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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 40 - Perspectivas no Ensino e na Formação

11860 - PROJETO DE EXTENSÃO TRAJETÓRIAS: PROTAGONISMO DE USUÁRIOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL NAS AÇÕES DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM SAÚDE.
MARIA INÊS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - BAIXADA SANTISTA, LAIS MARTINS FRANÇA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - BAIXADA SANTISTA, BARBARA SOUZA RODRIGUEZ COVELO - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - BAIXADA SANTISTA


Período de Realização da experiência
Iniciou em 2014 no âmbito do ensino-pesquisa-extensão.



Objeto da experiência
O objeto desta experiência é a valorização do saber da experiência de pessoas que vivem sofrimento psíquico intenso em busca de trazer para o espaço acadêmico olhares periféricos sobre as dimensões do sofrimento e desafios cotidianos destas pessoas. Materializa-se por meio de ações que visam intermediar debates sobre temas relevantes para a compreensão dos desafios enfrentados cotidianamente a partir da necessidade do resgate de cidadania e direitos. Sustenta-se na indissociabilidade da saúde mental e a luta pelos direitos humanos como constituintes de um reposicionamento para produção de novas utopias comprometidas com cuidados em liberdade.


Objetivo(s)
Promover espaço de trocas de saberes sobre saúde mental e direitos humanos, a partir do protagonismo de usuários de serviços de saúde mental inseridos em um plano de ações de ensino-aprendizagem em saúde. Especificamente: Envolver diferentes olhares e modos de produzir conhecimentos sobre o sofrimento psíquico; reunir usuários, alunos, profissionais e pesquisadores em ações de ensino, pesquisa e extensão no campo da saúde mental.


Metodologia
Participam deste projeto usuários e familiares de serviços de atenção psicossocial, alunos de diferentes cursos graduação, pesquisadores e profissionais dos serviços. As atividades acontecem por meio encontros em grupo, rodas de conversas, oficinas e exposições dialogadas, com artifícios que resultam em produções coletivas, representações, murais, apresentações artísticas, poesias, recursos multimídias, dentre outros produtos. O caráter inovador do projeto reside na busca do compartilhamento de saberes, na construção de ações verticalizadas, no trabalho em reciprocidade, possibilitando uma oportunidade de ensino-pesquisa-extensão, em que os envolvidos trabalham em ações conjuntas e produções coletivas. Busca-se a produção de espaços potentes para as trocas de experiências e discussões em que a reflexão e a análise sobre o cotidiano e as dimensões do sofrimento psíquico são colocadas em pauta.


Resultados
Podemos destacar efeitos em duas direções. Por um lado, percebemos que o trabalho coletivo afetou diretamente outras dimensões da vida dos usuários envolvidos, uma vez que proporcionou espaço de exercício de cidadania e compreensão de seus direitos, em que os usuários passaram a desenvolver maior senso crítico e construir novos espaços para exercício do poder contratual e autonomia. Por outro lado, no âmbito do ensino-aprendizagem, os alunos passaram a duvidar das certezas científicas sobre o sofrimento psíquico tomado como transtornos mentais ou doenças psiquiátricas distantes da vida das pessoas que a vivenciam e aproximaram da experiência do sofrimento psíquico e do modo como uma pessoa o vivencia. Dentre os efeitos observou-se o quanto esta proposta serviu para elevar a consciência política, levando os envolvidos a se tornarem mais exigentes e, mais críticos, recusando-se ao contentamento e a gratidão como se bastasse o pouco, a periferia, a exclusão e a
indiferença social.


Análise Crítica
Os desafios emergem da condução dos encontros com metodologias abertas em que trabalhamos uma vez que as ações e reflexões do projeto são baseadas na perspectiva da desinstitucionalização italiana e esta proposta busca a valorização de pessoas como protagonistas de sua história. Nesta perspectiva, o trabalho da reabilitação psicossocial sustenta-se em três pilares: habitat, trabalho e rede social, por isso torna-se essencial a participação de diferentes olhares para a ressignificação das vivências dos participantes.
Como disparadores de discussão, o cotidiano dos serviços e as políticas públicas, são recorrentes e trazidas à cena para se pensar as práticas de saúde mental na atualidade, sob a luz de um novo modo de cuidar do sofrimento humano. Torna-se fundamental aprofundar o debate sobre Direitos Humanos como importante mote de formulação de políticas expressando um conjunto de reivindicações para a vida social e política, um reposicionamento dos valores guias da vida social.



Conclusões e/ou Recomendações
Os envolvidos aperceberam da importância do que estavam, eles próprios, construindo a proposta e o trabalho. E assim eles mesmos passaram a convidar outros que eles julgavam com potencial para se apoderarem dessa ferramenta de valorização do conhecimento/experiência. Também conseguiu arrancar vozes que haviam sido caladas por anos de depreciação, de modo que compreenderam o valor de suas narrativas contadas na primeira pessoa, sensibilizaria e daria visibilidade aos novos profissionais-estudantes sobre a importância e a grandiosidade da empreitada em que estavam a se inserir.


Realização:



Apoio:




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