11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 31 - Educação Popular e Produção da Saúde |
12048 - TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TDIC) NA ESCOLA PÚBLICA: QUESTÕES PARA UM DEBATE NECESSÁRIO PRISCILA TALITA OLIVEIRA SILVA - FIOCRUZ, MARIA DAS MERCÊS NAVARRO VASCONCELLOS - FIOCRUZ, SIMONE AGADIR SANTOS - FIOCRUZ, MARCIO LUIZ BRAGA CORRÊA DE MELLO - FIOCRUZ
Período de Realização da experiência A produção coletiva do texto ocorreu no primeiro semestre do ano de 2015.
Objeto da experiência O presente trabalho é fruto da produção coletiva dos alunos da disciplina “Oito temas para pensar a Ciência, a sociedade e as redes na era da complexidade” ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde – PPGICS do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde/Fundação Oswaldo Cruz.
Objetivo(s) Problematizar como as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) podem contribuir para a construção do conhecimento participativo no contexto das escolas públicas localizadas em favelas;
Problematizar a ideia de que a utilização da tecnologia em si seja capaz de promover uma visão crítica sobre a realidade.
Propor uma abordagem crítica que favoreça a utilização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) como forma de luta e resistência para a transformação da realidade.
Metodologia A disciplina “Oito temas para pensar a Ciência, a sociedade e as redes na era da complexidade” foi realizada sob o formato de roda de conversa com leitura de textos e discussão coletiva. As aulas também foram transmitidas via internet para alunos ouvintes, possibilitando a participação e a colaboração dos alunos em tempo real. Para dinamizar a sistematização da discussão desenvolvida, foi proposta uma produção textual coletiva e colaborativa, através do Google Docs. Esta produção textual foi o trabalho final para a disciplina.
Resultados Mostrou-se complexa a proposta de refletir sobre a utilização das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação como ferramentas para a construção do conhecimento coletivo. Enfrentar esse desafio passa, inicialmente, pela compreensão de que utilizar uma tecnologia em si não garante os resultados educacionais esperados, pois eles dependem da construção coletiva de sentido, implicada em contextos societários, das relações entre educadores e educandos, mediadas pelo ambiente da escola e do território do qual fazem parte. São relações que se constituem baseadas em um projeto político-pedagógico que orienta, consciente ou inconscientemente, os processos educativos em curso (GANDIN, 1994). Assim, são processos condicionados pelas relações sociais edificadas no interior de grupos (classes), tendo por base condicionamentos econômicos, políticos e culturais. Processos marcados por constantes disputas entre interesses privados/mercantilizados e o interesse público.
Análise Crítica A possibilidade de uma construção coletiva de sentido, para o uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, pode ser uma estratégia que ajude a desconstruir o discurso simplista do determinismo tecnológico, que propaga a mera adaptação dos sujeitos às tecnologias, sem levar em conta que sua produção e apropriação são produções histórico-sociais. É preciso pensar: qual projeto político-pedagógico deve fundamentar o trabalho realizado nessas escolas para que a educação desenvolvida contribua de forma efetiva, com possibilidades de transformação social e não a mera adaptação ao status quo vigente? Nesse sentido fizemos a opção por discutir o tema desconstruindo a ideia de que a utilização das tecnologias em si, seja capaz de produzir uma visão crítica sobre a realidade, tão pouco de ajudar a compreender como ela é produzida socialmente.
Conclusões e/ou Recomendações O debate sobre as novas tecnologias da informação e comunicação, fundamentado em uma perspectiva crítica (BARRETO, 2004; SAVIANI,2012), permitiu definir que seu emprego, seja em escolas localizadas em favelas ou em outros espaços, não contribui para processos emancipatórios quando se propõe a mera instrumentalização dos sujeitos. Educadores e educandos não têm de se adaptar aos "avanços tecnológicos", mas sim se apropriar deles com o propósito de favorecer a compreensão de como a realidade é (re)produzida socialmente e quais as possibilidades de luta e resistência para sua transformação.
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