Já é inscrito no CSHS 2016?

 

Página Inicial

Sobre o Congresso

Comissões

Convidados

Programação

Inscrição

Cursos e Oficinas

Trabalhos

Grupos Temáticos

Ampliando Linguagens

Ato Público

Perguntas Frequentes

Sobre a Identidade Visual

Notícias do Evento

Local do Evento

Hospedagem

Fale Conosco
 


Grupos Temáticos

11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 37 - A Ad(diversidade) do Trabalho na Saúde em Foco: Sujeitos, Competências e Tecnologias

11364 - ARQUEOLOGIA DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE BUCAL E ORGANIZAÇÃO TECNOLÓGICA DO TRABALHO NO SUS
FABIANA SCHNEIDER PIRES - UFRGS, CARLOS BOTAZZO - USP, GRACIELA SOARES FONSÊCA - UFFS


Apresentação/Introdução
Historicamente Saúde Bucal confunde-se com Odontologia e se caracterizou centrada em procedimentos, operando numa boca como órgão fragmentado e destituído de corpo. Ao planejar suas ações ou organizar a prática clínica, as diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal - PNSB se baseiam em dados epidemiológicos de cárie e doença periodontal, desconsiderando as demais doenças bucais e subjetividades produzidas na condição do adoecimento. Estas ações de vigilância à saúde voltam-se à erradicação da cárie de forma reincidente, ao longo dos anos e das políticas de saúde, reforçando que tecnologias duras e biomédicas permanentemente sustentam a concretude da prática pública. A atual PNSB indica e orienta ações que transformem esta prática e promovam novos arranjos tecnológicos no processo de trabalho, com vínculo e com¬prometimento na relação entre os atores. É clara a necessidade de melhorar a formação dos profissionais na direção de uma prática profissional sensível ao cotidiano daqueles para os quais se planeja um projeto terapêutico. É necessário repensar a tecnologia do cuidado como possibilidade da atenção com integralidade e de legitimação da saúde como qualidade de vida.


Objetivos
Compreender nas políticas de saúde bucal qual a organização tecnológica esteve colocada e se esta poderia ser o fio condutor para as práticas, tecendo percursos e encontrando regularidades teóricas, compreendendo mudanças no modelo, no qual convivem a técnica e a perspectiva de integralidade, autonomia dos sujeitos, promoção e vigilância à saúde. Assim seria possível apreender a materialidade do enunciado ao longo da história e suas consequências para a formulação de políticas, o que poderia iluminar impasses localizados na condução da mudança do modelo de atenção que propõe a atual PNSB.


Metodologia
Para estudo das políticas de saúde bucal e da organização tecnológica do trabalho no âmbito do SUS, no histórico das políticas e seus modelos de atenção, foi utilizado o discurso real, pronunciado, existente como materialidade, definindo um método arqueológico a partir das políticas de saúde bucal, descortinando o discurso, o enunciado e o saber sob a ótica das construções teóricas de Foucault (Arqueologia do Saber, 1997). Utilizou-se de revisão de documentos normativos do SUS e de publicações do período de 2000 a 2012 buscando apreender as possíveis materialidades dos enunciados sobre saúde bucal e a categoria central -o objeto de pesquisa no percurso desta pesquisa - foi a organização tecnológica do trabalho, posto constituir-se como ponto convergente das políticas, desvelando- se como meio, como diretriz para modelo de atenção e também como política pública.


Discussão e Resultados
A odontologia caracteriza modelos de atenção em saúde bucal desde a década de 1950 até 2000 e vinha sendo uma forma de política, reproduzindo a técnica odontológica no setor público de forma acrítica. As ações, alicerçadas na tecno-ciência odontológica, conduziram os serviços públicos para a exclusão da maioria da população de benefícios e tecnologias de cuidado. Mesmo com novas diretrizes propostas pela atual PNSB, em diferentes partes do Brasil (com particularidades geográficas, demográficas, políticas e econômicas) se encontram descompassos entre política e prática no cotidiano. Predominam características do modelo tradicional, indicando que incentivos financeiros não são suficientes para promover mudanças. Destaca-se um nó crítico: a real possibilidade de estabelecer um modelo com base no ideário do SUS. A epidemiologia poderia constituir-se ferramenta fundamental (aproximando modelos assistenciais do ideário de universalidade, integralidade e equidade) ao fomentar discussões sobre os determinantes sociais das doenças bucais, mas seus índices balizam arranjos tecnológicos e formatação dos modelos e passam a sustentar e organizar até mesmo a prática clínica.


Conclusões/Considerações Finais
O método possibilitou delinear, nas políticas enquanto conjunto, delimitadas por conjunturas econômicas e sociais que conformam o pano de fundo, quais tecnologias respondem às necessidades em saúde bucal. Tecnologias que operam o trabalho vivo em saúde, que são ao mesmo tempo projeto terapêutico e recorte de objeto, na medida em que dispõem trabalhadores e instrumentos/material na execução de práticas reveladoras de saberes. Não quaisquer saberes, mas aqueles que podem constituir o saber operatório do trabalho e que não tem considerado a dimensão solidária e humana da prática em saúde nem discutido o envolvimento subjetivo do profissional ou usuário na produção viva do cuidado em saúde. O vínculo – pressuposto das ações no novo modelo – e a perspectiva da subjetividade na prática clínica odontológica, menosprezada pelo viés programático das políticas de saúde, devem ser valorizados, enfatizados e almejados. Para equipes de saúde, gestores e centros formadores em saúde. Para todos.


Realização:



Apoio:




Desenvolvido por Zanda Multimeios da Informação