10/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 23 - Educação em Saúde- Diferentes Estratégias para Trocas e Produção de Saberes e Conhecimentos |
11025 - RESOLUBILIDADE DA PRODUÇÃO DO CUIDADO NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E A CONSTRUÇÃO DE SABERES E PRÁTICAS: O PROTAGONISMO DA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE BIANCA DE OLIVEIRA ARAUJO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA, MARIA ANGELA ALVES DO NASCIMENTO - UEFS, MARIANA DE OLIVEIRA ARAUJO - UNEB
Apresentação/Introdução O desenvolvimento de atividades educativas para os trabalhadores de saúde da Estratégia Saúde da Família (ESF) é importante para a realização de um trabalho integral. Porém, é preciso que tais trabalhadores tenham suas práticas educativas orientadas pela Educação Permanente em Saúde (EPS) para a maior resolubilidade das ações demandadas pela população.
Os processos educativos para os trabalhadores de saúde, segundo a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), devem ser orientados pela EPS cuja proposta é que suas ações sejam desenvolvidas a partir da realidade experenciada pelos trabalhadores na sua prática cotidiana.
Além disso, a EPS propõe que os processos educativos utilizem a problematização do processo de trabalho e sejam norteados pelas necessidades de saúde da população, na gestão setorial e no controle social em saúde.
É necessário o desenvolvimento da educação permanente dos trabalhadores de saúde para a transformação das práticas de trabalho da ESF, e, consequentemente, para a obtenção de uma maior resolubilidade das ações de saúde da ESF.
Objetivos Discutir a construção de saberes e práticas da Educação Permanente em Saúde para a equipe de Saúde da Família em busca da resolubilidade da produção do cuidado em saúde.
Metodologia Trata-se de um estudo qualitativo, de abordagem crítico-analítica, numa perspectiva aproximada do método Dialético.
Teve como cenários de estudos duas Unidades de Saúde da Família (USF), o Departamento de Atenção Básica (DAB) e a Coordenação de Educação Permanente em Saúde (CEPS) do Município de Camaçari, Bahia.
Os participantes do estudo foram constituídos de dois grupos: trabalhadores de saúde da ESF (Grupo I), gestores do DAB e da CEPS (Grupo II), totalizando 26 participantes. Utilizamos como técnicas de coleta de dados a entrevista semiestruturada, a observação sistemática e a análise de documentos. O método de análise de dados utilizado foi análise de conteúdo.
A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana, atendendo aos critérios da Resolução 466/2012.
Discussão e Resultados Diante das inúmeras contribuições das atividades educativas para o trabalho da ESF relatadas pelos entrevistados vemos que elas estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento da capacidade técnica dos trabalhadores de saúde, uma vez que a EPS foi relacionada ao aumento do conhecimento, a maior facilidade para o desenvolvimento do trabalho, crescimento profissional, e identificação das demandas da comunidade.
Além disso, as ações de EPS permitem o desenvolvimento do trabalho em equipe, uma vez que influencia uma maior interação entre equipe, melhoria do desempenho da equipe e de cada trabalhador, além de uma maior interação/vínculo da equipe com a comunidade.
A prática da EPS permite também que ocorra a intersetorialidade das USF com os outros serviços de saúde, uma vez que cria condições para a identificação dos problemas para que os trabalhadores de saúde saibam como proceder em cada situação, quais os serviços são ofertados para cada caso no município para encaminhar os usuários diante das suas necessidades de saúde a serem atendidas. Entretanto, para a resolução da necessidade de saúde o usuário precisa ter acesso ao serviço de saúde ao qual foi encaminhado.
Conclusões/Considerações Finais Frente às atividades educativas desenvolvidas nas USF percebemos que a EPS poderá influenciar a produção do cuidado. Acreditamos que a EPS e os conhecimentos assimilados possibilitam a reflexão sobre a formação, o trabalho, os problemas do serviço, as necessidades de transformações e a necessidade de se unir a comunidade, o que vai permitir o desenvolvimento de ações concretas e efetivas no cotidiano de trabalho.
Portanto, percebemos que a EPS possibilita a consolidação da ESF, uma vez que permite que os trabalhadores de saúde desenvolvam ações de produção do cuidado com maior resolubilidade porque pode influenciar na capacidade técnica, no trabalho em equipe e na intersetorialidade.
Consideramos que é necessária uma ampla discussão sobre a EPS enquanto uma política de Estado, oportunizando os trabalhadores de saúde e gestores uma compreensão, no sentido de dar resolubilidade às necessidades de saúde da população mediante uma efetiva produção do cuidado em saúde.
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