de corporeidade articuladas às
práticas de cuidado em saúde dos diferentes grupos sociais. Nessa
linha, o corpo não é apenas biológico, mas um conjunto
de experiências simbólicas, a partir das quais se constroem as
diferentes identidades e significados, que definem os sentidos dos cuidados
em saúde. Dessa forma, múltiplas são as acepções
de cuidado, de vivencias da corporeidade, de estilos de vida, de se vivenciar
o processo saúde-doença, que estendem os limites estabelecidos
do campo da saúde, para além do modelo da biomedicina e da racionalidade
médica. Nesse sentido, este GT pretende acolher trabalhos situados no
campo das ciências sociais e saúde e que versem sobre os seguintes
temas: 1) corporeidade e a humanização do cuidado em saúde;
2) corporeidade e cuidado de si no processo saúde-doença; 3) corpo,
cuidado em saúde e os marcadores sociais da diferença (classe
social, gênero, geração, etnia/raça); 4) corporeidade,
identidades e o cuidado em saúde. Essa proposta permite pensar de maneira
crítica, no campo da saúde coletiva, a diversidade que permeia
tanto as práticas de cuidado em saúde como as experiências
de corporeidade dos diferentes grupos sociais.
Coordenadores: Edemilson Antunes de Campos (USP); Maria Marce Moliani (UEPG);
Lore Fortes (UFRN)
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17. Itinerários
Terapêuticos nas múltiplas dimensões e os desafios para
a integralidade em saúde
No campo da Saúde Coletiva a produção de conhecimento sobre
Itinerários Terapêuticos (IT) tem solicitado ampliação
de suas bases epistemológicas, considerando tanto as dimensões
do adoecimento crônico e das redes de cuidado, assim como outras dimensões
da existência humana, a exemplo das questões de Gênero e
Raça/Etnia. Nesse sentido, torna-se mister analisar e discutir criticamente
os itinerários para além da doença, isto é, à
luz de uma concepção ampliada de saúde, cujos resultados
podem subsidiar as tomadas de decisões adequadas que respondam às
demandas de atenção em saúde e aos princípios e
diretrizes do SUS. O IT compreende o complexo processo de escolha, avaliação
e adesão a certas formas de cuidado ou tratamento por parte de pessoas
e famílias, empreendendo trajetórias nos diferentes sistemas de
cuidado e tecendo redes de apoio que dão suporte nessa experiência.
Considera ainda como os serviços de saúde, oficiais ou não,
realizam a atenção e acolhem, em certa medida, suas necessidades
de saúde, permitindo analisar como as práticas profissionais e
modelos de cuidado afetam essa experiência, sendo imprescindíveis
à integralidade para efetividade em saúde. Este GT pretende dialogar
e refletir, pelo prisma teórico, metodológico e empírico,
sobre diversas experiências: de adoecimento crônico, de aflição
e de discriminação e de papeis de gênero associados à
eventos de violência (psicológica, física e simbólica)
e os caminhos percorridos na busca de cuidado ou de apoio. Assim, se torna crucial
discutir as redes sociais, enfatizando suas especificidades quanto aos modos
de constituição, mediação, qualidade dos vínculos
e potenciais cuidados em decorrência da forma como essas redes estão
implantadas; e, por fim, tensionar práticas/noções construídas
no campo saúde sobre redes de atenção, acesso, adesão
e escolhas terapêuticas, dentre outras, por meio de estudos de situações
concretas de cuidado e adoecimento de pessoas e famílias no contexto
do SUS brasileiro.
Coordenadores: Yeimi Alexandra Alzate López (ISC/UFBA); Tatiana Engel
Gerhardt (UFRGS); Fran Demétrio (UFRB)
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18. SAÚDE
COLETIVA E DIREITOS HUMANOS
Os diversos estudos sobre as relações entre condições
de saúde e a garantia de direitos humanos (DH) têm trazido implicações
políticas, sociais e jurídicas relevantes na formulação
das políticas e desenvolvimento de pesquisas em saúde, no âmbito
nacional e internacional. Entre as implicações, destaca-se o conjunto
de recomendações e esforços internacionais que enfatiza
o potencial da abordagem dos DH para enfrentar desafios locais e globais de
saúde pública, bem como o fortalecimento dos sistemas de saúde,
a ampliação do acesso, e a reformulação de práticas
de saúde. A proposição do GT justifica-se em função
desses desafios e do atual contexto desfavorável à garantia de
DH, que exige o ampliar espaços de discussão, que agucem o pensamento
crítico e consequentemente o agir em saúde diante das (ad)diversidades
presentes. O objetivo do GT é aprofundar essa reflexão crítica
sobre os diferentes aportes e usos dos DH para compreender e direcionar questões
de saúde, reunindo trabalhos que expressem as diferentes preocupações
e aplicações desse referencial, a partir de dois eixos: 1. Análises
conceituais e metodológicas das interações entre saúde
e direitos humanos nas políticas, representações e práticas
de saúde. 2. Pesquisas empíricas sobre percepções,
representações e abordagens dos DH na saúde, suas implicações
para a cidadania e melhoria das condições de saúde, e os
espaços de mobilização social e institucional em que este
referencial vem sendo utilizado, em especial, na atenção a diferentes
populações em situações de vulnerabilidade.
Coordenadores: MIRIAM VENTURA DA SILVA (UFRJ); JOSÉ RICARDO DE CARVALHO
MESQUITA AIRES (USP); Veriano Terto Júnior (ABIA)
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19. Concepções
sobre o ‘social’ e sua incorporação nas políticas
sociais e de saúde hoje
A incorporação da dimensão social à análise
dos processos de saúde e adoecimento gerou mudanças profundas
na concepção e práticas de saúde no Brasil, tendo
orientado inclusive a formação e constituição do
campo da Saúde Coletiva e influenciado outras áreas sociais. Verificou-se
uma ampliação da concepção sobre o social, fazendo
com que necessidades e problemas humanos deixassem de ser tratados exclusivamente
como decorrentes de atitudes ou comportamentos individuais, ou até mesmo
coletivos, para serem reconhecidos como um processo social que demanda respostas
dos governos e da sociedade. Essa concepção ampliada foi orientada
como princípio político, através da noção
de cidadania social e concretizada na perspectiva de direito por meio de políticas,
leis e normas que lhes dão sustentação. Entretanto, ao
reconhecer a produção social dos problemas sociais (e de saúde),
concepção ampliada impõe limites concretos à efetivação
das próprias políticas por ela orientadas, na medida em que reclamam
uma abrangência das ações e práticas que não
cabem em suas estruturas institucionais. As áreas sociais que poderiam
dar respostas abrangentes e em conjunto aos problemas sociais permanecem setorializadas,
ou porque esse foi o caminho possível para sua consolidação
institucional, ou porque ficaram reféns de sua própria institucionalidade.
