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Grupos Temáticos
10/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 36 - As Redes de Atenção à Saúde |
11362 - DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO DOMICILIAR – PROGRAMA MELHOR EM CASA EM PORTO SEGURO SARA SCARABELLI AMARANTE - UFSB, FLÁVIA BUENO - UFSB, RANIELY RODRIGUES MARTINS - UFSB, RAQUEL SIQUEIRA DA SILVA - UFSB, LINA RODRIGUES DE FARIA - UFSB
Período de Realização da experiência A experiência foi realizada no período entre fevereiro e maio de 2016.
Objeto da experiência O objeto da pesquisa representa a dinâmica de prestação de serviço do Programa de Atenção Domiciliar Melhor em Casa, situado no município de Porto Seguro, Bahia. O conceito de Atenção Domiciliar (AD) tem como foco a “desospitalização”, cuja proposta da assistência surge voltada para práticas mais humanizadas, de acordo com as necessidades e demandas das pessoas, estimulando as relações entre a equipe multidisciplinar e a comunidade, para a melhoria das condições de saúde e a continuidade dos cuidados oferecidos. Fundamenta-se na modalidade de atenção que complementa o cuidado prestado em uma unidade de saúde, sendo uma alternativa para aliviar o fluxo das redes de atenção à saúde.
Objetivo(s) A pesquisa objetivou conhecer a dinâmica de funcionamento do Programa Melhor em Casa no município de Porto Seguro, o qual inclui o distrito de Arraial D’Ajuda. Analisar os desafios e dificuldades que enfrentam os profissionais de saúde na prestação do atendimento domiciliar, uma vez que o cuidado domiciliar demanda a participação de toda a equipe multiprofissional e a construção de estratégias inovadoras de assistência. Um objetivo secundário foi verificar se os profissionais deste programa realizam pesquisa de satisfação com os pacientes e/ou familiares atendidos pelo Programa.
Metodologia A metodologia utilizada foi a aplicação de questionário semi-estruturado elaborado com o auxílio dos profissionais de saúde do Programa Melhor em Casa, como parte das atividades do Componente Curricular “Práticas Integradas da Saúde: Análise de Situação e Territorialização”, do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). O questionário contém vinte e duas questões, entre elas: se a equipe de saúde está completa; quais os principais desafios e dificuldades que enfrentam na prestação do atendimento; se os profissionais recebem algum tipo de capacitação e com que frequência e, finalmente, se existe pesquisa pautada na satisfação do atendimento recebido pelo paciente. O questionário foi aplicado na sede do Programa Melhor em Casa aos profissionais de saúde que realizam o atendimento domiciliar, entre eles: uma farmacêutica, uma psicóloga, uma fisioterapeuta, uma enfermeira, uma assistente social e uma técnica de enfermagem.
Resultados Identificou-se que a equipe de Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) carece de um técnico em enfermagem e de um nutricionista; há também escassez de materiais e medicamentos, o que resulta no comprometimento da assistência multiprofissional e no cuidado integral ao paciente domiciliar. Quando questionados sobre a capacitação, alguns relataram que participam de cursos e palestras, mais frequentemente na área de enfermagem e medicina. Outros profissionais afirmaram não receber nenhuma capacitação. Apoiado nessas informações, notou-se que a capacitação insuficiente e inadequada inviabiliza procedimentos tecnológicos específicos e prejudica a valorização de diversos saberes e práticas. Além disso, a equipe do SAD realiza, há mais de um ano, a aplicação de questionário sobre o nível de satisfação do paciente. Entretanto, não ocorre a apuração das respostas, o que provavelmente, implica no não aproveitamento desses dados para uma possível melhoria do serviço prestado à comunidade.
Análise Crítica O Programa de Atenção Domiciliar Melhor em Casa, do Ministério da Saúde, criado em 2011, vem reforçando a importância das equipes de saúde nesta modalidade de atendimento. As Equipes Multiprofissionais de Atenção Domiciliar contam com a participação de médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos, auxiliares de enfermagem, assistentes sociais, no atendimento ao paciente portador de doenças crônicas, usuários de sondas, dependentes de ventilação mecânica, pacientes em processo de reabilitação motora e recém-nascidos com baixo peso. Cabe ressaltar, contudo, que as questões relativas à composição das equipes de saúde ainda constituem um entrave ao funcionamento eficaz do atendimento domiciliar. Em Porto Seguro, o Programa Melhor em Casa carece de alguns profissionais em sua equipe. A ausência de determinados profissionais pode contribuir para a piora do quadro clínico do paciente, uma vez que o processo de reabilitação requer terapias integrais e ações conjuntas.
Conclusões e/ou Recomendações Ficou evidente que o Programa Melhor em Casa proporciona qualidade de vida ao usuário e à sua família, uma vez que o atendimento integral e as ações conjuntas visam à promoção da saúde e à prevenção de agravos. O atendimento requer uma equipe multidisciplinar completa e qualificada. Em Porto Seguro, muitos são os entraves ao atendimento domiciliar adequado, em especial, à carência de capacitação profissional e recursos, equipamentos e medicamentos. Faz-se necessário, portanto, maior ingerência dos poderes públicos em Porto Seguro, que garanta o pleno funcionamento do Programa no Município.
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