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Grupos Temáticos
10/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 28 - Promoção e Proteção da Saúde do Trabalhador |
11459 - DIVISÃO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE DA UFRGS: RESSIGNIFICANDO O OLHAR PARA A ATENÇÃO À SAÚDE DO SERVIDOR NA UNIVERSIDADE. GISLAINE THOMPSON DOS SANTOS - UFRGS, MARIANA BELLO PORCIUNCULA - UFRGS
Período de Realização da experiência A experiência relatada está em curso e em fase de consolidação, tendo inicio em outubro de 2015.
Objeto da experiência Tem-se como objeto da experiência o trabalho executado pela equipe da Divisão de Promoção da Saúde (DPS) da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas da UFRGS, em sua interface com a Política Nacional de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal. Trata-se da ressignificação do olhar voltado para a saúde do servidor da Universidade, transpondo uma lógica eminentemente assistencialista para uma em que a saúde do servidor seja entendida em sua dimensão mais ampla, e que contemple todos os aspectos que permeiam a intersecção saúde, trabalho e sociedade.
Objetivo(s) O objetivo deste resumo consiste em contextualizar a criação da Divisão de Promoção da Saúde e analisar sua interface com a Política Nacional de Atenção à Saúde do Servidor, identificando obstáculos, potenciais e caminhos. Pretende identificar a existência de tecnologias leves, e seu potencial transformador na gestão do cuidado em saúde na instituição (Merhy, 2002).
Metodologia Trata-se de um relato de experiência, que apresenta a criação de uma Divisão de Promoção da Saúde, em consonância com o contexto das Políticas Nacionais de Saúde e Segurança do Trabalhador e a Política Nacional de Saúde específica do Servidor Público Federal. Apresenta um relato sobre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e sua estrutura organizacional relacionada à atenção à saúde dos servidores em âmbito local. Tem como ponto de partida a Divisão de Promoção da Saúde, onde se faz uma análise de sua inserção na estrutura organizacional, sua proposta institucional de trabalho e a interface com as políticas nacionais associadas. A partir do contexto relatado, busca-se a identificação de potenciais obstáculos, fatores geradores de resultados e caminhos sugestivos de percursos a percorrer.
Resultados A Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS é uma instituição de ensino superior pública brasileira e possui 5.590 servidores efetivos. Em sua estrutura, o Departamento de Atenção à Saúde – DAS da Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas é o órgão responsável pela atenção à saúde do servidor através de ações de promoção, vigilância e prevenção de agravos à saúde. A Divisão de Promoção da Saúde – DPS foi instituída no organograma do DAS em outubro de 2015, com o objetivo de atender às diretrizes nacionais da Política de Atenção à Saúde do Servidor Público Federal. Resulta da união de um serviço ambulatorial, formado por profissionais de enfermagem e uma divisão de atenção psicossocial, composta por assistentes sociais, psicólogos e psiquiatra. Os profissionais passaram a constituir uma equipe única, multiprofissional e diversa, em atividades e visões em, e sobre saúde, tendo por objetivo estabelecer políticas institucionais de promoção da saúde do servidor.
Análise Crítica O trabalho pode gerar e modificar as condições de viver, adoecer e morrer dos homens, dignificando-os e/ou causando-lhes sofrimento quando executado em condições inadequadas, não condizentes com suas capacidades psicofisiológicas (MARZIALE, 2010). Aos servidores federais, em 2010, é publicado o Subsistema Integrado de Atenção a Saúde do Servidor - SIASS, que define, entre outros, que as ações de promoção, prevenção e acompanhamento da saúde tem, por objetivo, “intervir no processo de adoecimento do servidor, tanto no aspecto individual quanto nas relações coletivas no ambiente de trabalho”. Neste contexto, a criação da DPS desconstitui a visão rígida de saúde, ampliando o espaço de debate das políticas institucionais, construindo-se na (a)diversidade e propondo uma ressignificação na busca de entender a saúde enquanto um fenômeno que depende da alteridade dos sujeitos. O desafio se dá na conformação desta nova proposta, na micropolítica deste trabalho em saúde (Merhy, 2007).
Conclusões e/ou Recomendações Entende-se que esta nova configuração na estrutura organizacional constitui-se, como citam Deleuze e Gattari (1996), como uma linha de fuga na organização e possibilita uma ressignificação do olhar em saúde na instituição. Estabelece a possibilidade de construção coletiva sob um alicerce anteriormente determinista e impositivo. Cabe aos atores envolvidos a busca de momentos intercessores, que não aniquilam a estranheza, mas possibilitam novas construções e estranhezas, como inspira-nos Deleuze (1992).
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