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11/10/2016 - 13:30 - 15:00
GT 4 - Vulnerabilidade, Direito à Saúde e Humanização

11626 - PROJETO DE EXTENSÃO EQUIDADE AO NASCER: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
IONARA MAGALHÃES DE SOUZA - UFS, CAMILA BATISTA DOS SANTOS - UFS, JESSICA LIMA BASTOS - UFS, FERNANDA DE JESUS SANTOS - UFS, RENATA JARDIM - UFS, DANIELA SOUZA DA SILVA - UFF


Período de Realização da experiência
A experiência relatada iniciou em outubro de 2015. O projeto de extensão encontra-se em andamento.


Objeto da experiência
Ações de educação em saúde desenvolvidas com grupos de gestantes cadastradas nas Unidades de Saúde do município de Lagarto-SE.


Objetivo(s)
Relatar a experiência do Projeto de Extensão intitulado Equidade ao Nascer desenvolvido com gestantes nas Unidades Básicas de Saúde do município de Lagarto-SE.


Metodologia
O Projeto de Extensão intitulado “Equidade ao Nascer” consiste em desenvolver rodas de conversas com gestantes sobre empoderamento materno, direito ao acompanhante, desmistificação de mitos sobre a gravidez e plano de parto; descrever o perfil das gestantes e caracterizar a assistência. Estas atividades são realizadas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município sede da região Centro Sul do estado de Sergipe. Foram realizadas entrevistas com as gerentes das UBS com a finalidade de conhecer o perfil das gestantes, as atividades direcionadas à saúde materno-infantil, a composição das equipes de saúde, o número de gestantes de baixo e alto risco assistidas pelas equipes, a periodicidade das consultas pré-natal, a realização do teste rápido para sífilis, a forma de captação ativa de gestantes, bem como, as orientações quanto ao tipo de parto realizado, a existência de planejamento familiar e o conhecimento da gestante sobre a maternidade de referência.


Resultados
Nas rodas de conversa observou-se abertura ao diálogo, predileção pelo parto vaginal, pouco conhecimento sobre o uso do plano de parto e o direito ao acompanhante. Foram consideradas 10 UBS, 20 equipes de saúde e 344 gestantes cadastradas pelas UBS no período. Após o consolidado das entrevistas, constatou-se que apenas cinco equipes de saúde estavam completas. As gestantes são, em sua maioria, jovens, com média de 22 anos de idade, nível socioeconomicamente baixo, realizam, em média, seis consultas pré-natal. Do total, 21% são caracterizadas por gestações de alto risco. Os ACS realizam a captação ativa e acompanhamento das gestantes. O Planejamento Familiar ocorre, mas, contrariamente, ao que se preconiza, se restringe à entrega do anticoncepcional Apesar de todas as unidades disponibilizarem o teste rápido para o diagnóstico de sífilis, em uma das unidades foi relatado que nem todas as gestantes realizam esse teste. Algumas gestantes não conhecem a maternidade onde realizarão o parto.


Análise Crítica
A atenção à saúde da mulher no Brasil durante gestação e parto tem sido um grande desafio a ser enfrentado. O modelo obstétrico contemporâneo compreendido como medicalizante, hospitalocêntrico e tecnocrático expõe as mulheres e recém-nascidos a altas taxas de intervenções com grande potencial de provocar danos. Intervenções como a episiotomia, o uso de ocitocina e a cesariana são rotineiras e atingem a quase totalidade das mulheres que dão à luz em hospitais no país. Na busca pela autonomia da mulher, destacam-se as ações de educação em saúde e a elaboração de um plano de parto que seja respeitado pelos profissionais que a assistirem. O plano de parto é preconizado pela OMS e consiste em um plano individual protagonizado pela mulher, que determina as condições do parto, sendo comunicado a seu companheiro, familiares. Preconiza-se a garantia do direito de ter um acompanhante de sua escolha; de ser informada sobre todos os procedimentos, podendo inclusive sinalizar aqueles que não quer.


Conclusões e/ou Recomendações
Esse projeto possibilita uma aproximação com as gestantes. Foi possível realizar um levantamento das gestantes que são assistidas pelas equipes da Estratégia Saúde da Família e das ações desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde. O parto é um evento social que integra o rol das experiências humanas mais significativas para os envolvidos, trata-se de um processo fisiológico normal que requer cuidado e acolhimento. Evidenciam-se a necessidade de mais ações de educação em saúde e melhorias na assistência obstétrica, de modo a assegurar a longitudinalidade do cuidado e a equidade ao nascer.


Realização:



Apoio:




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