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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 26 - Sujeitos, Desafios e Práticas Emancipatórias

11719 - UM NOVO SABER FAZER EM EQUIPE: A RELAÇÃO ENTRE CIRURGIÕES-DENTISTAS ESPECIALISTAS E A EQUIPE DE SAÚDE BUCAL
DORIS GOMES - UFSC, MIRELLE FINKLER - UFSC


Apresentação/Introdução
O processo de construção do Sistema Único de Saúde (SUS), conquistado como direito de cidadania aos brasileiros no final da década de 1980, transforma a saúde bucal coletiva (SBC) num dos pilares da atenção primária. O investimento de recursos públicos nesta área amplia-se ao final dos anos 1990, resultando na inserção de Equipes de Saúde Bucal (ESB) na Estratégia de Saúde da Família (ESF). Em 2004, a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) expande significativamente as ESBs, amplificando o serviço especializado na rede pública através dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), Laboratório Regionais de Próteses Dentárias e, recentemente, da Assistência Hospitalar. Para esta reorganização da atenção primária e especializada, configura-se a tentativa de superação do histórico modelo liberal-biomédico por um novo modelo multiprofissional e interdisciplinar, com ênfase na comunicação entre os atores e na integralidade da atenção, pautado nas necessidades epidemiológicas e sociais. Neste contexto, a participação do Auxiliar de Saúde Bucal (ASB) e Técnico de Saúde Bucal (TSB) pode ser percebida como desafio à odontologia: de um novo modo de ser socialmente comprometido.


Objetivos
Os TSBs e os ASBs passam a ter uma definição clara de suas atribuições, direitos e deveres, dentro de novo enfoque do processo de produção para o trabalho em equipe, compartilhando conhecimentos numa abordagem multidisciplinar e integral5. Esta pesquisa procura analisar novas possibilidades relacionais que se constroem na equipe de saúde bucal: nas atribuições entre os diferentes sujeitos, na formação para o trabalho em equipe e nos problemas éticos que podem advir de novas situações relacionais entre Auxiliares, técnicos, cirurgiões-dentistas especialistas e usuário-sistema de saúde.


Metodologia
Estudo exploratório-descritivo de abordagem qualitativa, através de entrevistas realizadas com 25 CDs especialistas da Grande Florianópolis acessados a partir de um serviço público vinculado a uma Secretaria Municipal de Saúde que autorizou a realização da pesquisa, e aprovada no Comitê de Ética em Pesquisa/UFSC (n. 851.888, em 28/10/2014). A seleção da amostra se deu pelo método bola de neve, onde as novas indicações de participantes foram feitas pelos já entrevistados até a saturação de informações. As entrevistas guiaram-se por roteiro semi-estruturado, gravadas com auxílio de gravador de voz e, posteriormente, transcritas. Analisou-se os relutados pela Análise Textual Discursiva: 1. desmontagem dos textos com fragmentação em unidades de base; 2. estabelecimento de relações entre essas unidades formando sistemas de categorias; 3. nova combinação de sentidos expressados num metatexto, embasado na literatura; 4. ciclo de análise com crítica e validação do metatexto.


Discussão e Resultados
O processo de racionalização do trabalho na SBC aponta para um novo ethos público: em equipe, inclusivo e co-gestionado, apesar de novos problemas:
A contratação quase nula dos TSB pelos municípios impossibilita a formação de equipes modalidade tipo II, prorrogando a histórica ineficácia social da odontologia.
Predomínio de diferentes concepções de gestão em saúde bucal: gerencial-funcionalista; privado-clientelista (contratualização de Organizações Sociais com terceirização e clientelismo); e co-gestão: o estímulo à decisão compartilhada aponta mudanças atitudinais como necessárias no comprometimento com o desenvolvimento do trabalho e do planejamento-programação-avaliação de ações.
O problema ético da desvalorização dos outros trabalhadores da equipe e do trabalho não clínico aponta a necessidade de uma formação consoante com os fundamentos da ESF: envolvimento do ensino superior com a rede de serviços públicos de saúde e necessária inclusão do trabalho em equipe desde a graduação.
O perfil liberal da profissão associado à falta de convivência intersubjetiva em equipe de trabalho desde a formação, reforça o conceito de hierarquia associada à subordinação entre membros da equipe.


Conclusões/Considerações Finais
A antiga personificação de uma ética beneficente paternalista nos moldes eclesiásticos atribuída à figura do médico, somada à sua responsabilização civil, manteve quase inalterada a onipresença destes profissionais não como como lideranças em equipe, mas como autoridades com poder de mando e consequente obediência pelos subalternos. Uma relação pouco aberta ao diálogo e troca de conhecimentos, tampouco, às construções intersubjetivas. Um posicionamento ético-político e, portanto, de maior qualidade social do profissional da saúde bucal, parte do princípio de que cada qual deve transformar-se num sujeito realmente participativo no processo de ensino-aprendizagem e trabalho, a partir de novo nexo de saber-fazer, comunicar e ser, procurando construir um sentido divergente à saúde bucal apenas como produto de consumo estético e artesanal/tecnológico, no sentido de uma prática social exercida em equipe de trabalho não hierarquizado, da graduação à formação lato sensu.


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