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Grupos Temáticos
11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 36 - Gestão do Cuidado, Territorização e Participação Social |
11756 - UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR DE FORMAÇÃO EM SAÚDE NA UNIFESP BAIXADA SANTISTA ADRIANA BARIN DE AZEVEDO - UNIFESP BAIXADA SANTISTA, LUCIANE PEZZATO - UNIFESP BAIXADA SANTISTA, ROSILDA MENDES - UNIFESP BAIXADA SANTISTA
Período de Realização da experiência Reflexões dos últimos dois anos sobre o Módulo curricular “Trabalho em equipe e práticas coletivas”.
Objeto da experiência O objeto da experiência que vamos analisar é o Módulo do Eixo Trabalho em Saúde “Trabalho em equipe e Práticas Coletivas" com enfoque maior nas experiências interdisciplinares, interprofissionais e comuns através da constituição de equipes de alunos de diferentes áreas que atuam junto a grupos populacionais. Alguns temas desenvolvidos neste Eixo de formação e neste Módulo curricular, em específico, são: a saúde como campo do saber, a integralidade do cuidado, o trabalho em equipe, a produção do conhecimento comum em saúde, assim como questões referentes à ética do trabalho e a produção de uma autonomia tanto dos estudantes quanto do grupo populacional acompanhado.
Objetivo(s) Investigar os aprendizados e desafios dessa formação a partir das experiências vividas quanto ao modo como as experiências interdisciplinares e interprofissionais acontecem, assim como ao modo como o trabalho comum, construído no encontro entre as áreas, é concebido e realizado. Por meio desse estudo podemos avaliar o quanto este tipo de experiência pode ser decisiva para atuação de profissionais de saúde, quando, em seu percurso formativo, vivenciam o desafio de constituir equipes de trabalho e produzir coletivamente um aprendizado de escuta, de sensibilidade para o cuidado em saúde.
Metodologia Seguindo a linha das metodologias qualitativas, para nossa análise procedemos realizando uma releitura dos textos de apoio deste Módulo de forma a contextualizar as intencionalidades teórico-metodológicas do percurso formativo, que contemplam questões da formação de equipes interdisciplinares, de promoção de saúde, de educação em saúde e das questões éticas que atravessam as experiências coletivas e de cuidado com o outro. Junto à leitura deste material, recentemente debatido com o corpo docente do campus, fizemos também uma análise das avaliações realizadas pelos estudantes e sistematizadas pelos estudantes/monitores ao final de 2015, com relação ao que eles consideram momentos marcantes e quais as frustrações vividas em sua experiência no Módulo. Com isso utilizamos trechos de falas de estudantes, para levantar alguns temas de análise e realizar a discussão junto ao referencial teórico.
Resultados Refletindo sobre o material analisado percebemos que o deslocamento dos papéis e dos saberes de estudantes e docentes está sempre colocado. A formação comum é desafiadora, pois ninguém está previamente preparado para ela. O convite ao aprendizado coletivo acontece desde o diálogo entre os docentes de áreas distintas e junto aos estudantes organizados em turmas mistas. Além disso, o deslocamento para o campo, ou seja, a saída da universidade implica em aprender a agir e pensar no cenário dos serviços e da população atendida, que se constitui segundo regras, funcionamento e demandas próprias. A complexidade desta experiência avaliada pelos estudantes é apontada, especialmente, no que se refere à existência de uma inter-relação entre teoria e prática, à relação de parceria de trabalho comum entre os atores deste processo e de autonomia de todos os envolvidos.
Análise Crítica Nessa análise percebemos que o trabalho vivo em ato, coletivo, que se realiza no momento do encontro entre sujeitos, que envolve a escuta, disponibilidade, sensibilidade, implicação e confiança é sempre um desafio para todos aqueles que participam deste Módulo. Docentes e estudantes se vêem diante de situações sempre novas para as quais precisam pensar em ações de cuidado. Os estudantes valorizam a oportunidade de um aprendizado entre as diferentes áreas e o contato direto com o grupo populacional, permitindo-os conhecer as necessidades do outro. O protagonismo dos estudantes é convocado nessa experiência e trabalhado junto à supervisão docente, que acontece após as atividades no campo. A supervisão é um momento fundamental de acolhimento dos dilemas dos estudantes e de invenção coletiva das ações. O lugar do docente também é de contínuo aprendizado, pelo diálogo com áreas profissionais distintas da sua.
Conclusões e/ou Recomendações Este Módulo parece operar como um disparador da experiência de formação em saúde, especialmente no que se refere à construção de um trabalho comum. Suas tentativas de organização, de pactuações entre docentes têm se mostrado instigantes, já que a cada vez, com os novos partícipes deste processo, inventa-se um modo sempre singular de trabalhar com grupos e em comum. Em meio às dificuldades, misturadas a conquistas, somos desafiados a não burocratizar os corpos e o modo de pensar a saúde, garantindo um aprendizado criativo e produtor de sujeitos eticamente compromissados com a vida.
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