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10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 1 - Etnografias de/em Serviços de Saúde

11651 - OS DESAFIOS DE UMA ETNOGRAFIA EM SERVIÇOS DE ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM HANSENÍASE EM CUIABÁ - MT
LIDIANE AVILA - UFRJ, JAQUELINE FERREIRA - UFRJ


Apresentação/Introdução
Os estudos etnográficos que analisam contextos da área de saúde têm crescido nas últimas décadas e vêm sendo realizados por múltiplos profissionais, revelando a diversidade de concepções e práticas em torno dos processos saúde e doença, envolvendo profissionais e adoecidos em suas reflexões.
Analisamos neste estudo reflexões etnográficas referentes à pesquisa de campo realizada em serviços de atenção básica, de média e alta complexidade, com enfoque no atendimento às pessoas com hanseníase na cidade de Cuiabá – MT. A hanseníase tem apresentado alta prevalência no Brasil e o estado de Mato Grosso lidera o ranking nacional. Além de ser estigmatizante, a doença produz impactos sociais na vida dos adoecidos, como por exemplo, os acometimentos neurais e incapacidades físicas, especialmente quando o diagnóstico e tratamento são realizados tardiamente.
Os resultados desse recorte se referem à inserção da pesquisadora principal em campo, ao acompanhar o dia-a-dia, os costumes, os intervalos, as conversas, os atendimentos, os comentários, no intuito de compreender as dinâmicas institucionais de serviços públicos de saúde.


Objetivos
Analisar relatos de diário de campo realizados em serviços públicos de saúde com enfoque nas concepções e práticas de profissionais de saúde envolvidos no diagnóstico e tratamento de hanseníase.


Metodologia
O método etnográfico foi adotado por favorecer uma compreensão pormenorizada das concepções e práticas que incidem no atendimento aos adoecidos.
A técnica de observação participante vem sendo desenvolvida em um exercício de reflexividade, aproximação e distanciamento dos serviços de saúde. Como destaca DAMATTA (1981), em um movimento de transformação do familiar em exótico e o exótico em familiar.
Ao considerar o momento de entrada em campo e de estabelecimento de uma relação com os profissionais de saúde fundamental à realização de todo o estudo, levantamos as principais dificuldades encontradas em quatro meses de imersão nesses espaços. Optamos por não realizar, a princípio, entrevistas individuais. Por isso, os relatos analisados partem de conversas informais a partir de casos de pacientes, no intuito de estabelecer uma relação cotidiana com os profissionais.




Discussão e Resultados
Ao adentrar os serviços de saúde, contatar os profissionais e explicar como faria este estudo, fui inicialmente identificada de duas formas. A primeira, como uma “avaliadora” da qualidade dos serviços. A segunda, como psicóloga, que é minha formação, em busca dos aspectos estigmatizantes da hanseníase.
Como uma avaliadora dos serviços, nas observações que realizei percebi uma mudança da parte dos profissionais, que buscaram me mostrar a infraestrutura dos serviços, os atendimentos, ou as razões pelas quais eram considerados “referência” no atendimento, ou como na atenção básica, por exemplo, que eu estava no lugar errado e que naquela região não haviam casos de hanseníase. No segundo caso, alguns profissionais reforçavam o quanto era importante ter uma “equipe multiprofissional” para atender aos pacientes, pois o grande problema da hanseníase era justamente o estigma, ou o mal que ela fazia ao “psicológico” dos pacientes. Não obstante, a ideia de avaliar um serviço pode estar implícita ao lidar com uma doença que produz sofrimento à quem adoece.


Conclusões/Considerações Finais
As observações iniciais têm apontado que mesmo entre profissionais a hanseníase é uma doença que mutila e estigmatiza. Outros estudos também evidenciam discursos que interpenetram-se nas falas de adoecidos e de profissionais. Parece haver, no meio médico, uma hierarquia entre as especialidades que coloca um médico que atende hanseníase em posição inferior a outros.Compreendemos fragmentos dessa realidade, a partir daquilo que o outro diz, ou mostra e neste caso, inúmeros e complexos são os aspectos que incidem sobre o diagnóstico e tratamento, sobre a vida dos adoecidos. Considerá-los dentro de um contexto mais amplo será também importante para explicar os percalços e limitações que atuam sobre a prática profissional.


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