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Grupos Temáticos
11/10/2016 - 15:00 - 16:30 GT 39 - Migração e Saúde 02 |
11696 - CARACTERÍSTICAS MATERNAS, ASSISTENCIAIS E DOS RECÉM-NASCIDOS FILHOS DE IMIGRANTES HAITIANAS EM MATO GROSSO ENTRE 2013 E 2015 DELMA RIANE REBOUÇAS BATISTA - UFMT, ANA PAULA MURARO - UFMT
Apresentação/Introdução O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) foi implantado pelo Ministério da Saúde em 1990, sendo este alimentado com base nos dados obtidos da Declaração de Nascidos Vivos (DN), que é composta por 08 blocos de informações: identificação do recém-nascido, local de ocorrência, dados da mãe, dados do pai, gestação e parto, anomalia congênita, preenchimento e cartório. A partir dos dados referidos na DN, é possível avaliar as condições gerais do recém-nascido, situação socioeconômica da mãe e assistência à materno-infantil, tanto no nível primário (assistência pré-natal), quanto no secundário e terciário (assistência ao parto), possibilitando assim, informações substanciais para planejamento de ações posteriores. Desde 2013, o estado de Mato Grosso vem registrando aumento no número de nascimentos de filhos de mulheres de origem haitiana, o que alerta para a necessidade de uma análise das características da saúde materno-infantil deste grupo populacional, que podem encontrar barreiras no acesso aos serviços de saúde, como a linguagem.
Objetivos Caracterizar as características das parturientes e dos nascidos vivos filhos de mães haitianas residentes no estado do Mato Grosso.
Metodologia Foi realizado um estudo descritivo, de corte transversal, de fonte secundária de dados, a partir dos registros dos nascidos vivos filhos de mães de nacionalidade haitiana do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) dos anos de 2013, 2014 e 2015, de nascimentos ocorridos no estado de Mato Grosso. Dentre os oito blocos de informação contidos na DN, foram extraídas informações de cinco deles, sendo: identificação do recém-nascido, local de ocorrência, dados da mãe, gestação e parto e anomalia congênita. As informações da mãe e do recém-nascido foram analisadas utilizando-se as seguintes variáveis: idade materna; grau de escolaridade da mãe, número de consultas de pré-natal, história reprodutiva, tipo de gravidez, tipo de parto, sexo, peso ao nascer (analisada de forma contínua e por faixas de peso), idade gestacional, cor/raça. A análise quantitativa ocorreu por meio do software SPSS (versão 2.0).
Discussão e Resultados Nos anos de 2013, 2014 e 2015, foram registrados 139 nascimentos de filhos de mães de nacionalidade haitiana no estado de Mato Grosso (12, 49 e 78 nascimentos, respectivamente), todos ocorreram em unidades hospitalares, sendo 95 (68,3%) residentes no município de Cuiabá. A faixa etária com maior número de parturientes foi entre 25 a 29 anos, representando 43,9% do total. Dentre as mães, 62,6% possuíam o ensino médio 45,3% foram registradas como em união estável. Quanto à história reprodutiva materna, 52,8% referiram um ou dois vivos e 15,0% tiveram filho morto anteriormente. Mais da metade dos partos (57,9%) ocorreram por via vaginal, sendo 42,0% desses induzidos. No primeiro minuto de nascido, 84,2% das crianças apresentaram APGAR 8 ou superior e após o quinto minuto essa proporção subiu para 94,7%. Menos da metade dos nascimentos iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre gestacional (44,6%) e 55,4% realizaram 7 ou mais consultas. Com relação ao peso ao nascer, 17,3% nasceram com baixo peso (<2.500 gramas). Não foi possível avaliar a proporção de nascimentos por cesárea que ocorreu antes do trabalho de parto iniciar, devido a baixa completude da variável.
Conclusões/Considerações Finais O número de imigrantes haitianos residentes no estado sofreu um aumento gradativo nos últimos anos e, consequentemente, houve elevação na taxa de nascimentos de descendentes diretos. A partir desses dados, observa-se a necessidade de ações de saúde voltadas a essa população, visto que as condições materno-infantis durante a gestação e nascimento influenciam nas características de saúde da criança, principalmente na primeira infância e, por conseguinte, aumenta a demanda para o sistema local de saúde decorrente de problemas de saúde que poderiam ser amenizados de forma preventiva. Na investigação, destacou-se também a baixa cobertura de pré-natal e seu início tardio pelas mães imigrantes haitianas. Desse modo, a Saúde Coletiva pode auxiliar tanto no planejamento de ações que visem a garantia do acesso deste grupo populacional ao sistema de saúde vigente, quanto na emponderação dos mesmos a partir de informações acerca do funcionamento, direitos e deveres da população em relação ao SUS.
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