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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 36 - Ensino, Serviço, Comunidade (Integração e Interdisciplinaridade)

11899 - DESVELANDO O AMAZONAS: A EXPERIÊNCIA DO VER-SUS A PARTIR DA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO-COMUNIDADE
DAVID GOMES ARAÚJO JÚNIOR - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, MARIA ADELANE MONTEIRO DA SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, ANA SUELEN PEDROZA CAVALCANTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, ANNA LARISSA MORAES MESQUITA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ


Período de Realização da experiência
A vivência acorreu entre os dias 20 à 27 de fevereiro de 2016 em 12 municípios do Amazonas.


Objeto da experiência
O VER-SUS Amazonas parte do princípio da Educação Permanente em Saúde, em que podemos dialogar com as formas de fazer saúde nos diferentes territórios e fazer disso um aprendizado na relação ensino-serviço-comunidade. A experiência da vivência do VER-SUS no Amazonas está na quinta edição e todas foram especiais e diferentes. A proposta foi ter uma experiência no SUS, mas não em um SUS que ouvimos falar e sim num SUS que se faz realidade na região Amazônica. Todas as vezes nos surpreendemos com a capacidade de trabalhadores, profissionais, gestores e população de fazer o SUS funcionar nas situações mais difíceis que a realidade do país possa apresentar.


Objetivo(s)
O estudo em trama tem como objetivo relatar a experiência de estudantes universitários no programa “Vivências e Estágios na realidade do Sistema Único de Saúde”. Procurando relatar as vivencias das diferentes formas de fazer saúde na realidade dos municípios amazônicos, desde território ribeirinho, rural, urbano e indígena.


Metodologia
Relato de experiência, vivenciado por acadêmicos do curso de Bacharelado em Enfermagem, no programa VER-SUS Amazonas. Contou com a participação de acadêmicos, provenientes de instituições de ensino público e privados dos estados do Amazonas, Ceará, Maranhão e Brasília, dos mais diversos cursos, pertencentes ou relacionados à área da saúde e humanas: enfermagem, medicina, saúde coletiva e ciências sociais. A vivência ocorreu no mês de férias escolares, fevereiro de 2016, simultaneamente em algumas cidades do estado amazônico, sendo uma na capital e as demais no interior: Autazes, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Borba, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Manacapuru, São Sebastião do Uatumã, Tefé, Nova Olinda do Norte e Manicoré. A seleção dos estudantes que participaram desta vivência foi realizada de modo on-line, através do site http://versus.otics.org conveniado ao Ministério da Saúde. Com base nos critérios da comissão local foram selecionados 74 estudantes e 12 facilitadores.


Resultados
Durante toda a vivência do VER-SUS, os alunos se depararam com os mais distintos cenários e realidades da saúde brasileira, perpassando pela atenção primária, secundária e terciária, além de sua gestão. Todos os estudantes selecionados tiveram a oportunidade de conhecer diferentes instâncias em que o SUS atua como Unidades Básicas de Saúde (UBS), Hospitais (regionais e municipais), Conselhos Municipais de Saúde, Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Secretarias de Saúde e Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), além de participar de reuniões com as comunidades locais, com os movimentos sociais e com as instituições de ensino. Após cada dia de estágio, os participantes debatiam as situações vistas em forma de sistematizações e elaboravam relatórios, destacando pontos importantes como as potencialidades, às situações limites e as possíveis intervenções a serem traçadas para cada local/situação.


Análise Crítica
A partir da vivencia pode-se observar que envolver conhecimento estruturado no território para a mudança na saúde da população é um grande desafio no SUS. O trabalho em equipe, que deveria atender a multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade, envolvendo as peculiaridades de cada profissão, acaba sendo sempre amarrada a forma individualista de trabalho de cada profissional, o que não contribui para a efetivação das ações de promoção de saúde. Quanto aos espaços vivenciados na gestão não foi possível perceber o reconhecimento da gestão acerca do seu próprio dever e da comunidade acerca dos seus direitos, fazendo com que os problemas locais sejam tratados de forma generalizada, e não com enfoques específicos daquela população, acarretando em um sistema de saúde verticalizado.


Conclusões e/ou Recomendações
As barreiras entre as universidades e a inserção do aluno em todos os âmbitos do SUS, não havendo um real conhecimento da realidade do mesmo, gera um distanciamento na promoção de debates e reflexões práticas voltadas a conhecimentos e ação de saúde da população. Contudo, o VER-SUS, como dispositivo de ensino, desperta o contato com o novo, a sensação de incômodo e o desejo de ação de cada participante no seu processo de formação, bem como futuramente na sua atuação profissional. O acúmulo de experiência e vivências acaba por produzir estímulos e mudanças na visão dos estudantes.


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