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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 10:45 - 12:00
GT 23 - Políticas de Saúde e as Práticas de Cuidado

11253 - SAÚDE NA ESCOLA: O DESAFIO DA AÇÃO INTEGRAL E INTERSETORIAL
ADRIANE VIEIRA - UFRGS, ILAINE SCHUCH - UFRGS, LEILA RECHENBERG - UFRGS, ROSEMARIE TSCHIEDEL - UFRGS, JOÃO HENRIQUE KOLLING - HCPA


Período de Realização da experiência
Programa de Extensão Viver Melhor na Escola: saúde, educação e cidadania (PROEXT 2015-2016).


Objeto da experiência
O Programa “Viver Melhor na Escola” é um trabalho integrado entre a Unidade Básica de Saúde do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (UBS/HCPA), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e as escolas públicas do território da UBS. Propõem-se, a partir da interlocução entre atores da Saúde e Educação, a valorização dos recursos disponíveis e a construção de ações compartilhadas de monitoramento e de promoção de tópicos relevantes como alimentação saudável, respeito à diversidade, cultura da paz, mediação de conflitos, incentivo ao cuidado de si, do outro e do meio ambiente, direitos sexuais e reprodutivos, inclusão social e direitos humanos.


Objetivo(s)
Baseadas nas diretrizes do Programa Saúde na Escola, as ações visam: articulação entre redes para alcance de ações em saúde nas comunidades; educação permanente; fomento de espaços de autonomia e cidadania; construção de ambientes saudáveis e ampliação do conceito de saúde. A integração visa expandir o acesso e a garantia de direitos de crianças, adolescentes e jovens em um exercício de responsabilização conjunta por esta comunidade, promover espaços de comunicação entre saúde e educação e ampliar a formação universitária da graduação, a partir de perspectivas de ação intersetorial em saúde.


Metodologia
O Programa conta com a participação de professores e bolsistas de diferentes cursos de graduação da UFRGS, profissionais da UBS e das escolas e voluntários. Contempla: (1) duas reuniões semanais – uma na UBS e outra na Universidade, onde são discutidas situações específicas de cada escola e planejadas as ações com representantes de todos os setores envolvidos no programa; (2) visitas sistemáticas às escolas, para conhecer a sua realidade e discutir, com grupos específicos de professores e alunos, o planejamento de ações a serem desenvolvidas; (3) desenvolvimento de diferentes ações conforme a necessidade específica das escolas, as quais podem contemplar oficinas, rodas de conversa, atividades lúdicas, cursos de formação e educação permanente, discutindo temas como: sexualidade e gênero, cultura da paz, alimentação saudável. Os processos de avaliação ocorrem entre os integrantes, com reflexões sobre as atividades, nas reuniões semanais com o grupo ampliado, nas escolas e em seminários.


Resultados
De acordo com o Programa Saúde na Escola (PSE), o ambiente escolar é o lócus privilegiado para ações em saúde envolvendo as equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e da Educação Básica. Observa-se, até o momento, uma maior integração entre os atores da saúde e educação; identifica-se a necessidade em termos de formação de professores e de infra-estrutura das escolas; anseios e expectativas dos alunos no que se refere à discussão de temáticas da saúde, educação e cidadania e inclusão destas no currículo escolar. Evidenciou-se o desejo dos estudantes por um espaço mais atrativo, com metodologias de estudo que incentivem a permanência na escola resultando em aprendizagens mais efetivas. O processo do trabalho mostra que a saúde na escola deve ser assumida como responsabilidade intersetorial. Além disso, observa-se a repercussão na formação dos alunos de graduação, que passam a problematizar seu fazer nuclear, levando em conta as interfaces do campo saúde e da rede intersetorial.


Análise Crítica
As políticas públicas instituídas a partir da Constituição de 1988 têm deslocado saberes e práticas, desafiando posicionamentos éticos e políticos no diálogo entre as diferentes áreas e setores. O PSE propõe questões muito importantes e atuais para discussão e intervenção junto a comunidade escolar. Entretanto, são imprescindíveis investimentos e incentivos por parte dos governos de todas as esferas para assegurar aos atores da saúde e da educação, espaços de formação e troca de experiências sobre os temas propostos pelo PSE. Ações de monitoramento e de promoção em saúde, também devem ser incluídas nas escolas e na Atenção Básica. Em nível micropolítico, as costuras são diárias, e este processo ocorre em campo, através da escuta atenta sobre as limitações impostas pelos processos de trabalho de cada setor, desafio também trazido à universidade, ao buscar contribuir de forma transversal, contrapondo-se ao fazer fragmentado e desarticulado diante das questões da sociedade.


Conclusões e/ou Recomendações
O desenvolvimento das ações enfrenta desafios e é perpassado por atravessamentos institucionais de lógicas diversas, ora convergentes, ora antagônicas produzindo encontro e convívio entre diferenças, tanto na equipe do Programa, como na comunidade escolar. Assim, os princípios da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão buscam articular os anseios da sociedade por uma formação ampliada do profissional da saúde. Espera-se, com a valorização da Extensão, contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas e para o projeto político pedagógico das Instituições de Ensino Superior.


Realização:



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