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Grupos Temáticos

11/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 36 - Gestão do Cuidado, Territorização e Participação Social

11394 - A PRÁTICA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA SOB A ÓTICA FOUCAULDIANA
LORENA ARAUJO RIBEIRO - UNIVERSIDADE FEDERAL MATO GROSSO, PATRÍCIA DE LIMA LEMOS - UNIVERSIDADE FEDERAL MATO GROSSO


Período de Realização da experiência
As ações ocorreram no período de março a novembro de 2015, o que corresponde a dois semestres letivos


Objeto da experiência
A Educação em Saúde configura-se uma prática social que utiliza métodos participativos e problematizadores com a finalidade de favorecer o desenvolvimento da autonomia no cuidado em saúde. Embora relevantes, estas práticas também podem se constituir estratégias de transferência verticalizada e unilateral de conhecimento nas quais se opera o biopoder, sendo este definido como intervenções sobre as características vitais humanas a fim de exercer o poder sobre a vida e em nome dela. Constitui-se objeto deste relato, atividades de educação em saúde desenvolvidas por acadêmicos dos cursos de Enfermagem e Medicina em quatro Unidades de Estratégia de Saúde da Família (USF), junto ao grupo de Hiperdia.


Objetivo(s)
Compreenderam objetivos das ações: desenvolver práticas de educação em saúde junto a usuários inscritos no Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (Hiperdia); oportunizar a troca de informações relacionadas á hipertensão e à diabetes no âmbito na prevenção, promoção e reabilitação; promover o exercício da autonomia dos usuários frente às suas decisões de saúde e no próprio modo de andar a vida; e possibilitar a construção e o fortalecimento do vínculo entre usuários e equipe da ESF.


Metodologia
As atividades eram realizadas nas dependências das USF’s do município de Rondonópolis-MT. As ações foram planejadas e desenvolvidas por acadêmicos dos cursos de Enfermagem e Medicina, sob a supervisão de um docente e com a participação esporádica da equipe. As ações eram agendadas previamente pelas unidades de saúde e possuíam periodicidade semanal. O seu conteúdo pautava-se nos manuais e protocolos ministeriais para assistência a esta demanda. Como metodologia utilizou-se: rodas de conversa e exposição dialogada; técnicas de interação e disparadores de temas; material didático, como cartazes, folders, vídeos e objetos para simulação de funcionamento corporal. Os temas selecionados para execução das atividades ora eram indicados pela equipe da UBS, ora pelos usuários através de enquete. A maior parte dos temas sugeridos pela equipe se referia ao manejo da doença (como uso de medicamentos) e aos “hábitos de vida saudáveis”, direcionadas a estabelecer o autocuidado de forma impositiva


Resultados
Observou-se uma maior participação do público nas ocasiões em que a atividade ocorreu em instalações com menor circulação de pessoas e nas que utilizou a metodologia “roda de conversa” por oportunizar melhor contato visual e verbal entre os componentes, o que favoreceu também a troca de experiência. Ademais, nas atividades que contavam com uso de materiais para simulação do funcionamento corporal houve maior atenção e participação dos sujeitos. Mesmo ao abordar temas voltados a atender demandas biomédicas impostas pelo serviço, os acadêmicos estimulavam os componentes a compartilharem suas vivências, buscando sempre desenvolver a temática a partir destes aspectos. Do ponto de vista acadêmico, a participação nos grupos de educação em saúde permitiu uma maior interação entre discentes e os usuários do serviço de saúde, além de estimular o desenvolvimento de práticas pautadas na escuta, no respeito á individualidade e no cuidado co-participativo.


Análise Crítica
As intervenções educativas se inscreverem sob a promessa de eficácia na promoção de “estilos de vida saudáveis”, que concerne, em suma, à adequação dos sujeitos a padrões ministeriais de saúde e a obediência aos comportamentos prescritos nos manuais. Reconhece-se, todavia, que estas práticas podem configurar-se como transformadoras, como possibilidade de “inversão eventual” das relações de poder, ao valorizar e respeitar saberes não hegemônicos, o contexto e os interesses dos sujeitos. Para tanto, é necessário o uso de estratégias participativas que permitam a emersão de novos discursos e surjam como espaços de negociação. Assim, a metodologia grupal se destaca, em decorrência do elevado potencial crítico-reflexivo e de produção de subjetividades. Contudo, abordagens inadequadas ou mal sucedidas decorrentes da falta de planejamento e de inconsistência teórico-prática dos profissionais, favorece a propagação do biopoder através do imperativo da saúde reproduzido nos discursos oficiais.


Conclusões e/ou Recomendações
Pensar saúde sob a ótica foucauldiana nos permite refletir sobre as forças que operam nas relações entre sujeitos que compõem os serviços. Portanto, é imperativo perceber e discutir sobre o poder que engendra esses espaços, pois nos permite zelar e desejar por estratégias democráticas e horizontais, sobretudo, no contexto do ensino e aprendizagem de futuros profissionais de saúde. Propõe-se conhecer o controle popular, estabelecer o diálogo e a escuta ampliada, diluir o pensamento disciplinar e normativo presente na relação usuário-profissional e refletir sobre tais aspectos com os acadêmicos.


Realização:



Apoio:




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