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10/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 40 - Marcadores Sociais da Diferença e Formação

12041 - PERSPECTIVA PÓS COLONIAL NO ENSINO DE CIÊNCIAS SOCIAIS NA GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
FLÁVIA CARMO FERREIRA - UNICAMP, NELSON FILICE DE BARROS - UNICAMP


Apresentação/Introdução

O presente trabalho é fruto do projeto de pesquisa de doutorado que teve início em agosto de 2015. A história da saúde coletiva brasileira é bastante característica do País, fruto de longa caminhada e relacionada ao movimento de reforma sanitária brasileiro. Everardo Nunes, 1994, resgata a trajetória histórica e conceitual do termo ao afirmar que o primeiro momento é fruto do pensar sobre Medicina Social e Preventiva. Posteriormente criam-se pós-graduações e residências médicas em medicina preventiva e saúde pública. O terceiro momento veio com a criação da ABRASCO e do CEBES em 1979 que se tornam espaços de resistência crítica em relação à saúde e as políticas de prevenção e pedem a criação de uma Saúde Coletiva. Coletivo como um conceito dinâmico, fruto das relações sociais e promotor de autonomia dos sujeitos. Desse modo a saúde coletiva enquanto campo científico foi construído no encontro das ciências da saúde com as ciências sociais. E o resultado desse encontro é a tentativa de elaborar um saber-fazer-ser que pense saúde além da ausência de doenças. Atualmente, no Brasil, segundo o MEC, existem 32 cursos de graduação plena em Saúde Coletiva em 14 universidades.


Objetivos

Objetivo: Analisar a identidade dos professores de ciências sociais nos cursos de graduação em Saúde Coletiva e verificar a formação do professor de ciências; conhecer quais conteúdos de ciências sociais são ensinados aos estudantes de graduação em saúde coletiva;


Metodologia
Metodologia: A metodologia escolhida para o presente projeto será a pesquisa qualitativa com base na análise temática de conteúdo.
A amostra desse estudo compõe-se de 32 cursos de graduação em saúde coletiva existentes no Brasil. Serão analisadas as diretrizes curriculares nacionais do curso de saúde coletiva, o projeto politico pedagógico de cada curso, as ementas das disciplinas/conteúdos de ciências sociais. A pesquisadora utilizará também como instrumento de coleta de dados entrevistas semiestruturadas com os professores responsáveis pelo conteúdo de ciências sociais.




Discussão e Resultados
Portanto a construção da graduação em saúde coletiva requer professores das áreas de ciências sociais e professores da área ciências da saúde, assim, como foi pensado historicamente e conceitualmente a saúde coletiva. Desta forma qual a identidade dos professores de ciências sociais na graduação em saúde coletiva.
O conceito de identidade e o referencial teórico utilizados nesta pesquisa são os autores do pós colonialismo como Stuart Hall Frantz Fanon. Para Stuart Hall a identidade está em constante articulação, é um processo de permanente busca de estabilização entre o interior e o exterior, o mundo pessoal e o mundo público, internalizando sentimentos subjetivos em lugares objetivos. O professor de ciências sócias na saúde coletiva está na fronteira, no “entre-lugar”, um espaço tênue, onde não há um definição exata que promova o conforto. São professores dispersados da “sua terra natal”: os institutos de ciências humanas e sociais.



Conclusões/Considerações Finais
A discussão que decorre da utilização do referencial dos estudos pós coloniais é pensar sobre identidades como processos de produção social, como processos que envolvem relações de poder. Para Tomaz Tadeu da Silva ver a identidade como uma questão de produção social significa tratar as relações entre as diferentes culturas não como uma questão de consenso, de diálogo ou comunicação, mas como uma questão que envolve, fundamentalmente, relações de poder e de violência simbólico ao considerar o saber do outro como um não saber, por exemplo.


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