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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 36 - Ensino, Serviço, Comunidade (Integração e Interdisciplinaridade)

11372 - ESTÁGIO EM SAÚDE COLETIVA: CENÁRIOS DE PRÁTICA COMPARTILHADA
LÍVIA GUIMARÃES ZINA - UFMG, MARA VASCONCELOS - UFMG, MARCOS AZEREDO FURQUIM WERNECK - UFMG, JOÃO HENRIQUE LARA DO AMARAL - UFMG


Período de Realização da experiência
A experiência relatada ocorreu durante o segundo semestre letivo de 2015.


Objeto da experiência
Foi objeto da experiência o cenário de prática do Estágio em Saúde Coletiva. A disciplina de Estágio em Saúde Coletiva é ofertada aos acadêmicos do 10o. período do curso de Odontologia da UFMG. Essa disciplina propicia ao aluno a possibilidade de conhecer e atuar no Sistema Único de Saúde (SUS) com espírito crítico e postura ética, por meio do trabalho na atenção primária em Unidades Básicas de Saúde. Além da participação do aluno em ações clínicas e de promoção de saúde, é facultado ao aluno vivenciar os objetivos, princípios e diretrizes do SUS; a Política Nacional de Saúde Bucal no âmbito municipal; o processo de trabalho em saúde e a participação em atividades multiprofissionais.


Objetivo(s)
O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência de uma ação multidisciplinar desenvolvida em um dos cenários de prática da disciplina de Estágio em Saúde Coletiva, na rede pública de saúde do município de Belo Horizonte.


Metodologia
Uma das ações programáticas da disciplina é o diagnóstico situacional do cenário de prática, levantamento de problema local e elaboração de uma estratégia de ação, utilizando-se para isso ferramentas do planejamento estratégico situacional. Em um dos campos de estágio, a partir desse diagnóstico, constatou-se a dificuldade de se realizar o cuidado integral de crianças de 0-12 meses de idade adscritas na região de abrangência do serviço de saúde. No primeiro ano de vida, as crianças passam por transformações significativas, as quais requerem acompanhamento contínuo das equipes de saúde. Diante disso, foi proposto o atendimento compartilhado de pacientes entre 6 a 12 meses de idade, visando a prática do cuidado integrado entre dentistas, médicos, nutricionistas e enfermeiros. O atendimento deu-se em um único dia, com a participação de graduandos da UFMG das citadas áreas, ligados a disciplinas de estágio em saúde coletiva, seus respectivos preceptores e trabalhadores do serviço de saúde.


Resultados
Foram convidados para participar do atendimento as crianças e seus responsáveis, cobertas pelas equipes de saúde do serviço. As crianças foram atendidas e orientadas quanto aos cuidados em saúde. O atendimento se deu de forma compartilhada entre os profissionais/alunos/preceptores. Aquelas que apresentaram necessidades de intervenção em saúde foram agendadas para tratamento. Os acadêmicos realizaram orientações de cuidado em saúde geral e bucal, contemplando as necessidades individuais de cada caso, além do exame clínico para levantamento de necessidades. Foram entregues material educativo, com abordagem para higiene bucal, fases de erupção dos dentes, uso racional do flúor e dieta. Nenhuma criança apresentou lesão de cárie dental, sendo que a maioria das crianças apresentava somente 1 a 4 dentes decíduos presentes na arcada. Os responsáveis pelas crianças mostraram-se satisfeitos, destacando a facilidade de acesso no atendimento da criança por diferentes áreas em um único momento.


Análise Crítica
Essa foi a primeira experiência de cuidado integrado dispensado a crianças na primeira infância no cenário de prática em questão. Barreiras no atendimento, como questões de acessibilidade, inclusão de profissionais da rede de saúde e estagiários, a crença de que criança não precisa de atendimento, além disponibilidade de pais e/ou responsáveis em levar a criança para o atendimento, são fatores importantes que interferem no sucesso de ações como essa. Apesar dos esforços realizados, especialmente pelos Agentes Comunitários de Saúde, que fizeram a busca ativa de pacientes, a procura foi pequena, diante da demanda reprimida. Por outro lado, ganhou-se com a troca de saberes compartilhados entre as áreas afins da saúde, com o trabalho em equipe e o fortalecimento da relação ensino-serviço, a partir da efetivação da prática coletiva.


Conclusões e/ou Recomendações
Essa experiência mostrou-se efetiva, ao favorecer o trabalho em equipe de forma compartilhada, agilizando as ações de cuidado e o atendimento multiprofissional, além de qualificar o processo ensino-aprendizagem. Os próximos passos incluirão a programação de novas ações de atendimento integrado e a expansão para outras faixas etárias, como adolescentes e idosos, sempre com a participação de acadêmicos das diversas áreas da saúde. A consulta coletiva representa uma possibilidade de facilitar o acesso aos serviços de saúde para grupos etários que demandam acompanhamento de cuidadores.


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