11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 36 - Gestão do Cuidado, Territorização e Participação Social |
11761 - A PARTICIPAÇÃO SOCIAL E INTEGRADA DA POPULAÇÃO EM RELAÇÃO AO COMBATE ÀS EPIDEMIAS EM ESPAÇOS URBANOS LUCINÉIA CLAUDIA DE TONI AQUINO DA CRUZ - UFMT
Período de Realização da experiência Entre outubro de 2013 e janeiro de 2014.
Objeto da experiência Participação social e abordagem ecossistêmica em saúde
Objetivo(s) O objetivo desse relato é, baseado em uma abordagem ecossitêmica, buscar componentes que sustentem um debate para o eco-bio e social em relações às questões de saúde.
Metodologia Tomando como base as grandes transformações das áreas urbanas e o quanto isso influencia na saúde da população, o relato dessa experiência relaciona-se a população do bairro Jardim Industriário II em Cuiabá-MT e sua participação social no controle da dengue. Foram selecionadas 10 famílias cujas residências estiveram incluídas no projeto de mestrado. Abordando questões sobre o conhecimento popular do vetor, métodos empíricos de controle e a relação eco-bio e social que determina sua proliferação. Buscou-se através de um questionário, determinar uma estratégia integradora de pesquisa e intervenção com enfoque na abordagem ecossistêmica. Em visitas domiciliares, procurou-se integrar, de forma transdisciplinar e dialógica, as concepções individuais de cada participante
Resultados Foi possível observar que esse enfoque pode constituir um acesso concreto na construção de habilidades dos sujeitos para desenvolver ações voltadas na promoção de saúde dentro e fora de uma comunidade. Entretanto, a utilização dessa abordagem contextualizada e participativa para uma busca compartilhada da compreensão sobre as características e consequências da dengue e a incorporação dos saberes no processo de saúde e doença, não foi totalmente definido nesse grupo. A construção coletiva de informações, que possibilitassem a participação efetiva dos atores locais, de forma qualificada na tomada de decisões futuras, também não se configurou de forma concreta. No entanto, foi possível unir conceitos científicos da biologia e ecologia, com o saber popular. Além disso, a pesquisa-ação aplicada no contexto da comunidade foi proveitosa. Ficou evidente, ao final das entrevistas que o conhecimento adquirido pode ser utilizado de forma a transformar uma realidade
Análise Crítica A participação e a inclusão das pessoas, das famílias e grupos comunitários que vivenciam diariamente os problemas de saúde, ambientais e sociais, se torna condição primordial na tomada de decisões e na criação de estratégias de intervenção e controle. Contudo, essa participação não é ativa em todos os setores sendo retraída por modelos tradicionais e reducionistas de gestão. Apesar de que todas as pessoas participantes desse processo, constroem a proposta ecosssiêmica, não existe um rigor metodológico que formate esse conceito. Na prática, é difícil incluir projetos participativos em questões de saúde que necessitam de reposta rápida e imediata como no caso da epidemia de dengue.
Conclusões e/ou Recomendações Essa abordagem, tendo como princípios a transdisciplinariedade e a equidade, o diálogo entre a pesquisa e as políticas públicas, vem contribuir para um pensamento mais crítico na solução de problemas de saúde. Define-se como uma visão aberta e repleta de componentes disciplinares de todos os atores envolvidos nas ações de prevenção e proteção. Transpassa as fronteiras e os limites da comunicação, integrando gestores e sociedade. O saber popular é incorporado ao saber científico, já que todos estão inseridos num mesmo ecossistema.
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