O GT procura discutir como a ampliação da concepção
do social tem sido incorporada por distintas áreas sociais, em especial
as de seguridade (saúde, assistência social e previdência
social) e como essa concepção tem informado políticas,
programas e práticas sociais recentes. Estimula-se a apresentação
de estudos/ trabalhos preocupados em identificar mudanças e inovações
na institucionalidade das áreas sociais a partir da incorporação
da concepção sobre o social, com ênfase em aspectos relacionados
ao desenho dos programas, à (re) definição de orientação
de práticas profissionais, à criação de mecanismos
intersetoriais entre áreas distintas e aos possíveis desdobramentos
na geração de cidadania social/ reconhecimento de direitos.
Coordenadores: Lenaura de Vasconcelos Costa Lobato (UFF); Monica de Castro Maia
Senna (UFF); Luciene Burlandy (UFF)
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20. Contracepção,
aborto e saúde
O GT tem por objetivo reunir estudos em diferentes contextos (geográficos,
sociais e culturais) sobre a problemática dos direitos reprodutivos,
particularmente no que diz respeito à contracepção e ao
aborto. Busca-se aprofundar a discussão de como estes direitos reprodutivos
estão sendo implementados ou não em um cenário de recrudescimento
de ideologias conservadoras e de crise no âmbito das políticas
públicas e serviços de saúde. O GT visa atualizar esta
discussão à luz destes novos cenários, analisar as especificidades
que se apresentam nos diferentes contextos sociais e culturais e identificar
as estratégias acionadas para a implementação e/ou garantia
dos direitos reprodutivos sob a perspectiva de gênero. A presente proposta
se justifica no contexto de ameaça à garantia de direitos já
conquistados que presenciamos hoje no país, como por exemplo, o aborto
nos casos previstos por lei, bem como de importantes retrocessos em termos das
políticas públicas na garantia de direitos em termos de uma maior
equidade de gênero.
Coordenadores: Daniela Riva Knauth (UFRGS); Cristiane Cabral (USP); Regina Maria
Barbosa (UNICAMP)
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21.
INTERNET E SAÚDE
A internet é um meio essencial de educação, comunicação
e gestão da informação em todas as esferas de atividade.
Neste contexto a saúde desponta como uma das áreas em que há
cada vez mais informação disponível para um número
cada vez maior de interessados. Nem todas as informações estão
corretas ou são compreensíveis. Este aspecto coloca em cena a
questão da qualidade da informação de saúde na Internet.
Alem de obter, os cidadãos podem compartilhar informações
e experiências sobre saúde ou doença nas redes sociais on
line. Este aspecto introduz na agenda a questão da vida nas comunidades
virtuais de saúde na Internet. Uma das consequências desta experiência
tem sido observada no “paciente informado”: uma pessoa que conquistou
habilidades e conhecimentos necessários para desempenhar um papel ativo
no processo de decisão que envolve sua saúde e a gestão
de suas condições de vida. Sua postura e atitudes contestam a
tradicional relação médico-paciente ancorada na soberania
da palavra do profissional. Assim destaca-se a questão do empoderamento
do cidadão, em saúde, derivado da obtenção e compartilhamento
de informações disponíveis na Internet. Cresce o número
de instituições públicas e privadas que utilizam a internet
para compartilhar conhecimentos, informações oferecendo serviços
e cursos em portais e páginas da web que podem ser acessadas em qualquer
hora e lugar. Propomos que este GT seja organizado três pontos de convergência:
Avaliação de Qualidade de Informação em Saúde
na Internet; Empoderamento nas Redes Sociais de Saúde na Internet; Experiências
de Educação em Saúde on line. Propomos realizar atividades
com pesquisadores e militantes da/na Internet e/ou que façam dela seu
tema preferencial de reflexão/atuação na saúde.
Esta proposta se justifica na medida não há como pensar em “sermos
sociedade” sem enfrentarmos os desafios teóricos e práticos
colocados pela presença da Internet na vida do cidadão.
Os autores devem assinalar, no resumo a ser enviado, um dos 3 temas que serão
abordados em nossas reuniões:
A. Avaliação da qualidade da informação de Saúde
na Internet;
B. Redes Sociais on line em Saúde;
C. Experiências de Educação On Line em Saúde;
Coordenadores: ANDRE PEREIRA NETO (ENSP); Ana Valéria Machado Mendonça
(UNB); Cristianne Famer Rocha (UFRGS)
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22. Ativismos
interseccionais em gênero, sexualidade e saúde
O GT pretende reunir trabalhos que articulem as temáticas de gênero,
sexualidade e saúde, nas formas contemporâneas de ativismo, seja
na constituição de movimentos sociais, na realização
de protestos com fins variados, ou em engajamentos individuais. Justificativa:
Nos últimos anos, algumas mudanças no cenário político
incrementaram a discussão em torno das temáticas de gênero,
sexualidade e saúde. O aumento de coletivos ou perspectivas feministas
em distintas lutas sociais (a exemplo, das práticas ciberativistas) fizeram
analistas caracterizarem o momento no Brasil como uma “primavera feminista”.
Ao mesmo tempo, o avanço de pautas conservadoras, tanto em espaços
institucionais como na mídia e nas redes sociais da internet, vem definindo
o pleito LGBT como “o grande inimigo da nação”. Essas
duas bandeiras de luta vêm mirando uma gama mais ampla de direitos e políticas
sexuais (aborto, educação sexual nas escolas, HIV/Aids etc.).
