11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 31 - Educação Popular e Produção da Saúde |
11670 - PRODUÇÃO COMPARTILHADA DE CONHECIMENTO PARA UMA PROMOÇÃO EMANCIPATÓRIA DA SAÚDE: A MALETA DO LABORATÓRIO TERRITORIAL DE MANGUINHOS FÁTIMA REGINA PIVETTA - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, LENIRA ZANCAN - DCS/ENSP/FIOCRUZ, MARIZE BASTOS CUNHA - DENSP?ENSP/FIOCRUZ, MARCELO FIRPO DE SOUSA PORTO - CESTEH/ENSP/FIOCRUZ, FABIANA MELO SOUSA - LTM/ENSP/FIOCRUZ, JAIRO DIAS DE FREITAS - EPSJV/FIOCRUZ, CLEIDE GUIMARÃES - LTM/ENSP/FIOCRUZ
Período de Realização da experiência A experiência de sistematização e validação dos materiais da Maleta foi feita no período de 2012 a 2014
Objeto da experiência Registro e análise de Oficinas de circulação e validação dos materias de reflexão e apropriação de conhecimentos sobre saúde e ambiente na perspectiva da promoção emancipatória da saúde - filme e livro sobre história e memória do lugar, calendário com o ciclo das enchentes, livro jogo sobre DSS e tuberculose, relato fotográfico e filmes sobre os impactos das políticas públicas no território, entre outros - reunindo professores das escolas locais, profissionais de saúde, estudantes de ensino médio, representantes dos coletivos e movimentos sociais de Manguinhos
Objetivo(s) O trabalho busca contribuir para uma promoção emancipatória da saúde, em sua dimensão metodológica, discutindo o processo de compartilhamento e validação de materiais político-pedagógicos que foram reunidos na Maleta de Trabalho “Reconhecendo Manguinhos” do Laboratório Territorial de Manguinhos (LTM). A “Maleta” é o resultado das experiências de produção, circulação e apropriação de conhecimentos sobre saúde e ambiente desenvolvidas pelo LTM.
Metodologia Seguimos uma metodologia fundamentada na produção compartilhada de conhecimento por comunidades ampliadas de pesquisa-ação (CAP), envolvendo oficinas de discussão com diferentes coletivos locais, moradores, pesquisadores e profissionais de saúde e o registro audiovisual do processo. A análise do processo de compartilhamento se baseou em um esquema analítico referenciado no ciclo da comunicação (produção-circulação-apropriação) para avaliação da Maleta e seus materiais. Foram formulados objetivos e dinâmicas distintas, considerando a particularidade dos grupos e seus conhecimentos e experiências prévias de cada ator.
Resultados Produzimos, além de relatos, registros audiovisuais das oficinas e um vídeo-relatório final. No processo de compartilhamento identificamos reconhecimentos, que reforçam nossa concepção da Maleta como “território em movimento”, capaz de ser apropriada e recriada pelos atores, indício de produção de autonomia, fundamental à concepção da Promoção Emancipatória da Saúde. O processo possibilitou a expressão do acúmulo de conhecimento que há neste território, seja pelo reconhecimento do saber popular nos conteúdos dos materiais, seja quando os conteúdos não respondem às expectativas dos atores; bem como pertinência da linguagem audiovisual no diálogo com públicos e pessoas tão diferenciados.
Análise Crítica Aprendemos que a produção compartilhada de conhecimentos se faz num contínuo “caminho de pedras”, em que metodologia, estratégia e tática, bem como os limites, autonomias, ritmos e tempos dos participantes, se confrontam e se confundem o tempo todo; a potência dessa produção está em seu próprio método e nas mediações para a construção de conteúdos e interatividade, com ampliação permanente dos circuitos de trocas - de saberes, experiências e valores; também que compartilhar é um processo de ressignificações e renomeações.
Conclusões e/ou Recomendações Os atores sociais participantes desta experiência confirmaram as potencialidades da Maleta no sentido de contribuir para uma PS emancipatória, o seu potencial como dispositivo de tradução e comunicação bem como o potencial de reflexão e busca de alternativas de transformação dos determinantes sociais da saúde e da (in)justiça ambiental através dos usos dos materiais individualmente por parte de moradores, coletivos e serviços de saúde e demais equipamentos sociais em territórios em constante processo de vulnerabilização.
|