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11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 28 - Saúde, Produção e Trabalho

11157 - A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO: MEMÓRIA DE ENFERMEIRAS DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.
DANIELA MÁRCIA NERI SAMPAIO - UESB, ANA ELIZABETH SANTOS ALVES - UESB


Apresentação/Introdução
A precarização do trabalho se apresenta como um processo constitutivo do novo metabolismo social que se manifesta da reestruturação produtiva do capital e da formação do Estado neoliberal no país (Alves, 2009). Implica em mudanças emblemáticas no mundo do trabalho, principalmente as relacionadas ao mercado de trabalho, as condições de trabalho, a qualificação dos trabalhadores e aos direitos trabalhistas (PIRES, 2008).
Essas mudanças visam atender ao novo padrão de produção, e trazem repercussões para o campo da organização do trabalho, da saúde do trabalhador, e quando presente no campo da saúde, da qualidade da assistência prestada; o que faz desse estudo relevante.
Assim, percebemos as possíveis faces que a precarização do trabalho pode apresentar na ocasião de sua análise. E diante dessas possibilidades vislumbramos a pertinência em aproximar essa discussão com o tema da memória, entendida como um conhecimento socialmente construído e que pode traduzir ideologias e/ou interesses escusos de grupos dominantes. O que pode propiciar uma compreensão unilateralizada desse processo e favorecer a maior exposição das(os) enfermeiras(os).



Objetivos
Objetivamos com esse estudo analisar as memórias das enfermeiras da Estratégia Saúde da Família sobre a precarização do trabalho e identificar as consequências desse processo para a organização do trabalho, a saúde dessas trabalhadoras e para a qualidade da assistência presta pelas mesmas.


Metodologia
Este trabalho é resultado parcial de um projeto maior, em que seu delineamento parte das nossas experiências e impressões dentro da realidade social que perpassa pelo trabalho da(o) Enfermeira(o) na Estratégia Saúde da Família (ESF) frente ao processo de precarização do trabalho.
Definimos como campo empírico um município baiano; e como sujeitos do estudo 06 enfermeiras que atuaram na ESF no período de 2000 a 2009. A escolha desse período se deu pela efervescência da reestruturação produtiva e de suas implicações no mundo do trabalho no cenário brasileiro e contrario a esse contexto a busca pelo fortalecimento do SUS enquanto Política Nacional de Saúde.
Utilizamos a entrevista em profundidade cujas narrativas foram analisadas à luz da técnica de análise de conteúdo na modalidade temática. Ressaltamos a garantia dos aspectos éticos, sendo o projeto cadastrado na Plataforma Brasil sob o CAAE: 41883615.2.0000.0055.



Discussão e Resultados
As memórias das enfermeiras da ESF sobre a precarização do trabalho se apresentam voltadas ao vínculo empregatício, apesar de reconhecerem a existência de outros fatores como remuneração, condições de trabalho e direitos trabalhistas ao revelar as suas concepções. Porém, com pouca expressividade em suas narrativas.
Na perspectiva de Pollak (1992) isso é possível, pois as memórias construídas coletivamente trazem consigo “elementos irredutíveis, em que o trabalho de solidificação da memória foi tão importante que impossibilitou a ocorrência de mudanças”, e/ou ampliação das mesmas. O que unilateraliza a compreensão esse processo e pode contribuir e ratificar a vulnerabilidade dessas trabalhadoras.
No que consiste as consequências desse processo para a organização do trabalho elas trouxeram a insegurança no trabalho, a falta de recursos humanos e materiais, o que implica diretamente na saúde dessas trabalhadoras com sobrecargas, riscos de acidente e pressões no trabalho; e implica também na qualidade da assistência presta pelas enfermeiras, que muitas vezes adquirem com verbas próprias, como também se desdobram em funções com o proposito de viabilizar o serviço.



Conclusões/Considerações Finais
Com o desenvolvimento desse estudo nos foi possível perceber que a vulnerabilidade dessas enfermeiras a precarização do trabalho não só se constitui em um processo histórico ligado a profissão, mas também a constituição de memórias petrificadas, que se apresentam numa concepção unilateralizada, e que dificulta uma análise mais crítica da realidade objetiva vivenciada por essas profissionais.
No tocante as consequências desse processo, percebemos também que as implicações estão intimamente ligadas, tornando-se a tríade que o traduz – organização do trabalho, saúde do trabalhador e qualidade da assistência prestada – e que assumir a responsabilidade desse processo para si, só vai fortalecer a acumulação flexível do capital e a classe dominante a ele ligada, e consequentemente o enfraquecimento da classe trabalhadora. O que apenas ratifica e traduz a existência de ideologias e/ou interesses escusos na preservação de algumas memórias em detrimento de outras possíveis.


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