A esse cenário, soma-se o atual decréscimo do financiamento estatal
das ONGs e suas consequências desestabilizadoras, assim como o desgaste
dos canais de interação socioestatais. Por último, observa-se
que temas variados e complexos como medicalização, qualidade de
vida, patologização de identidades sociais; saúde como
direito social; acesso e qualidade da atenção à saúde
(na rede pública e privada); divulgação científica,
entre outros fatores, se interseccionam em distintos campos de pesquisa e contextos
sociais. Objetivos: 1) entender como as temáticas de gênero, sexualidade
e saúde tem sido incorporadas e articuladas nas formas contemporâneas
de ativismo; 2) aprofundar o conhecimento do processo de institucionalização/desinstitucionalização
da luta política nos campos do gênero, sexualidade e saúde;
3) explorar as multiplicidades de expressões, dispersões e recorrências
das práticas (movimentos) ciberativistas; 4) compreender as matrizes
teóricas, políticas e metodológicas das práticas
(movimentos) ciberativistas; 5) explorar as intersecções de “lutas
políticas” com temas como medicalização, direitos
humanos, divulgação científica, serviços de saúde,
“identidades biológicas”, biopoder, entre outros.
Coordenadores: Mario Felipe de Lima Carvalho (IMS/UERJ); Claudia Carneiro da
Cunha (IMS/UERJ); Tatiana Lionço (IP-UnB)
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23. Atenção básica e os desafios ético-políticos para intervenções emancipadora
A Estratégia de Saúde da Família (ESF), após quase
vinte anos de implantação, enfrenta muitos desafios relacionados
à reorganização do sistema de saúde, dentre eles
se destaca o enfrentamento dos determinantes sociais da saúde. Tal constatação
dirige nosso olhar para a necessidade de compreensão das consequências
da desigualdade social na efetividade das ações, principalmente
aquelas de prevenção de agravos e promoção da saúde
em locais marcados pela pobreza extrema e pelos fatores associados, como a violência
e o tráfico de drogas. A partir da referencia da pesquisa participante
notamos possibilidades de se incrementar trabalhos na atenção
básica, destacando seu potencial ético-político, o qual
compreende a intersubjetividade contextualizada socio-histórico e culturalmente,
valorizando desta forma uma práxis transformadora da realidade social.
Neste sentido valorizamos estratégias de intervenção que
promovam o incentivo da participação social, a qualificação
profissional crítica, a aproximação entre as necessidades
da comunidade e os serviços de saúde e o fortalecimento de redes
sociais comunitárias e institucionais. Especificamente valorizamos práticas
psicossociais promotoras de novas formas de acolhimento, escuta e criação
de vínculos, os quais favoreçam a ampliação de práticas
em saúde mental pautadas pelos direitos humanos. Pois, consideramos que
a consolidação dos princípios do SUS, destacando a integralidade,
intersetorialidade e participação social podem atingir outros
patamares com o desenvolvimento de noções desestabilizadoras,
as quais extrapolem a visão biomédica de saúde. Assim acreditamos
que a referencia das ciências humanas e sociais, calcadas na visão
critica, historicidade dos fatos sociais e na reflexividade da produção
de conhecimento balizem novas praticas de saúde pública.
Coordenadores: Carlos Roberto de castro e Silva (UNIFESP); Edna Peters Kahhale
(PUC-SP); Mirian Ribeiro Conceição (SMS-Mauá-SP)
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24. Ética
em pesquisa: desafios da pesquisa social em saúde para o atual sistema
de revisão ética
A reflexão sobre os aspectos éticos implicados na realização
de pesquisas que envolvem pessoas e/ou grupos de pessoas é fundamental
para o desenvolvimento científico e para a preservação
de direitos humanos universalmente consolidados. Especificamente em relação
às pesquisas em ciências sociais e humanas em saúde, são
numerosas as questões apontadas por tal reflexão. O atual sistema
de regulação da ética em pesquisa no Brasil, que é
integrado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e pelos
Comitês de Ética em Pesquisa, foi idealizado à luz dos estudos
biomédicos. A Resolução 466/2012, que contém as
diretrizes que norteiam esse modelo de revisão, embora tenha a pretensão
de ser um documento válido para todas as áreas disciplinares,
traz como base normas e métodos de pesquisas do campo biomédico,
estranhos às pesquisas das ciências sociais e humanas em saúde.
Ora, cada campo disciplinar possui uma metodologia própria e pressupõe
uma sensibilidade ética específica. Assim, este Grupo de Trabalho
visa a reunir trabalhos que apontem para reflexões suscitadas pelas particularidades
da pesquisa social em saúde. Repensar a avaliação ética
de projetos que utilizem metodologias qualitativas de levantamento e análise
de dados e propor sistemas mais inclusivos de revisão trata-se, assim,
de um desafio ainda em construção.
Coordenadores: Debora Diniz (UNB); Dirce Bellezi Guilhem (UNB); Érica
Quinaglia Silva (UNB)
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25. Saúde
e Mídia
A centralidade das relações entre saúde e mídia
no mundo contemporâneo tem sido colocada em evidência, uma vez mais,
pela epidemia do vírus zika. Como em tantos outros eventos epidêmicos
recentes – H1N1, dengue, ébola, gripe aviária – ou
relacionados à doenças não transmissíveis –
câncer, obesidade, hipertensão – ou em temas da promoção
da saúde – alimentação, exercícios físicos
–, estão em pauta os próprios sentidos atribuídos
à saúde e à doença, a explicação de
seus nexos e a responsabilidade de poderes públicos, indivíduos
e coletividades Seja em contextos de crise, mas também no fluxo noticioso
cotidiano, alargam-se os temas da saúde e as conexões com outros
campos sociais, como se pode observar na manifestação de especialistas,
jornalistas e veículos de comunicação, autoridades sanitárias,
políticos, setores empresariais, leigos, ativistas, entre outros, que
se posicionam com diferentes graus de autoridade e legitimidade e estabelecem
relações de concorrência ou aliança. A magnitude
da produção midiática e de suas repercussões nas
possíveis formas de enfrentamento, em especial no que diz respeito às
suas articulações com o SUS e com as políticas públicas
universais, demandam reflexão crítica e necessariamente interdisciplinar,
que contemple a extrema diversidade cultural e regional existente no país.
Este GT se oferece como espaço de intercâmbio e debate sobre a
construção de sentidos sobre doenças transmissíveis
e não transmissíveis, assim como de temas da promoção
da saúde, em diferentes dimensões: a) nas instâncias de
produção, circulação e recepção de
produtos midiáticos; b) nos diferentes suportes midiáticos (impressos,
televisivos e digitais), seja do ponto de vista de suas lógicas específicas
ou de suas relações de interdependência; c) nos diferentes
formatos narrativos, como (tele)jornalismo, novelas e outros gêneros ficcionais,
publicidade, campanhas oficiais, manifestações em mídias
sociais.
