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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 10:45 - 12:00
GT 38 - Imagens, Olhares e Cotidiano: Estratégias de Visibilização do Outro na Saúde

12080 - A FOTOGRAFIA COMO UMA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO: A VISIBILIDADE DAS EXPERIÊNCIAS AGROECOLÓGICAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FERNANDA DE ALBUQUERQUE MELO NOGUEIRA - INCA, VALÉRIA DA SILVA PINTO - INCA, SHEILA CASTRO - INCA


Resumo/sinopse
Segundo Guran (2012) o ato fotográfico é considerado uma tecnologia de inclusão, pois mostra uma dimensão invisível da informação sobre uma dada realidade, conferindo a esta sentido. Daí a relevância da imagem como testemunho, de representar tudo o que se vê ao mesmo tempo e o que de fato subsiste. Sob esse aspecto, a fotografia constitui-se como uma das principais armas de enfrentamento às culturas hegemônicas que têm acarretado o aniquilamento de culturas demográfica e economicamente mais vulneráveis, como é o caso das populações do campo, das águas e das florestas no estado do Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro é o estado mais urbano do Brasil, com quase 97% da população vivendo em áreas consideradas urbanizadas (IBGE, 2010), mas mesmo assim ocupa o 10º lugar no ranking de estados que mais consomem agrotóxicos no país (MS, 2015). Se analisarmos o consumo de agrotóxicos/hectare, o estado passa de 10º para o 3º lugar no ranking nacional, indicando que nesta região o modo de produção agrícola dominante é baseado no agronegócio. Há poucos investimentos no campo da agricultura familiar, com invisibilidade e ameaça às suas práticas agrícolas tradicionais. Nesse sentido, o uso de imagens através da fotografia pode contribuir para dar visibilidade às experiências agroecológicas que ocorrem no estado. Partindo desse pressuposto, apresenta-se o registro fotográfico das iniciativas agroecológicas como experiências sociais e práticas emancipatórias, em localidades no estado do Rio de Janeiro. Para isso, representantes do INCA em conjunto com representantes dos movimentos sociais – Campanha Permanente contra os Agrotóxicos, Movimento dos Sem Terra, Movimento dos Pequenos Agricultores e do Fórum das Comunidades Tradicionais de Paraty, e, de associações - Associação de Geógrafos Brasileiros e Associação Agroecológica de Teresópolis, identificaram seis localidades no estado para que os registros fossem realizados: Casimiro de Abreu, Paraty, Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Teresópolis e Guapiaçu. Foram realizadas reuniões para identificar os atores chave que pudessem recepcionar os pesquisadores de campo. Assim foi feito para que as comunidades envolvidas pudessem articular seu protagonismo durante a realização das visitas. As imagens revelaram que nesses municípios há variadas expressões de agroecologia, coexistindo com uma cultura globalizada, imposta pelo desenvolvimento de um projeto de modernização neoliberal, sendo protagonizadas por diferentes atores sociais. Em Casimiro de Abreu observou-se que a agricultura familiar é protagonizada pelas mulheres, havendo o reconhecimento delas como trabalhadoras rurais. Ainda nesta localidade e em Teresópolis, ocorrem as feiras agroecológicas que se caracterizaram pela produção familiar ou colaborativa, em que vizinhos trocam produtos para que as barracas reflitam a diversidade, e não a escala, na produção. A prática também parece ser uma forma de valorizar quem está em processo de transição da agricultura convencional para à agroecológica. A comunidade se organiza em prol de uma produção de alimentos seguros, livre de contaminantes químicos através do processo de certificação de produtos orgânicos. Em Campos dos Goytacazes, registrou-se o potencial da agroecologia em promover saúde, através da produção das ervas medicinais e de fitoterápicos. Em Paraty, há uma tentativa de resgatar a relação dos trabalhadores com a terra na formação de uma identidade sociocultural: as comunidades quilombolas e ribeirinhas. E São João da Barra e Guapiaçu são espaços marcados pelos conflitos entre a persistência de práticas agroecológicas tradicionais - o açude da Dona Noêmia, os avanços na urbanização e industrialização, e a organização da população em movimentos sociais (Guapiaçu). Concluiu-se que a fotografia deve ser utilizada para promover maior visibilidade às iniciativas agroecológicas das regiões, já que possuem essencialmente um caráter local e na maioria das vezes geograficamente isolado. As imagens representaram uma organização social contra hegemônica, que existe, persiste e resiste, diante de um modelo de produção agrícola baseado no agronegócio. E dessa forma, assumem uma postura crítica que possibilita a reflexão, o debate e a democratização da informação sobre a temática estudada.


Biografia do autor(es)
1-Tecnologista do INCA. Mestre em Saúde Coletiva pelo IMS/ UERJ. Doutoranda PPGICS/ FIOCRUZ.
2-Psicóloga. Mestre em Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ. Bolsista do INCA.
3-Socióloga do INCA. Mestranda do INCQS/FIOCRUZ.


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