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10/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 34 - A Vigilância de quem e para quem: O Papel do Estado e da Sociedade frente ao Agronegócio

11611 - O PROCESSO DE CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL E ALIMENTAR POR AGROTÓXICOS EM MUNICÍPIOS DE MATO GRROSSO
LUÃ KRAMER DE OLIVEIRA - UFMT, WANDERLEI ANTONIO PIGNATI - UFMT, LUCIMARA BESERRA - UFMT


Apresentação/Introdução
Dentre os vários impactos desta cadeia produtiva do agronegócio, os de maior relevância para a saúde do trabalhador, da população e do ambiente são as poluições e intoxicações agudas e crônicas relacionadas aos agrotóxicos. Neste processo agroquímico dependente, os fazendeiros contaminam a lavoura, o produto, o ambiente, os trabalhadores rurais e a população do entorno com o objetivo de atingir o alvo ou as “pragas” da lavoura (inseto, fungo ou erva daninha), tratam-se de poluições intencionais e não “derivas” que culpa o clima ou o pulverizador (AUGUSTO et al, 2012).

O uso intensivo e dependente de agrotóxicos pelo agronegócio no estado de Mato Grosso vem causando diversos prejuízos para a saúde da população e posto em desequilíbrio o ambiente. Mato Grosso é o estado que mais consome agrotóxico no Brasil, tornando cada vez mais necessário uma investigação sistemática dos agravos á saúde e ao ambiente que tais produtos podem desencadear.



Objetivos
Analisar o processo de contaminação ambiental e alimentar por agrotóxicos nos municípios de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Campos de Júlio, por meio da discussão dos dados de produção agrícola, consumo de agrotóxicos e o estudo de matrizes ambientais e alimentares nos municípios.


Metodologia
Devido à complexidade dos fenômenos de contaminação ambiental e alimentar por agrotóxicos é necessário à utilização de abordagens interdisciplinares e participativas (AUGUSTO et al, 2001; BREILH, 2006; PIGNATI et al, 2007; RIGOTTO, 2011). Para alcançar o objetivo da pesquisa foi necessária a integração de diferentes campos do conhecimento aliada à contribuição dos sujeitos envolvidos no ambiente estudado. Os resultados obtidos em cada etapa da metodologia foram analisados em conjunto, para buscar uma aproximação explicativa do fenômeno em estudo.

Este estudo produziu três tipos de informações sobre a contaminação ambiental e alimentar por agrotóxicos: (1) área plantada de soja, milho, algodão e cana, e consumo de agrotóxicos; (2) anotações de aspectos socioambientais dos pontos de coleta colhidas em campo durante a coleta das amostras e; (3) a quantidade de resíduos de agrotóxicos presentes nas amostras de água, sedimento, carne de peixe e carne bovina.



Discussão e Resultados
No ano de 2014, o município de Sapezal foi o principal produtor de algodão de Mato Grosso (99 mil ha), o 4º maior produtor de milho (147 mil ha) e soja (385 mil ha). Campo Novo do Parecis foi o 4º maior plantador de algodão (37 mil ha) e cana-de-açúcar (32 mil ha), o 3º maior produtor de soja (388 mil ha) e o 5º maior de milho (145 mil ha). O município de Campos de Júlio teve a 6ª maior plantação de algodão (26 mil ha), a 7ª plantação de cana-de-açúcar (14 mil ha), a 8ª maior plantação de milho (99 mil ha), e a 13º maior plantação de soja (195 mil ha) (IBGE-SIDRA, 2014).

Foi estimado o consumo de agrotóxicos utilizados no ano de 2014 nos três municípios por meio da metodologia de PIGNATI et al (2014): Sapezal – 7,9 milhões de litros; Campo Novo do Parecis – 6,6 milhões de litros; Campos de Júlio – 3,4 milhões de litros. Coletou-se 18 amostras de água, 17 amostras de sedimento, 36 amostras de peixes e 41 amostras de carne bovina nos três municípios. Foi detectado, mas não quantificado, resíduos do princípio ativo Atrazina em 07 amostras de água e 01 amostras de peixe na região de Sapezal, e o resíduo de Flutriafol em 01 amostra de peixe de Campo Novo do Parecis.



Conclusões/Considerações Finais
Neste estudo verificamos o grande consumo de agrotóxicos e ambientes degradados. A Atrazina é conhecida por gerar agravos agudos e crônicos como: dor abdominal, diarreia, vômitos, irritação nos olhos, irritação das mucosas, reações cutâneas, malformações congênitas, carcinogênico, linfoma non-hodgkin, leucemia, e mieloma múltiplo (DE ROOS et al, 2003). Já o Flutriafol causa irritação ocular, desregulação endócrina e influência no metabolismo energético celular, estresse oxidativo (TENG et al, 2013).

Os municípios apresentaram grandes plantações agrícolas baseado no modelo da modernização conservadora agrícola. Este modelo agrícola, com uma estrutura agrária colonial, com tecnologias de última geração e integrada ao sistema financeiro globalizado, tem sido apontado como um processo de injustiça ambiental (CARNEIRO et al, 2015), sendo o alto consumo e a consequente poluição por agrotóxicos o processo crítico de maior impacto à saúde e ao ambiente nas regiões de grande produção agrícola.


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