Coordenadores: Janine Miranda Cardoso (ICICT/FIOCRUZ); Adauto Emmerich (UFES);
Wedencley Alves Santana (UFJF)
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26. Lugares,
perspectivas e saberes: dialogando entre práticas emancipatórias
em saúde
A proposta deste GT tem como objetivo promover o diálogo entre diferentes
áreas do conhecimento, regiões/lugares e produções
de saber-fazer em saúde. Destina-se a profissionais da área da
saúde, a pesquisadores de diferentes formações e a representantes
de movimentos sociais que se propõem a explorar a temática da
saúde como um processo de construção de sujeitos históricos
e críticos, partindo de suas próprias abordagens, experiências
e intervenções que envolvam práticas emancipatórias
em saúde. Práticas emancipatórias podem ser compreendidas
a partir de diferentes perspectivas, como fica evidenciado nas diferentes áreas
de formação dos proponentes (Antropologia, Psicologia e Serviço
Social), fato que demonstra a busca deste grupo em fomentar o diálogo
não apenas entre diferentes áreas das humanidades acerca do tema,
ou seja, de saberes (áreas do conhecimento), mas também de lugares
(regiões, estados) e de perspectivas (da alteridade/relatividade, institucionalidade)
que muitas vezes nos parecem muito específicas, mas estão interrelacionadas.
É partindo deste ponto de vista que temas contemporâneos como o
do controle social na participação da construção
da política de saúde e da necessidade da existência de espaços
públicos onde o controle da sociedade organizada sobre o Estado acerca
da questão da saúde possa se realizar são temas muito caros
para o grupo. Da mesma forma, se mostra fundamental também questionarmos
e discutirmos acerca da intervenção profissional em saúde
e os avanços e entraves vinculados ao processo de humanização.
Ou ainda, analisar criticamente a relação da perspectiva objetiva/subjetiva
da saúde, assim como a relação “tensa” e tênue
das perspectivas ética e êmica acerca do mesmo tema da saúde.
Onde e de que forma encontramos práticas emancipatórias em tais
e outras possíveis relações? Enfim, as mais diversas perspectivas
de abordagem que discutam, analisem e critiquem o saber-fazer em saúde
à luz de uma perspectiva emancipatória são esperadas neste
GT.
Coordenadores: Leonardo Fabiano Sousa Malcher (FAMAZ); Lúcia Cristina
Cavalcante da Silva (UNAMA); Rosiane Costa de Souza (SESPA-Coordenadoria Humanização) [« voltar]
27.
Ciências Humanas e Sociais em Alimentação, Nutrição
e Saúde Objetivos.
A proposta do GT “Ciências Humanas e Sociais em Alimentação,
Nutrição e Saúde” visa a dar continuidade aos debates
em torno de objetos complexos dos campos científicos da Saúde
Coletiva e da Alimentação e Nutrição filiados a
teorias das Ciências Sociais e Educação e atualizados no
contexto social contemporâneo. Justificativa. Em face da hegemonia das
abordagens disciplinares, consideramos necessárias iniciativas que venham
a promover a reflexão sobre fenômenos sociais em suas múltiplas
dimensões e valorizando a crítica rigorosa que busque articular
distintos espaços da vida humana. Práticas alimentares e corporais
são por nós entendidas como objetos complexos em intensa dinâmica
a demandar abordagens que se proponham a superar a leitura biomédica
dominante no sentido da compreensão das relações sociais
em que se inserem no mundo contemporâneo globalizado. Ao reunir interessados
em abordagens dessa ordem e propiciar o pensamento crítico, tanto em
relação à formação profissional, de docentes
e de pesquisadores, quanto às práticas em serviço e à
produção de conhecimentos sobre alimentação, nutrição
e saúde consideramos contribuir para a aproximação entre
os campos da Saúde e das Humanidades. Nessa linha, considerando já
questões de caráter operacional do evento, propomos e colocamo-nos
à disposição para organizar as seguintes atividades: 1.
Mesa Redonda que tenha por foco a temática “Convergência
de pluralidades no campo da Saúde Coletiva e Alimentação
e Nutrição a partir do olhar das Ciências Humanas e Sociais”.
2. Oficina de trabalho, um ou dois dias antes do Congresso, com pesquisadores
de várias universidades do Brasil e de outros países da América
Latina, da Espanha e de Portugal, visando à dar sequencia as atividades
da “REDE NAUS - Rede Ibero-americana de Pesquisa Qualitativa em Alimentação
e Sociedade”.
Coordenadores: SHIRLEY DONIZETE PRADO (UERJ); MARIA CLAUDIA DA VEIGA SOARES
CARVALHO (UFRJ); MARIA LUCIA MAGALHÃES BOSI (UFCE) [« voltar]
28.
Saúde, Produção e Trabalho
A sociedade capitalista contemporânea vivencia profundas mudanças
no mundo do trabalho, que têm resultado em múltiplos perfis de
adoecimento, físico e mental, dos trabalhadores, além de afetar
de formas diversas as condições de vida e saúde do conjunto
das populações. No Brasil, assistimos ao surgimento de grandes
catástrofes sociais decorrentes de processos produtivos nos territórios,
com graves repercussões sobre a vida e a saúde dos trabalhadores,
das populações em geral e sobre o ambiente. Na determinação
deste quadro está a precarização das condições
e das relações de trabalho, caracterizada por flexibilização
contratual, intensificação do ritmo de trabalho, extensas jornadas
de trabalho, baixos salários, cobrança por produção,
cumprimento de metas, violência, assédio moral, que levam à
própria precarização da “pessoa-humana-que-trabalha1”.
A elas somam-se terceirização, migração, trabalho
infantil e análogo à escravidão, intensa vulnerabilidade
social das populações brasileiras e fragilização
da organização dos trabalhadores em suas lutas por melhores condições
de vida e de trabalho. É neste cenário que se propõe a
organização deste grupo temático, assentado no diálogo
interinstitucional e multidisciplinar, envolvendo pesquisadores, profissionais
e gestores de serviços de saúde, movimentos sociais e sindicais.
