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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 23 - Educação em Saúde - Diferentes Estratégias para Trocas e Produção de Saberes e Conhecimentos

11302 - EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL NA ATENÇÃO BÁSICA: UMA REFLEXÃO SOBRE A AUTONOMIA EM SAÚDE DOS EDUCANDOS
VIVIANE LAUDELINO VIEIRS - CENTRO DE SAÚDE ESCOLA GERALDO DE PAULA SOUZA (FSP/USP), KELLEM REGINA ROSENDO VINCHA - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA (FSP/USP), BRUNA ZILLESG BORGES DOS SANTOS - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA (FSP/USP), SAMANTHA CAESAR DE ANDRADE - CENTRO DE SAÚDE ESCOLA GERALDO DE PAULA SOUZA (FSP/USP), CLAUDIA MARIA BÓGUS - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA (FSP/USP), ANA MARIA CERVATO-MANCUSO - FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA (FSP/USP)


Apresentação/Introdução
A promoção da saúde tem como eixo central a autonomia em saúde, caracterizada pela capacidade de reflexão e decisão dentre as opções em saúde discutidas em um espaço compartilhado, pelo fortalecimento e pela definição de metas e de estratégias para a ação. A autonomia pode ser fortalecida ou neutralizada a partir de diferentes espaços existentes e a atenção básica é considerada um espaço de fortalecimento, frente ao conjunto das ações educativas em saúde desenvolvidas, tal como o atendimento em grupo. Ainda apresentando, muitas vezes, um caráter informacional e prescritivo, exemplos de grupos começam a surgir em uma perspectiva mais ampla, como o grupo operativo, considerado uma estratégia de cuidado e de enfrentamento das condições crônicas de saúde, como as doenças e agravos não transmissíveis, relacionados intimamente com a alimentação e nutrição das pessoas. Nesse sentido, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN), compreendida como o processo de transformação do indivíduo com vistas à autonomia com relação aos seus comportamentos alimentares, vem sendo incentivada amplamente em políticas e em documentos normativos da saúde.


Objetivos
Frente aos desafios atuais que apontam para o desenvolvimento de intervenções em saúde visando à integralidade e à participação social e considerando-se a complexidade e a riqueza que permeiam as ações voltadas à alimentação e nutrição, o presente trabalho discute o processo educativo percorrido por um modelo de grupo de EAN sob a perspectiva da autonomia no contexto da atenção básica em saúde.


Metodologia
Trata-se de pesquisa participante parte do projeto “Comparação de modelos de Educação Alimentar e Nutricional em grupo na Atenção Básica na perspectiva da autonomia em saúde“, realizado no Centro de Saúde Escola Geraldo de Paula Souza, cidade de São Paulo, que conta com nutricionistas na sua equipe. A intervenção desenvolvida teve como referencial teórico o grupo operativo, de Pichon-Rivière, utilizando-se dos vetores de avaliação do processo grupal (pertença, pertinência, cooperação, comunicação, aprendizagem e tele) e caracterizou-se pela existência de 9 encontros, desenvolvidos em 4 meses. Facilitado por nutricionista e contando com um observador, o grupo integrou 7 indivíduos que buscaram atendimento nutricional devido a doenças crônicas, como obesidade, diabetes e hipertensão. Para a compreensão do processo grupal neste trabalho, utilizaram-se conteúdos do diário de campo do facilitador, contendo a descrição dos encontros, registro da comunicação e percepções de sua intervenção.


Discussão e Resultados
Os participantes, ao início, trouxeram conteúdos do senso comum relacionados à alimentação (necessidade de “comer tudo light”) e transferiam ao facilitador a responsabilidade pelo processo, esperando instruções pontuais sobre como atingir seus objetivos (receber “uma lista com aquilo que pode e não pode comer”). Logo, foi necessária a construção do vínculo e do reconhecimento da co-responsabilização, trabalhada pelos vetores da comunicação, cooperação e pertença. Emergiram os papeis de líder, porta-voz, observador e sabotador, revezados quase totalmente entre os participantes. Ao término, percebeu-se que o vínculo foi um agente da produtividade, das mudanças alimentares e da autonomia e que as demandas dos participantes moldaram a proposta inicial dos encontros: alguns buscaram o grupo por questões externas (encaminhamentos médicos ou mobilização de familiares) e, para o desenvolvimento do vetor da pertinência, foi necessária a avaliação constante do processo, em uma etapa de educação em serviço, para direcionamento em prol das demandas emergentes. Foi curioso, assim, verificar que tais demandas voltam-se mais às vidas e sentimentos dos participantes em detrimento das suas doenças.


Conclusões/Considerações Finais
Mesmo sendo um grupo concebido para ocorrer em um espaço de tempo determinado, foi perceptível o processo de transformação que os participantes vivenciaram, sendo esta uma transformação para além da mudança na alimentação, mas também relacionadas à socialização, à maior reflexão sobre o processo de auto-cuidado e o reconhecimento das potencialidades das redes de apoio. Fica evidente que, para a EAN em grupo, são necessários espaços que garantam a fala, escuta e troca, sendo o grupo operativo uma possibilidade real de referencial teórico para tal. O desenvolvimento do processo grupal para as ações na atenção básica, além de mobilizar a comunidade para a conquista da autonomia em saúde, apresenta relevante importância para a qualificação da equipe de saúde para atuação voltada aos princípios do SUS.


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