11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 13 - Acessibilidade e Deficiência |
10998 - FACILITADORES E BARREIRAS PARA A PRÁTICA DE NATAÇÃO COMUNITÁRIA PELO INDIVÍDUO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA ALESSANDRA CRISTINA SILVA DE ARAÚJO - UNB, SÍLVIA MARIA FERREIRA GUIMARÃES - UNB
Apresentação/Introdução A natação tem sido analisada como um dos esportes mais apropriados para indivíduos com deficiência física, e concomitantemente tem projetado o Brasil no campo para desportivo. A campanha histórica do país nos Jogos Para Pan-americanos de Toronto em 2015 teve a expressiva contribuição desse esporte, responsável por 104 das 257 medalhas conquistadas no total.
A prática da natação pelo indivíduo com deficiência física tem valor terapêutico, recreativo e social. Covalt (1958) reconheceu as contribuições dessa modalidade esportiva para o processo de reabilitação, e atribuiu à movimentação independente de terceiros ou de dispositivos de assistência vantagens fisiológicas e psicológicas. O ambiente aquático frequentemente é o único onde esses indivíduos podem exercitarem-se de forma livre e com segurança, e possibilita intervenções desde a fase de tratamento de uma lesão aguda até a promoção da saúde e do esporte de alto rendimento.
No Brasil 45,6 milhões de pessoas declaram possuir algum tipo de deficiência. Apesar deste quantitativo, poucos estudos nacionais abordaram a compreensão dos facilitadores e das barreiras para a participação em atividades de desporto adaptado.
Objetivos Caracterizar o perfil sociodemográfico da população com deficiência física que participa das aulas de natação dos Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal; investigar o itinerário da pessoa com deficiência física para praticar natação nos Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal; investigar os fatores facilitadores e as barreiras para a prática de natação pela pessoa com deficiência física nos Centros Olímpicos e Paralímpicos do Distrito Federal, sob a perspectiva do aluno.
Metodologia Este estudo é uma pesquisa de delineamento qualitativo e quantitativo. A coleta de dados dar-se-á por meio dos seguintes procedimentos metodológicos: (1) revisão bibliográfica e pesquisa documental acerca da temática das políticas sociais e de promoção da saúde para a pessoa com deficiência, (2) observação participante, diário de campo e realização de entrevistas de formato semiestruturado com sujeitos com deficiência física que pratiquem natação nos Centros Olímpicos e Paraolímpicos do Distrito Federal; (3) preenchimento de um questionário para caracterização do perfil sociodemográfico do aluno com deficiência que pratica natação dos COPs, e (4) preenchimento do instrumento AIMFREE - Seção L (ANEXO 01), para avaliação da acessibilidade das piscinas dos COPs. Após finalização e aprovação do estudo pela banca examinadora, será realizada devolutiva dos resultados à Secretaria Adjunta de Esportes e Lazer do Distrito Federal.
Discussão e Resultados Resultados preliminares:
No Brasil, segundo o Censo do IBGE/2010, 45,6 milhões de pessoas declararam possuir algum tipo de deficiência, das quais 574 mil estão no Distrito Federal. O programa dos Centros Olímpicos e Paralímpicos (COPs) é baseado na política pública do Governo do Distrito Federal de inclusão social por meio do esporte. Atualmente existem onze COPs em funcionamento, dos quais dez possuem parque aquático composto por duas piscinas semiolímpicas e uma infantil. Entre janeiro de abril de 2016, havia um total de 956 indivíduos com deficiência matriculados nas atividades esportivas destes locais, dos quais 302 nas aulas de natação como modalidade principal.
Esta é uma pesquisa de mestrado que se encontra em fase exploratória. O trabalho de campo tem início previsto para agosto de 2016.
Conclusões/Considerações Finais As políticas de saúde estão bem fundamentadas em condições jurídicas para atender às pessoas com deficiência, mas poucas pesquisas foram feitas a fim de revelar se estas estão efetivamente sendo postas em prática. Ademais, embora “promoção da saúde” seja um termo de destaque na literatura científica, estudos voltados para a população com deficiência ainda são escassos. Apesar do volume existente de publicações referentes ao desporto adaptado, as pesquisas tendem a enfocar o acesso ao esporte adaptado de forma geral, ou acesso de indivíduos que tenham um tipo específico de deficiência à prática esportiva.
Diante desta escassez, esta pesquisa se torna relevante por se propor a investigar os facilitadores e as barreiras encontradas pela população com deficiência física para promoção da saúde, por meio da prática de natação, nos Centros Olímpicos e Paraolímpicos do Distrito Federal.
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