É inovador à medida que propõe trazer para o centro do
debate o tema da tragédia do trabalho no mundo atual e a necessidade
de que todos, sociedade civil/movimento social/movimento sindical e o Estado
assumam pensamento crítico diante desta realidade, buscando saídas
que contribuam para a emancipação dos sujeitos coletivos. Objetiva:
1) discutir a configuração, técnica e social, da produção
e do trabalho na contemporaneidade e seus impactos no processo saúde-doença
dos trabalhadores e da população em geral, em especial circunvizinha
às atividades produtivas; 2) refletir sobre como movimentos sociais e
sindicais estão organizando suas lutas por melhores condições
de trabalho; 3) discutir as políticas públicas de atenção
à saúde dos trabalhadores.
Coordenadores: Jandira Maciel da Silva (UFMG); Letícia Coelho da Costa
Nobre (SES-BA); Geordeci Menezes de Souza (CNS-CIST)
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29.
Modos de vida, Vulnerabilidade e Proteção social: ênfase
no recorte étnico-racial e/ou geracional
A proposta do GT integra três eixos principais – Modos de Vida,
Vulnerabilidade e Proteção Social, privilegiando o recorte étnico-racial
e geracional na abordagem destes temas. Recoloca-se a categoria Modos de Vida
na agenda da pesquisa e do agir político da saúde coletiva, realçando
seu potencial de articular condições materiais de existência,
que remetem à estrutura social, com elementos próprios da cultura,
da vida cotidiana e da subjetividade. Amplia-se também o espectro temático
e teórico-metodológico em torno da Vulnerabilidade, tema que ganhou
destaque na saúde coletiva através dos estudos em Aids. Propõe-se
um debate que contemple e articule as seguintes dimensões: condições
ou contextos vulnerabilizantes; a capacidade de resposta dos indivíduos,
famílias e comunidades (resiliência); limites e potencialidades
dos dispositivos de proteção social, abrangendo a esfera estatal
(políticas e serviços públicos) e societal (âmbitos
macro e micro social). Com base em um recorte étnico-racial e/ou geracional,
pretende-se focalizar três segmentos populacionais - a juventude negra,
imigrantes econômicos e/ou refugiados e crianças de 0 a 6 anos
(I infância) - os quais apresentam um quadro preocupante de vulnerabilidade
social e/ou epidemiológica na atual conjuntura sócio-sanitária,
notadamente no Brasil. Os elevados índices de mortalidade de jovens negros,
bem como, as evidências de exploração pelo mercado e precariedade
das condições de vida e assistência vivenciadas por imigrantes
e/ou refugiados no país (América Latina, África, Oriente
Médio etc.) incrementam as inequidades sociais e raciais no país.
No caso da I Infância, além de considerar a exposição
precoce de crianças a processos de discriminação de natureza
étnico-racial, cabe amplificar o debate e a análise crítica
em torno da medicalização da infância, em franca expansão,
e, mais recentemente, das implicações sociais e sanitárias
da epidemia de microcefalia. Nos três casos cabe considerar as configurações
e implicações da dinâmica vulnerabilidade-resiliência
e proteção social.
Coordenadores: Leny Alves Bomfim Trad (ISC/UFBA); Muna Muhammad Odeh (UNB);
Cláudia Mascarenhas Fernandes (ONG Viva Infância)
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30.
Educação Popular na Formação em Saúde
A Educação Popular configura importante referencial ético,
político e pedagógico nos processos formativos no setor saúde.
Agrega não apenas temáticas, conteúdos e abordagens importantes
à formação crítica e ao incentivo a seu empoderamento,
mas sobretudo outros modos de conduzir as experiências educacionais e
seus impactos na maneira de conceber e abordar o processo saúde e seus
determinantes sociais. Ademais, a Educação Popular em Saúde
(EPS) se consolidou, há décadas, como referência teórica
e epistemológica orientadora do fazer e pensar saúde, em diversos
processos espalhados no Brasil e também em nível internacional.
Por meio desse GT, pretendemos socializar experiências de formação
na ótica da EPS, ressaltando seus obstáculos e potenciais, como
também permitir uma discussão sobre suas repercussões para
as Ciências Sociais e Humanas em Saúde e para as perspectivas educacionais
postas nesse contexto. De forma articulada a sujeitos e grupos do Centro-Oeste,
intencionamos agregar iniciativas formativas locais e regionais, valorizando
seus saberes e suas práticas. Esse GT agregará pesquisadores que
trabalham com formação baseada pela EPS nas instituições
formadoras em: 1) nível técnico; 2) superior, e neste, graduação,
pós-graduação e extensão; 3) nos serviços
(permanente - presencial, a distância) e nos movimentos sociais, seja
em disciplinas ou cursos ou outros formatos. Poderão haver relatos de
trabalhos com práticas populares nessas formações, metodologias
de ensino, currículo, políticas, reflexões teóricas
e conceituais voltadas para a formação (ensaios), dentre outros.
Esperamos contribuir na mobilização de conhecimentos, reflexões
e experiências inovadoras na perspectiva de processos emancipatórios
no âmbito da saúde e da formação crítica de
pessoas para atuação nesse contexto. Dessa maneira, acreditamos
que essa proposta está articulada à temática e à
intencionalidade central do evento, e irá contribuir com a agregação
de pesquisadores, militantes, saberes e práticas no sentido da educação
e da formação compromissada com o agir crítico em contextos
de (ad)diversidade.
Coordenadores: Pedro José Santos Carneiro Cruz (UFPE); Vera Dantas (SES-CE/ANEPS-CE);
Renata Pekelman (GHC-RS)
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31.
