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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 37 - Conceitos de Saúde e Doença: A Alteridade em Questão

10935 - AUTOPERCEPÇÃO DA SAÚDE BUCAL E EXPERIÊNCIAS DE PERDA DENTÁRIA: COMPREENSÃO E SIGNIFICADOS A PARTIR DA PESQUISA QUALITATIVA
HELENA WESCHENFELDER CORRÊA - GHC, FERNANDO VALENTIM BITENCOURT - UFRGS, RAMONA FERNANDA CERIOTTI TOASSI - UFRGS


Apresentação/Introdução
Perdas dentárias, bem como a utilização de próteses inadequadas, refletem em limitações funcionais – mastigar e falar –, além de sociais, associadas a mudanças no comportamento, dificuldade de acesso ao mercado de trabalho e insatisfação ou rejeição da aparência física. Tais condições têm potencial para gerar graves repercussões emocionais como diminuição da autoestima, dificuldades de socialização, sensação de envelhecimento e sentimento de constrangimento e humilhação. Neste contexto, o impacto que a perda dentária pode ter sobre a vida das não deve ser subestimado. Apesar de serem temas de interesse da comunidade científica, a autopercepção da saúde bucal, bem como o impacto da perda dentária sobre a qualidade de vida das populações têm sido estudados por meio de indicadores sociodentais, quantitativos (questionário estruturado). Poucos são, ainda, os estudos de abordagem qualitativa encontrados na literatura buscando compreender o significado desta perda dentária na vida das pessoas em seus contextos sociais.


Objetivos
Os temas ‘autopercepção da saúde bucal’ e ‘perda dentária’ compõem esta pesquisa qualitativa cujo objetivo foi analisar a autopercepção da saúde bucal relacionando ao uso e necessidade de prótese dentária e compreender o significado da experiência de perda dentária em adultos e idosos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)/Atenção Primária à Saúde.


Metodologia
A pesquisa buscou fundamentos nos preceitos metodológicos da pesquisa qualitativa (MYNAYO, 2012), caracterizando-se como um estudo de caso (YIN, 2010). O campo de investigação foi o serviço de Atenção Primária à Saúde, Porto Alegre/Rio Grande do Sul. Os participantes foram usuários adultos e idosos do serviço de saúde bucal de uma Unidade de Saúde da Família. A coleta de dados incluiu a observação com registro em diário de campo e a realização de entrevistas domiciliares individuais, seguindo roteiro semiestruturado previamente testado, gravadas em equipamento de áudio e posteriormente transcritas na íntegra. As entrevistas foram conduzidas por dois pesquisadores. A amostra foi intencional seguindo o critério de fechamento amostral por saturação. O material textual foi interpretado pela análise de conteúdo de Bardin (2011) com apoio do software ATLAS.ti (Visual Qualitative Data Analysis). A pesquisa foi aprovada por Comitê de Ética em Pesquisa, iniciando em 2014.


Discussão e Resultados
Participaram das entrevistas domiciliares 66 usuários, adultos (35-44 anos) e idosos (65-74 anos). As categorias emergentes, ou seja, os resultados, foram guiados tendo por base o referencial teórico que incluiu o significado da boca, da experiência de perda dentária e sua substituição, enquanto expressão histórico-cultural de um grupo social (BOTAZZO, 2006; MACENTEE; HOLE; STOLAR, 1997; ROUSSEAU et al., 2014). As narrativas dos usuários do SUS mostraram a perda dentária ligada a limitações na mastigação, aparência física, fala, sorriso, emprego, convívio social e com dor. Tais problemas não apareceram de modo isolado, mas sim associados, afetando a vida das pessoas. Em outras experiências, quando a ausência dentária era de dentes posteriores, não afetando o sorriso das pessoas e não havia dentes quebrados ou dor de dente presente, a perda dentária pareceu não afetar a vida dessas pessoas, mesmo sem a reabilitação protética. A presença de ‘dor’ foi um aspecto que esteve sempre presente nas narrativas de usuários insatisfeitos com sua boca. Pessoas com perda dentária sem reabilitação mostraram o desejo de colocação da prótese, associando-a com melhor qualidade de vida.


Conclusões/Considerações Finais
A complexidade da realização de entrevistas domiciliares com pessoas adultas e idosas, moradoras de diferentes microáreas do território estudado, aliada com a necessidade de qualificação dos entrevistadores, se constituíram desafios importantes no processo de realização da pesquisa. A experiência prévia dos entrevistadores com pesquisa qualitativa, o tempo de duração do estudo e os seminários teóricos foram facilitadores. As entrevistas domiciliares tornaram-se uma opção viável de procedimento para coleta de dados por ter o apoio da equipe de saúde. Os entrevistadores sempre foram acompanhados pelas Agentes Comunitárias de Saúde. A compreensão de como as pessoas percebem sua boca e as experiências de perda dentária constituem-se importantes ferramentas na avaliação da necessidade de tratamento odontológico por equipes de saúde que pretendam atender às necessidades da população, permitindo a análise do significado da boca e da perda dentária na perspectiva dos usuários do SUS.


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