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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 27 - Educação Alimentar e Recursos Digitais de Socialização na Cultura Contemporânea

10770 - O OLHAR DO EDUCANDO E DO EDUCADOR SOBRE AÇÃO DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL DESENVOLVIDA COM MULHERES DO RECANTO DAS EMAS/DF
LUIZA LIMA TORQUATO - PPGNH/UNB, ELISABETTA RECINE - OPSAN/UNB


Apresentação/Introdução
A Educação Alimentar e Nutricional, campo de ação da Segurança Alimentar e Nutricional e da Promoção da Saúde, tem sido considerada uma das estratégias fundamentais para prevenir e controlar os problemas alimentares e nutricionais contemporâneos e promover ao indivíduo e grupos populacionais uma perspectiva ampliada e sistêmica da alimentação, que contribua para a promoção da prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. Contudo, evidencia-se um hiato entre as teorias e as formulações das políticas públicas da área e as ações desenvolvidas em âmbito local. Essa situação, associada ao lançamento do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (2012), e o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), motivou o desenvolvimento de uma pesquisa-ação planejada e executada com a participação ativa dos sujeitos envolvidos, à luz dos princípios e diretrizes desses documentos que orientam a prática profissional.


Objetivos
Analisar a percepção dos educandos e educadores sobre o processo de ensino-aprendizagem e as repercussões da ação de Educação Alimentar e Nutricional desenvolvida com mulheres na cidade do Recanto das Emas, região administrativa do Distrito Federal.



Metodologia
Trata-se de um estudo de caso reflexivo-interpretativo de abordagem qualitativa conduzido com 13 educandas e 4 educadoras que participaram da ação de Educação Alimentar e Nutricional. Foram realizadas entrevistas individuais do tipo semiestruturada que foram manualmente transcritas e analisadas por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin (1977). Os resultados foram organizados em categorias, sintetizados e interpretados. Destaca-se que todos as participantes preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que o trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília - parecer nº 1.178.760.


Discussão e Resultados
Pode-se avaliar pelas percepções das participantes que a ação educativa contribuiu fortemente para o despertar de uma consciência crítica e holística sobre a alimentação e saúde, possibilitando que as educandas se percebessem como protagonistas de suas realidades e capazes de adotar atitudes proativas de autocuidado e transformação do ambiente. As repercussões da ação envolveram mudanças de hábitos alimentares (preferências por alimentos mais frescos e menos processados, utilização de técnicas de preparo mais saudáveis, busca pela variedade e equilíbrio) e contribuíram para a ressignificação da alimentação, da saúde e da vida em si. Além disso, a inciativa proporcionou a concretização de um trabalho de pesquisa-ação condizente com os princípios do próprio método, da equipe de educadores e dos documentos de referência. As educadoras, nesse contexto, enfatizaram a importância de ir para o campo, de entender as demandas e necessidades locais, da escuta sensível, do diálogo horizontal, do afeto, bem como, do trabalho em equipe multiprofissional e multidisciplinar pautado na colaboração, confiança, ética e cuidado para o desenvolvimento de ações educativas na área.


Conclusões/Considerações Finais
Os achados revelam um grande potencial do processo de ensino-aprendizagem adotado e apontam que utilizar metodologias ativas e participativas baseadas nos princípios e diretrizes dos documentos que orientam a prática podem contribuir com a ressignificação das relações das educandas com a comida, saúde, família e ambiente, propiciando a ação e o protagonismo em prol da alimentação adequada e saudável. Desse modo,espera-se que as reflexões apresentadas contribuam com métodos e abordagens educacionais sensíveis à subjetividade inerente ao ato de alimentar, educar e aprender e estimulem novas possibilidades, encontros, trocas e transformações.


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