Saberes, sabedorias e práticas populares de saúde: pesquisa e
construção compartilhada de conhecimentos
No campo da saúde, a Educação Popular e as metodologias
participativas de pesquisa vêm constituindo referências singulares
na elaboração de perspectivas de construção do conhecimento
pelo diálogo entre o saber acadêmico e os saberes populares. Construídos
de maneira intimamente integrada à realidade concreta e ao protagonismo
dos sujeitos sociais, desvelam-se aí diversas linguagens, abordagens
e caminhos para a pesquisa como experiência curiosa, indagadora e questionadora,
conduzida por um esforço comunicativo e colaborativo entre sujeitos diversos,
com papéis e origens distintos, mas com um compromisso em comum, qual
seja conhecer a realidade e seus problemas melhor, para nela melhor intervir
visando sua transformação. Nesse GT, pretendemos reunir pesquisadores,
pensadores e militantes que estejam compromissados em encontrar caminhos para
uma construção de conhecimento participativa. Buscaremos colocar
na mesma roda pesquisadores que pensam diferentes formas de "construir
conhecimento com", de maneira que possamos ampliar esse debate em nível
nacional. Interessará, sobretudo, a explicitação de caminhos
possíveis, bem como de obstáculos e dilemas relevantes, para essa
construção de conhecimentos. Nessa direção, esperamos
também contribuir no desvelamento de bases para um agir científico
pautado pela promoção e aprimoramento de outra epistemologia para
a atividade de pesquisa no campo da saúde, na qual se potencializa e
se dinamiza o agir crítico na (ad)diversidade a partir de conhecimentos
explicitados por um esforço interpretativo protagonizado pelos saberes
da vida, sejam populares, sejam científicos, através de um processo
dialógico e questionador da realidade social. Propomos articular trabalhos
que focariam a pesquisa com pessoas das práticas populares de saúde
e de movimentos sociais (relação universidade comunidade na pesquisa),
metodologias dialógicas de pesquisa, reflexões teóricas
e conceituais voltadas para a pesquisa (o que é ciência "crítica",
diálogo, compartilhamento, conhecimento) e problematizações
sobre quem pesquisa o que, com quem e para que ( e contra quem, contra que,
como diria Freire).
Coordenadores: Helena Maria Scherlowski Leal David (UERJ); Sônia Acioli
de Oliveira (UERJ); José Ivo Pedrosa (UFPI)
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32.
Minorias étnicas, práticas em saúde e interculturalidade
A atenção à saúde em contextos interétnicos
apresenta desafios crescentemente reconhecidos para a formulação
e a execução de políticas e programas de saúde.
Destinadas a um coletivo oficialmente reconhecido como pluricultural, políticas
e programas de saúde estendem tais desafios à atuação
de profissionais muitas vezes despreparados para o diálogo intercultural.
Tratam-se de contextos, com frequência, marcados por conflitos e relações
desiguais, onde conhecimentos e práticas nativas são frequentemente
ignorados ou deslegitimados. Neste caso, inserindo-se em uma hierarquia de relações
e conhecimentos onde o sistema oficial de saúde e seus representantes
invariavelmente ocupam uma posição hegemônica. Ao mesmo
tempo, diversos autores vêm confirmando a agência nativa na articulação
de diferentes corpus de conhecimentos, de formas que subvertem as hierarquias
propostas ou esperadas e apontam de modo contundente para a importância
do (re)conhecimento das dinâmicas cotidianas das práticas de saúde
em contextos etnográficos específicos, incluídas aí
as nuances do encontro e convívio com o sistema médico oficial.
Este grupo temático pretende estimular a apresentação de
trabalhos científicos e o encontro de diferentes atores sociais, com
intuito de promover o diálogo e a reflexão crítica sobre
o agir intercultural na saúde em contextos interétnicos.
Coordenadores: Silvia Angela Gugelmin (UFMT); Maurício Soares Leite (UFSC);
Luciene Guimarães de Souza (ENSP/FIOCRUZ/MS)
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33.
SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA
A proposição deste Grupo Temático é dada à
magnitude e importância do racismo na estrutura da sociedade brasileira
e seu impacto no perfil da morbi-mortalidade da população. No
Brasil, saúde da população negra é um campo de estudos,
pesquisas e assistência reconhecido do ponto de vista da legitimidade
política, cujas bases das Ciências Sociais e Humanas são
inegáveis. É um campo que apresenta contrastes e tensões,
com dificuldades políticas e ideológicas para se firmar junto
ao aparelho formador, nas diretrizes de ações do ministério
da saúde, das secretarias estaduais e municipais de saúde e na
assistência (serviços). Racismo como Determinante Social em Saúde;
Os desafios do SUS universal: Direitos Humanos, populações em
situação de vulnerabilidades sociais; Religiões Afro-Brasileiras
Saúde e Ambiente; Análise crítica: A não ação
em Saúde da População Negra – Planejamento/Gestão
e Racismo Institucional; perfil da morbi-mortalidade da população
ribeirinha, do campo e da floresta, quilombola e indígena; Gênero,
Sexualidade e Raça/Etnia nos cursos de formação inicial
e educação permanente; Racismo, homofobia e outras formas de discriminação
social: repercussões na saúde. Esse temas que foram abordados
em congressos anteriores e que estarão presentes nesse GT. Nesse sentido
“Pensamento crítico, emancipação e alteridade: agir
em saúde na (ad)diversidade” nos convida a pensar nos contrastes
e tensões no campo da saúde da população negra e
os desafios que temos na implementação das politicas de promoção
da equidade. O lugar comum e de dialogo para efetuarmos esse debate é
o VII Congresso de Ciências Sociais e Humanas em Saúde”.
Coordenadores: Estela Maria Garcia Pinto da Cunha (UNICAMP); Paulo Alberto Santos
Vieira (UEMT); José Marmo da Silva (RENAFRO)
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34.
ÉTICA, SAÚDE, TRABALHO E AMBIENTE NO AGRONEGÓCIO
O GT objetiva discutir, a partir de múltiplas abordagens teóricas,
emancipatórias e críticas, as repercussões negativas da
cadeia produtiva do agronegócio na saúde, no trabalho e no ambiente
e os desafios éticos e científicos que impõem. O agronegócio
é um sistema produtor de commodities agrícolas, no qual os alimentos
são transformados em mercadorias cuja finalidade é o lucro, em
detrimento da segurança alimentar e nutricional e do direito humano a
alimentação saudável. Ao mesmo tempo, o modo de vida das
comunidades tradicionais (quilombolas, ribeirinhos, agricultores familiares,
indígenas, etc.) recebe impactos diretos que inviabilizam a própria
reprodução da sua existência. O uso intensivo e abusivo
dos agrotóxicos e fertilizantes químicos polui e contamina intencionalmente
os alimentos, o ambiente (ar, rios, chuva, solo, peixes, vegetações,
etc.), os trabalhadores, consumidores e população do entorno de
fazendas agrícolas. Esse modelo químico-dependente baseado em
sementes transgênicas, agrotóxicos e fertilizantes químicos
se alinha fortemente ao capital bancário que impõe condições
de financiamento, de preço, de exportação e padrões
de produtividade que concentra terra e capital nas mãos de poucos, enquanto
os custos humanos e ambientais (doenças humanas e danos ambientais) são
imputados à sociedade e/ou ao Sistema Único de Saúde (que
se mostra limitado tanto para atenção universal quanto para combater/vigiar/intervir
nos determinantes desses processos). Os estudos propostos incluem uma problemática
atual e relevante quanto às relações saúde, ambiente
e trabalho e da segurança alimentar, envolvendo os limites éticos
e as consequências do agronegócio à sociedade e ao sistema
de saúde. Do ponto de vista teórico-metodológico, as abordagens
incluem estudos participativos, pesquisa-ação, perspectivas socioantropológicas
e experiência do adoecimento, na perspectiva ética.
