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Grupos Temáticos
12/10/2016 - 10:45 - 12:00 GT 38 - Sabedoria Contando nossas Ações:Documentando a Vida entre Saúde e Ambiente |
11515 - “O QUE NOS MOVE” UM DOCUMENTÁRIO SOBRE A 15ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE DANIELA MUZI - PPGICS/FIOCRUZ, JANINE MIRANDA CARDOSO - PPGICS/FIOCRUZ
Resumo/sinopse A cobertura das conferências nacionais de saúde é geralmente centrada na gravação das plenárias e entrevistas com delegados e autoridades entre uma sessão e outra. Há claro predomínio dos discursos de personalidades do campo da saúde, especialistas, pesquisadores, gestores. Mas quem já participou ou acompanhou um evento como esse sabe que há muita conferência além das plenárias e muitas vozes nem sempre ouvidas.
Acreditando que é preciso mudar o foco – das práticas e formas de expressão há muito arraigadas – realizamos um documentário, produzido pela VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, que mostra as expectativas, tensões, conflitos, os olhares, não olhares, as falas e momentos de silêncio para tentar descobrir “O que nos move” em defesa do SUS.
Tendo como referência o cinema direto, tradição cinematográfica onde o documentarista acompanha a ação sem influenciar na mesma, o filme segue três delegados representantes dos usuários, um em cada dia da 15ª Conferência. Eronides Nicolau, 33 anos, morador da comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro, membro da Associação dos Falcêmicos e Talassêmicos do Rio de Janeiro, portador de anemia falciforme, delegado pelo Rio de Janeiro. Michely Ribeiro da Silva, 29 anos, integrante da Rede Nacional Lai Lai Apejo – Saúde da População Negra e Aids, militante, delegada pelo Paraná. Carlivan Braga, 30 anos, conselheiro municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, cadeirante, delegado pelo Maranhão.
O deslocamento para a Conferência, a participação nas grandes audiências e grupos de trabalho, a conversa durante o almoço, as andanças pelos corredores, a coleta de assinaturas para uma moção, o fim do dia de trabalho – atos e entreatos desse momento ímpar para a participação popular.
Senão bastasse as muitas questões debatidas em uma Conferência Nacional de Saúde, o contexto político entra como tema principal da pauta. Manifestações nas ruas de Brasília abrem o evento que ficaria marcado por outro fato político. No terceiro dia chegou a notícia de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, havia aceitado o impeachment contra a presidente Dilma. Acirram-se os ânimos, sobem os gritos de “Não vai ter golpe”, “Dilma fica, Cunha sai”. Nos corredores rumores de que Dilma viria à Conferência. Arma-se a plenária, mas a emoção de alguns dá lugar à decepção e descontentamento de outros. “Cadê a Conferência?”, diziam faixas e cartazes espalhados pelo Centro de Convenções.
Último dia do evento, Dilma chega pela manhã. Ovacionada pela maioria dos presentes, mas vaiada por um grupo menor. Esse é o som da democracia, diversidade. A Conferência continua de forma protocolar com a plenária final para aprovação dos textos discutidos nos grupos de trabalho. Vida que segue.
Diversos sentidos ecoam do título do filme. Do mais amplo, que se refere à equipe de filmagem e aos delegados que atuam em defesa do SUS, ao mais imediato e literal, que é vencer as barreiras de locomoção, além do próprio movimento que é a participação social e uma conferência.
Um dos desafios do filme foi estabelecer o diálogo com os princípios do SUS em seu fazer e buscar outras formas de expressão mais equânimes, que contribuam para que as vozes menos ouvidas circulem mais. A seleção de personagens representantes de usuários de três diferentes regiões do país e o acompanhamento das suas ações em momentos que vão além dos grupos e plenárias em um formato que não opta pela tradicional entrevista foi o caminho encontrado. Sem um roteiro definido, pudemos acompanhar a ação dos personagens e sermos suscetíveis ao movimento de cada um, o que permitiu à equipe ser menos protagonista e mais coadjuvante nessa narrativa que se apropria da potencialidade da linguagem audiovisual para tratar de um dos princípios mais caros do SUS, a participação social.
O documentário média-metragem O que nos move, com 50 minutos de duração, insere-se na modalidade Artes Visuais/cinema e vídeo do Grupo Temático Ampliando Linguagens. Para a sua projeção será necessário um data show com entrada USB para HD externo, com tela de projeção e caixa de som. Caso este trabalho seja aprovado, pretende-se levar uma versão reduzida do filme, de até 10 minutos. A exibição será precedida de uma apresentação de cinco minutos.
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