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Grupos Temáticos
11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 36 - Gestão do Cuidado, Territorização e Participação Social |
11610 - LETRAMENTO EM SAÚDE BUCAL: ASPECTOS TEÓRICO-PRÁTICOS SOB A ÓTICA DA EQUIPE DE SAÚDE ORAL MARIANA DANTAS CORDEIRO - UNVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, SORAIA PINHEIRO MACHADO ARRUDA - UNVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, DAYANNA MAGALHÃES DOS REIS - UNVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, RENATA CRISTINA MACHADO MENDES - UNVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, MARINA DE PAULA MENDONÇA - UNVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, HELENA ALVES DE CARVALHO SAMPAIO - UNVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, SABRINA DANTAS SABRY - UNVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, EHRIKA VANESSA ALMEIDA DE MENEZES - UNVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ, PATRÍCIA PAULA DE CARVALHO SAMPAIO LIMA - REDE ORTO, ELIARDO SILVEIRA SANTOS - SETOR DE ODONTOLOGIA DO HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA
Apresentação/Introdução Letramento em saúde ou em saúde bucal envolve o conhecimento e aptidões individuais para obter, compreender, avaliar e aplicar informações de saúde para tomar decisões sobre saúde, doença, prevenção e promoção da saúde, mantendo ou melhorando a qualidade de vida (SORENSEN et al., 2012).
A Educação para a Saúde deve ser utilizada na criação de estratégias para capacitar os indivíduos a adotarem comportamentos adequados em busca de um melhor nível de saúde (OMS, 1985). Pacientes com inadequado letramento em saúde podem ter dificuldades de leitura e compreensão de instruções escritas, como também evitarem fazer perguntas aos profissionais que os atendem (SCHILLINGER et al., 2004).
Assim, é de suma importância o vocabulário e as técnicas de comunicação dos profissionais de saúde. A comunicação através de linguagem simples deve ser relevante, junto a outras competências específicas dos campos de saúde, pois o paciente pode estar com suas condições físicas e cognitivas prejudicadas pelo adoecimento, pelo medo, estresse ou outro desconforto (RUDD et al., 2005).
Objetivos Tendo em vista que pacientes com letramento em saúde bucal inadequado não se beneficiam adequadamente dos diversos serviços de saúde, por não compreenderem as informações passadas pelos profissionais, o presente trabalho objetivou verificar se é dada importância necessária ao letramento em saúde bucal pelas equipes de saúde em suas práticas de atendimento rotineiras à população em serviço de odontologia de referência em Fortaleza, Ceará, através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Metodologia Trata-se de estudo transversal descritivo, realizado em serviço de odontologia de referência ao portador de lesões orais pelo SUS, em Fortaleza, Ceará, em maio/2015. Dentre os 11 profissionais atuantes no local, foram entrevistados 10, que estavam em exercício. Cada profissional foi indagado quanto aos conceitos de letramento, letramento em saúde e em saúde bucal; ao impacto do letramento em saúde bucal na prestação do cuidado; e quanto a ações educativas desenvolvidas por eles. Como parâmetro de análise utilizou-se as definições de letramento, letramento em saúde e letramento em saúde bucal propostas por autores que discutem a temática (RUDD et al., 2005; SABBAHI et al., 2009; SORENSEN et al., 2012).
O projeto de pesquisa foi delineado segundo a Resolução 466/12 (BRASIL, 2013) e aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual do Ceará e do Hospital Geral de Fortaleza, segundo números 34570314.2.0000.5534 e 34570314.2.3001.5040, respectivamente.
Discussão e Resultados Quanto ao sexo, 50% dos entrevistados eram homens e 50% mulheres (50%), com idade média de 30 (4,5) anos. Houve 30% dos profissionais que referiram não saber conceituar letramento (L), letramento em saúde (LS) e letramento em saúde bucal (LSB). Os profissionais restringiram os 3 conceitos ao conhecimento, 50% (L), 60% (LS) e 60% (LSB). Houve 20% (L) e 10% (ambos LS e LSB) que souberam associar o conceito à capacidade de ler e interpretar. Nenhum profissional associou os conceitos à aplicação da informação em vida diária. Apenas 40% dos profissionais entende que o letramento em saúde e em saúde bucal impacta na prestação do cuidado à prevenção e melhora da qualidade de vida do paciente. O desconhecimento da abrangência dos conceitos justifica os achados relativos às práticas educativas desenvolvidas pelos profissionais: 50% dos entrevistados reconhece que apenas fornecem instruções durante as consultas; 30% realizam palestras na comunidade e 20% referiram não se envolver em ações educativas.
Conclusões/Considerações Finais Observou-se um conhecimento inadequado quanto aos conceitos e aspectos operacionais do letramento em saúde bucal e insuficiente realização de ações educativas na prática rotineira dos profissionais responsáveis pelo cuidado bucal da população. A situação pode prejudicar a utilização dos serviços pelo usuário.
É importante a realização de treinamento no Serviço, afim de empoderar os profissionais quanto aos pressupostos teóricos do letramento em saúde e letramento em saúde bucal e a operacionalização destes na prática de atendimento.
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