Coordenadores: LUÍS HENRIQUE DA COSTA LEÃO (UFMT); DEISE LISBOA
RIQUINHO (UFRGS); LIA GIRALDO DA SILVA AUGUSTO (UFPE)
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35.
DEMOCRACIA, ALTERIDADE E LIBERDADE: NOVAS PERSPECTIVAS EM SAÚDE DE MENTAL
O fim da II GM foi um dos marcos históricos no Ocidente no rechaço
aos horrores da guerra e ao estado de exceção. No campo social,
esses horrores refletiram-se em corpos zumbi amontoados em manicômios
e campos de concentração. No processo da reconstrução
da vida, movimentos de confrontação a todo tipo de totalitarismo
e desrespeito aos direitos humanos se constituíram, associando profundamente
as noções de liberdade e democracia. Se no Estado de direito não
estamos livres de violações aos direitos humanos, nos autoritários,
abusos se instituem enquanto regra e estão imunes ao controle social.
Como assinala Agamben, nos estados onde a lei é suspensa, instaura-se
uma cerimônia de despojamento da cidadania, a vida nua, a vida banida,
isto é excluída, fragilizada, dolorosa e restrita ao limite das
necessidades vitais. A saúde mental tem se mostrado um campo sensível
à experiência dessas condições históricas
e fértil à gestação de atos de resistência
e à produção de práticas que se contrapõem
a gestos totalitários, ou que ameaçam a sua recomposição.
Sendo, todavia, movimentos de confrontação que se desenvolvem
em processos históricos complexos, sobre a defesa da liberdade sempre
paira o risco da gestação insidiosa do ovo da serpente, o que
suscita a necessidade de atenção permanente aos ideais e gestos
que afastam ou interceptam essa ameaça. A reflexão que propomos
nesse GT é em torno de práticas, teorias críticas e formas
de produção de conhecimento sobre as diversas realidades sociobiopolíticas
no campo da saúde mental que produzem riscos de dominação,
por um lado, e de resistência, por outro. Destacam-se análises
de estratégias desenvolvidas no sentido de garantir direitos adquiridos
e seu exercício real, especialmente em momentos de adversidade, alcançando
a preocupação em analisar a construção de condições
propícias de inclusão cidadã dos diferentes, cidadania
atribuída por reconhecimento e valorização da alteridade.
Coordenadores: Mônica de Oliveira Nunes de Torrenté (UFBA); Paulo
Amarante (ENSP/FIOCRUZ); Izabel Friche Passos (UFMG)
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36.
Ensino, Serviço e Comunidade: o agir em saúde de forma integrada
e compartilhada
A proposta do presente GT tem por objetivo promover a discussão
balizada, a análise crítica e a consolidação de
conhecimentos científicos acerca do processo saúde/doença,
seus determinantes, condicionantes e práticas. As ações
desenvolvidas no âmbito do Ensino/Serviço/Comunidade apresentam-se
como uma expressão do compromisso social de instituições
de ensino com a comunidade, movimentos sociais, gestores e/ou serviços
de saúde, além de representar a possibilidade de uma formação
profissional voltada para a produção científica que responda
às demandas e às necessidades sociais. O conhecimento científico
produzido a partir de ações desenvolvidas na comunidade torna-se
contextualizado, atual e aplicável. Seu princípio organizador
é a sua aplicabilidade social. Um desafio enfrentado, ainda nos dias
atuais, e que se apresentou nos anos iniciais de organização do
Sistema Único de Saúde (SUS) e da Estratégia de Saúde
da Família (ESF), para os municípios credenciados, foi a conexão
entre Ensino/Serviço/Comunidade. Nestas ações, busca-se
contribuir para a melhoria do funcionamento e do acesso aos serviços
de saúde com base nesta importante conexão. Aqui se situa, particularmente,
a relevância da presente Proposta. Os modelos de serviço na atenção
primária aparecem, cada vez mais, como estratégias efetivas para
melhorar o acesso de pessoas que necessitam de atenção e cuidados.
Neste sentido, ao focalizarmos a atenção primária e a conexão
entre Ensino/Serviço/Comunidade, daremos ênfase especial aos limites
e conquistas da atenção em saúde e à construção
de laços e parcerias entre profissionais de saúde, docentes, discentes,
gestores de saúde e comunidade. A Universidade tem destacada responsabilidade
na condução da formação profissional voltada para
a resolução dos problemas e necessidades sociais e na construção
da consciência crítica-reflexiva, necessária à execução
das atividades de forma resolutiva. Torna-se fundamental debater os principais
desafios e prioridades para as políticas públicas que têm
impacto na saúde da população e na condição
de vida das pessoas.
Coordenadores: Luiz Antonio de Castro Santos (UFSB); Waneska Alves (UFJF/GV);
Lina Faria (UFSB)
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37.
Narrativas de práticas de pesquisa qualitativa no campo da Saúde
Bucal Coletiva
A saúde bucal coletiva circunscreve o campo de interesse de investigadores
que usam pressupostos teóricos e metodológicos das ciências
sociais e humanas. Compreende-se que a saúde bucal coletiva se encontra
em pertencimento à saúde coletiva enquanto referencial que pretende
subverter o território odontológico. Com o propósito de
fortalecer esta perspectiva este grupo de trabalho pretende intercambiar estudos
qualitativos que vêm sendo realizados no campo da saúde bucal coletiva.
