10/10/2016 - 13:30 - 15:00 GT 10 - Apropriação de Tecnologias Educacionais na Formação dos Profissionais de Saúde |
11894 - CONSULTÓRIO NA RUA:COMO ASSIM? EXPERIÊNCIA DE APROXIMAÇÃO COM SERVIDORES DE UMA INSTITUIÇÃO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL MELINA MAFRA TOLEDO - SES DF, JOSENAIDE ENGRACIA DOS SANTOS - UNB, LUCIANA REGINA FERREIRA DA MATA - UFSJ
Período de Realização da experiência Fevereiro a março de 2014
Objeto da experiência Aproximação com servidores da atenção primária à saúde sobre o consultório na rua na Cidade de Taguatinga do Distrito Federal,
Objetivo(s) Sensibilizar e orientar os trabalhadores da atenção primária, quanto aos princípios e premissas norteadores do trabalho do consultório na rua. Possibilitar junto aos servidores uma discussão sobre o cuidado consigo e com os outros na perspectiva do Consultório na rua.
Metodologia Utilizou-se metodologia ativa.As estratégias pedagógicas abrangeram exposição dialogada, com auxílio de recursos audiovisuais, atividades práticas (simulação de casos), apresentação audiovisual sobre o trabalho do consultório e o vídeo institucional do Ministério da Saúde “A rua não é um mundo fora do nosso mundo”. A fundamentação teórica se deu a partir do cuidado como uma dimensão do ser, Heidegger (2001) . Desta forma, o cuidado é estar à frente de si mesmo e envolver-se com entes no mundo. Cuidar constitui-se, pois, no exercício da pre-ocupação com o acontecer.O cuidado pode ser também uma atitude de solicitude, de atenção para com o outro, de preocupação e de inquietação, uma vez que a pessoa que sente cuidado por alguém, sente-se envolvida e afetivamente ligada ao outro (AYRES, 2004; BOFF, 1999)
Resultados Participaram da intervenção 122 profissionais de diversas categorias.
Durantes os intercâmbios surgiram na quase totalidade, e não surpreendentemente, termos pejorativos relacionados ao imaginário e senso comum evidenciando um estigma relacionado ao termo “de rua” o que remete a representações sociais associadas à marginalidade, à criminalidade, a ignorância e ao uso de álcool e outras drogas. A estratégica da redução de danos também gerou polêmica, o que exigiu cautela na fundamentação. Muitos desconheciam sua existência e trouxeram questões de cunho político e religioso a discussão.Significativos obstáculos ao acesso aos serviços de saúde (relativos a organização institucional e a percepção do processo saúde doença dessa população) foram muito debatidos.
Análise Crítica O trabalho em rede tem o potencial de promover a integralidade do cuidado. Compreender as historias de vida e as trajetórias daqueles que optam por "estarem ou serem" da rua é um desafio para os profissionais. Entender a rede para além da simples reunião de serviços que integram um território, implica uma nova forma de conceber e praticar o cuidado.
Nessa lógica, faz-se de fundamental importância no trabalho com pessoas em situação de rua, exercer a dimensão política do fazer profissional, contribuir para espaços de vocalização destes sujeitos e retirá-los da condição de invisibilidade. Atrelada ao fazer político está a habilidade política de negociar intra/extra instituição intervenções pautadas em suas realidades vividas por esses sujeitos.
Conclusões e/ou Recomendações Na perspectiva das Políticas Públicas o trabalho com a população em situação de rua é um trabalho em construção e desafiador. Faz-se necessário pensar em novas abordagens e processos de trabalho na atenção a saúde dessa população que incluam a equidade no acesso e o reconhecimento das vulnerabilidades sociais, individuais e programáticas. Compreender a realidade dessas pessoas não significa aceitar a imutabilidade, mas a reconhecer como autêntica e complexa, como não sendo um mundo fora do nosso mundo.
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