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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 10 - Educação Emancipatória e Apropriação Tecnológica em Saúde

11848 - O USO DE TDIC NA ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA EM RADIOTERAPIA: CONJUGANDO A INOVAÇÃO PEDAGÓGICA À FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES DA SAÚDE NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO CRÍTICA
ALEXANDRE MORENO AZEVEDO - FIOCRUZ, SERGIO RICARDO DE OLIVEIRA - FIOCRUZ, VIRGÍLIO MAGALDE DE AZEVEDO - FIOCRUZ, CLAUDIA BRANDÃO GONÇALVES SILVA - MINISTERIO DA SAÚDE/SGTES-MS, MARIO JORGE SOBREIRA DA SILVA - INCA


Período de Realização da experiência
A experiência formativa interinstitucional acontece entre janeiro de 2016 e dezembro de 2017


Objeto da experiência
O SUS enfrenta a transição demográfica e a conjugação entre doenças crônico-degenerativas e às infecto-parasitárias. Estudos preveem que o Brasil terá 600 mil casos de câncer. A detecção, o diagnóstico e o tratamento precoce podem reduzir a mortalidade e aumentar a qualidade de vida. No entanto, cerca de 90 mil pacientes não terão acesso ao tratamento, em parte pela falta de técnicos. O Curso de Especialização Técnica de Nível Médio em Radioterapia com Ênfase em Aceleradores Lineares formará técnicos de nível médio, com formação em Radiologia, associado a RET-SUS, o INCA e a SGTES-MS sob a coordenação do LABMAN/EPSJV em atenção a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer.


Objetivo(s)
A proposta pedagógica articula as dimensões da multidisciplinaridade, da humanização e da integralidade na atenção oncológica às necessidades de aprendizado de conhecimentos técnicos e tecnológicos biológicos e físicos, bem como à análise crítica do processo de trabalho técnico em radioterapia; associando diferentes práticas educativas e estimulando alunos e docentes no uso de comunidades práticas mediadas pelas TDIC. O Curso visa a formação integral e crítica de trabalhadores de nível médio da saúde com foco no enfretamento dos desafios da atenção oncológica.


Metodologia
O curso está organizado em torno dos eixos Ciência, Saúde e Trabalho, formados pelas seguintes etapas a) teórica, na qual além dos conteúdos tecnocientíficos, serão trabalhados conteúdos de políticas públicas, legislação, bioética, processo e relações de trabalho em saúde; b) prática nas quais os discentes vivenciarão, sem simulações, situações concretas enfrentadas pelos serviços públicos de atenção oncológica; c) atividades desenvolvidas no espaço virtual mediadas por ferramentas TDIC, cujo intuito é favorecer o processo de construção de conhecimentos teórico-práticos e a autonomia dos discentes. O intuito é que comunidade de práticas, entre alunos e docentes, extrapole o período do curso. A proposta político pedagógica do curso valoriza as diferentes formas de inserção no mundo do trabalho em saúde, as experiências dos discentes nos serviços locais de atenção oncológica, além da diversidade sociocultural. O processo educativo baseia-se na teoria da aprendizagem significativa.


Resultados
O Curso formará 160 trabalhadores técnicos, distribuídos em 5 turmas, vinculados à rede de atenção oncológica das 5 regiões do país. Cada uma das turmas ocorrerá regionalmente, utilizando as instalações das Escolas Técnicas do SUS mais próximas ao local de trabalho do aluno. O Curso é uma experiência piloto. Após análise crítica dos resultados, a previsão é organizar outras turmas em consonância com a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, com o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas não Transmissíveis e com os anseios dos próprios trabalhadores técnicos por ações formativas mais frequentes. Outro resultado relevante é a produção de material didático para subsidiar os momentos presenciais, as atividades no espaço virtual, bem como os debates na comunidade de práticas. A carência de materiais focados nas atividades dos técnicos de nível médio na radiologia é outra dificuldade enfrentada pelos trabalhadores para sua formação permanente.


Análise Crítica
Embora o câncer seja hoje um dos principais problemas de saúde pública e, enquanto tal, alvo de políticas públicas, a formação permanente dos trabalhadores, notadamente os de nível médio, ainda é um dos maiores desafios. Consideramos que a conjugação de diferentes estratégias pedagógicas (aulas teóricas presenciais; estágios supervisionados e discussão crítica de situações; comunidade de práticas) representa uma inflexão nas ações formativas praticadas até o momento. Defendemos que a qualificação permanente e autonomia intelectual dos trabalhadores técnicos é fruto do domínio de conhecimentos e saberes que assegurem a capacidade individual e coletiva para analisar criticamente e discutir as práticas de atenção oncológica, condição para transformação das mesmas. O curso foi desenhado em torno desses conhecimentos e saberes. O uso da estratégia comunidade de práticas é fundamental para gerar autonomia em uma perspectiva coletiva e mais permanente.


Conclusões e/ou Recomendações
Ações formativas devem 1) contemplar a complexidade do contexto de trabalho que alia altas tecnologias, ao conjunto de técnicas de diferentes áreas, à interação com trabalhadores da saúde, além do acolhimento ao paciente oncológico e sua família; 2) usar a potência das práticas pedagógicas virtuais, seja para melhor fixação de conteúdos técnicos e aqueles relativos às políticas de saúde, seja para ampliar a dialogia entre os alunos e docentes; 3) entender o estágio como momento de construção de estratégias de enfrentamento da complexidade do trabalho e das condições de trabalho dos técnicos.


Realização:



Apoio:




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