O processo criativo de análise qualitativa focaliza a política
e a ética da pesquisa de campo enquanto diálogo de identidades
e alteridades. Mas, torna-se fonte de desafios e tensões quando trabalha
a relação dos dados empíricos com a base teórica
escolhida para dar sentido ao material produzido. Pretende-se desenvolver pensamento
crítico (no sentido de questionar suas próprias práticas),
por meio das narrativas dos participantes sobre suas práticas e abordagens
teórico-metodológicas que explicitem seus processos criativos
e de negociação com os dados analisados através do prisma
das teorias escolhidas. Como forma de orientação, sugere-se que
os estudos submetidos ao grupo de trabalho relatem suas práticas em torno
de três pontos: • Especificar brevemente o objeto de pesquisa que
serve como âncora para as práticas e metodologias utilizadas. •
Reconstruir sobre forma de narrativa sua abordagem de análise qualitativa,
onde o uso da teoria representou um desafio, especificando, por exemplo: evidências
teóricas da pesquisa; o uso dessas evidências e o desafio no contexto
da abordagem analítica; como e quando as evidências teóricas
foram selecionadas, integradas, mobilizadas ou imbricadas na análise;
questionamentos ou inseguranças dos diferentes momentos do processo de
análise; procedimentos, dispositivos e técnicas utilizadas para
aprofundar a análise dos dados. • Descrever resultados claros de
desfecho de sua narrativa, incluindo as aprendizagens, conclusões, recomendações
ou questões pendentes sobre o uso de teorias na análise qualitativa.
Coordenadores: Cristine Warmling (UFRGS); Carlos Botazzo ( USP); Elizabethe
Fagundes de Souza ( UFRN)
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39.
Modos de vida, Violência estrutural, Interculturalidade e Cuidado em Saúde: minorias étnico-raciais e grupos vulneráveis
Este GT espera promover o diálogo e a reflexão crítica em torno de múltiplos contextos onde se expressa o complexo saúde-doença-cuidado. Se privilegiará a análise de modos de vida, políticas e práticas de saúde em contextos marcados pela diversidade e desigualdade étnico-racial, pela violência estrutural e formas diversas de produção de vulnerabilidade, bem como, pela articulação e/ou tensão entre saberes e práticas em torno do adoecimento e do cuidado em saúde. A partir deste espectro, destacam-se quatro eixos principais de análises/debates: processos migratórios internacionais contemporâneos e saúde de imigrantes estrangeiros no Brasil; análise de dinâmicas cotidianas das práticas de saúde em contextos interétnicos, focalizando o agir intercultural na saúde e seus desafios; juventude negra no Brasil: identidade, vulnerabilidade social e violência racial; experiências de cuidado e interlocução entre saberes e práticas profissional e parental nas diferentes esferas de atenção à saúde-adoecimento da criança.
Coordenadores: Regina Yoshie Matsue (UNOCHAPECO/UNIFESP), Silvia Angela Gugelmin (UFMT), Leny Alves Bomfim Trad (ISC/UFBA)
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40.
Desafios para uma nova epistemologia social: marcadores sociais da diferença, formação em saúde e arenas transepistêmicas ampliadas
Os desafios implicados na busca por uma nova epistemologia social vinculam-se ao modo como o conhecimento e o senso comum se relacionam, seja na formação em saúde, seja no modo como pessoas tomam determinados estilos de pensamento para enfrentamento do adoecimento ou para se manterem saudáveis. Do ponto de vista da formação, destacamos a relevância dos marcadores sociais da diferença no investimento em uma nova epistemologia, ou seja, a relevância em discutir como gênero, orientação sexual/sexualidade, raça, etnia, geração, classe social, deficiência e outros marcadores se interseccionam e produzem distintos modos de diferenciação de pessoas, grupos, estilos de vida e subjetividades. Desta forma, promover debates sobre atividades de ensino, pesquisa e extensão que tenham interesse nas interações entre múltiplas diversidades e desigualdades produzidas a partir dos marcadores sociais da diferença. Considera-se também relevante a discussão sobre questões contemporâneas, como o espaço de comunicação da internet que se tornou superfície de emergência de estilos de pensamento construídos a partir de combinações variáveis de alguns elementos: incorporação de elementos dispersos e nem sempre coerentes entre si de discursos científicos; atitude de suspeição a priori com relação à ciência, em parte por uma atitude anti-establishment que resvala muitas vezes para teorias conspiratórias; adesão à falácia naturalista, isto é, considerar que o que é “natural” é necessariamente saudável e mesmo terapêutico. Estilos de pensamentos não são simplesmente uma coleção de fragmentos de conhecimentos médicos arcaicos e subordinados à medicina, mas todo um “corpo teórico” com seus próprios experts e mecanismos de legitimação. É relevante, do ponto de vista da Saúde Coletiva, que se entenda como tais estilos de pensamento se desenvolvem e interagem com o campo científico e é também fundamental que o debate sobre as Ciências Sociais na perspectiva dos marcadores sociais da diferença resulte em subsídios e trocas importantes para qualificação da formação em Saúde.
Coordenadores: Cristiane Gonçalves da Silva (UNIFESP), Elaine Rabello (IMS/UERJ)
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41.
Gênero, sexualidade, aborto: ativismos e desafios ético-político
O GT tem por objetivo reunir estudos em diferentes contextos (geográficos, sociais e culturais) sobre a problemática dos direitos sexuais e reprodutivos em suas interfaces com a saúde. Busca-se aprofundar a discussão de como estes direitos estão sendo politicamente articulados e demandados (ativismo e movimentos sociais), implementados ou não (políticas públicas) em um cenário de recrudescimento de ideologias conservadoras, de fundamentalismos de base religiosa, e de crise no âmbito da garantia de direitos humanos, das políticas públicas e serviços de saúde. O GT visa atualizar esta discussão à luz destes novos cenários, analisar as especificidades que se apresentam nos diferentes contextos políticos, sociais e culturais e identificar as estratégias acionadas para a implementação e/ou garantia de direitos sexuais e reprodutivos sob uma perspectiva feminista e LGBTI. A presente proposta se justifica no contexto de ameaça à garantia de direitos já conquistados que presenciamos hoje no país, mais notadamente nas políticas que articulam gênero e sexualidade. Considerando a importância dos posicionamentos éticos e políticos em pesquisas relacionadas a tais temas, esse GT também visa reunir trabalhos que apontem para reflexões suscitadas pelas particularidades ético-políticas da pesquisa social em saúde.
Coordenadores: Cristiane Cabral (USP), Mario Felipe de Lima Carvalho (IMS/UERJ)
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