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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 39 - Vulnerabilidade - Aspectos Conceituais/Casos Específicos

11221 - DISPARIDADES SOCIAIS, INIQUIDADES EM SAÚDE E DESVANTAGENS RACIAIS: O IMPACTO NAS CONDIÇÕES DE VIDA E SAÚDE DE PESSOAS COM DOENÇA FALCIFORME
CLARICE - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, JOAO BATISTA BRAGA ALVES - UFBA


Apresentação/Introdução
É inegável que a morbimortalidadeno Brasil está distribuída de forma desigual entre brancos, negros e indígenas. Frequentemente, esses dados acabam sendo justificados pela história de desigualdade e privação social na qual negros e índios estiveram submetidos. Ainda são escassos os trabalhos que se dedicam a pensar como essas desigualdades são construídas e reproduzidas socialmente. A Doença Falciforme é um agravo genético, prevalente na população negra e mais frequente nos estados do Nordeste. Os poucos estudos já realizados sobre o perfil sócio demográfico de pessoas com doença falciforme, apontam que é constituído por maioria de negros, jovens, com baixo grau de escolaridade e renda. Trata-se, portanto, de uma população com grande vulnerabilidade social, fator que compromete a saúde dessas pessoas com impactos negativos na qualidade de vida.


Objetivos
Problematizar a relação entre os determinantes sociais em saúde e a morbimortalidade por Doença Falciforme, discutindo o impacto da vulnerabilidade social nas condições de vida e saúde das pessoas com o agravo.
Investigar como essa relação se expressa na vida de pessoas com DF e suas famílias.


Metodologia
Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com pessoas com DF e familiares, buscando identificar aspectos socio-demográficos e fatores vulnerabilizantes, bem como possíveis impactos desses fatores nas condições de vida e saúde. Também foi realizada uma revisão de literatura em torno das categorias “vulnerabilidade social” e “determinantes sociais em saúde”. Além disso, foi realizada uma intensa revisão bibliográfica para identificação de artigos nacionais e internacionais acerca da relação entre mortalidade por DF e condições de vida e saúde de pessoas com DF.


Discussão e Resultados
O cotidiano das pessoas com DF envolve um processo contínuo de cuidado, tanto no contexto familiar, quanto dos serviços, exigindo por parte da família rearranjos em sua rotina, definição de responsabilidades em torno dos cuidados requeridos e disponibilidade de recursos de ordens diversas. A rotina de cuidados, especialmente à criança com DF, interfere em todo o sistema familiar e muitas vezes dificulta o desempenho de outras funções externas ao ambiente doméstico como trabalho, especialmente no caso das mães. A infância é marcada por privações e constantes internamentos, frequentemente prejudicando a escolarização. Por ser um agravo, crônico-degenerativo, muitas vezes a vida adulta é marcada por dificuldades em manter o vínculo empregatício. Configura-se então um ciclo de empobrecimento e comprometimento da renda familiar, com forte impacto na qualidade de vida dessas pessoas. Alem da vulnerabilidade clinica trazida pela própria sintomatologia da doença, a vulnerabilidade social em interação com a estigmatização racial pode configurar um processo de sobreposições de desvantagens.


Conclusões/Considerações Finais
Através da DF é possível compreender melhor as tramas de relações entre cor e vulnerabilidade social, bem como as estruturas de discriminação engendradas pela classe social. Embora seja uma doença grave, com manifestações complexas e variadas, a DF pode ter seu curso modificado a depender do acesso ao cuidado integral, contínuo e humanizado, de modo que pode ser considerada uma doença crônica ou fatal, a depender do contexto analisado. Não se pode negar que a situação de empobrecimento afete qualquer doença crônica, mas em se tratando de um agravo cujos sintomas aparecem ja no primeiro ano de vida, qualquer tipo de privação pode afetar sobremaneira todo o curso da vida do sujeito. Não raro os adultos, em idade produtiva, ja estão incapacitados para o trabalho por conta do grau de sequelamento. Acrescenta-se ai o impacto disso na qualidade de vida desses adultos.


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