11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 36 - Gestão do Cuidado, Territorização e Participação Social |
11596 - A IMPORTÂNCIA DA TERRITORIALIZAÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: UMA PERSPECTIVA ACADÊMICA E SOCIAL VICTORIA PARAHYBA DIOGO SIQUEIRA - UNIFOR, YANA BALDUINO DE ARAÚJO - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA, LAYZA SOUSA DEININGER - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA, KERLE DAYANA TAVARES LUCENA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS
Período de Realização da experiência A experiência ocorreu no primeiro semestre 2015 em uma unidade de saúde da família de João Pessoa PB.
Objeto da experiência O objeto da experiência é o território em saúde, tido como um espaço em permanente construção e reconstrução. Baseado na concepção de território processo que além de um território-solo é um território econômico, político, cultural e epidemiológico, configurando uma realidade de saúde sempre em movimento, nunca pronto.Por apresentar essas características, na área da saúde ele é utilizado como forma de organização, descentralização e planejamento das políticas públicas de saúde. A Política Nacional da Atenção Básica 2488 aponta como primeiro fundamento e diretriz, a territorialização já que objetiva aproximar e adequar ações e recursos da saúde às necessidades da população.
Objetivo(s) Relacionar a importância da territorialização em saúde para a compreensão do processo saúde doença e suas contribuições para a formação acadêmica e social do estudante de medicina.
Metodologia Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência. Tal experiência foi viabilizada pela integração ensino-serviço-comunidade do município, por meio da efetivação da Política Nacional da Rede Escola, na qual os acadêmicos de medicina vinculados à Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba, tem a oportunidade de experienciar a rotina dos serviços, entre outros aspectos, o processo de territorialização em saúde. O módulo de atenção em saúde do no primeiro período da graduação citada, aborda conteúdos teóricos trabalhados com uso de metodologias problematizadoras e proporciona experiências práticas no cenário da atenção básica do município. Na ocasião do relato, a vivência do processo de territorialização se deu em uma USF do bairro Cordão Encarnado, os alunos foram acompanhados pelos agentes comunitários de saúde que apresentaram o território área e as respectivas microáreas. Conforme disposto na Resolução 466/2012,o relato de experiência dispensa aprovação pelo comitê.
Resultados O território coberto pela USF Cordão Encarnado é uma área de abrangência residencial e comercial, com elevações do relevo que se dispersam em todo o espaço. Nessa perspectiva, as barreiras naturais ou as geradas a partir da transformação do espaço pela atividade humana e o tempo de deslocamento, determinado pela distância percorrida, constituem os principais obstáculos ao acesso dos usuários aos cuidados de saúde. Tais acidentes são encontrados como ladeiras bem íngremes, por exemplo, que dificultam o acesso das pessoas que moram no baixo território até a Unidade de Saúde. As atividades econômicas, culturais e os aspectos sociais da comunidade assistida também pode ser observado. Cada agente de saúde é responsável por uma microárea, de modo a compreender melhor cada segmento do local em geral e relacionar-se melhor com as famílias a partir da formação de vínculo e corresponsabilização pelo processo de cuidado.
Análise Crítica A existência de grandes aglomerados humanos, organizados de forma precária em um espaço tão heterogêneo como o território estudado, representa um grande desafio ao processo de territorialização.Para facilitar esse processo é interessante que o ACS responsável por uma determinada microárea resida no local, pois aumenta o vínculo entre usuário e equipe de saúde e auxilia no reconhecimento de problemas comuns. No entanto, este fato ainda é algo idealizado em algumas microáreas do Cordão Encarnado I, pois nem todos os ACS residem no território que trabalham. É relevante ressaltar que o processo saúde doença na comunidade está intrinsecamente ligado aos aspectos sociais, econômicos e culturais e precisa ser considerado no cuidado à população local.
Conclusões e/ou Recomendações A territorialização em saúde, no contexto da atenção básica, destaca-se como espaço vivo em que a comunidade está inserida e tanto recebe influências como influencia os aspectos sociais, econômicos, culturais e ambientais, os quais tem interferência direta no processo saúde doença. Assim, o profissional em formação, precisa considerar no processo de cuidado todos esses fatores e incluí-los nesse contexto na perspectiva da integralidade.
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