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Grupos Temáticos

12/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 41 - Gênero e Desafios para o Campo da Saúde

11336 - VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE 2003 E 2014 , CUIABÁ MT
VANJA JUGURTHA BONNA - PREFEITURA MUNICIPAL DE CUIABÁ; UNIC, ALETHÉIA C.FAVINI - UNIC, ANA CLARA C. STORQUIO - UNIC, JULIANA P. REINHEIMER - UNIC


Apresentação/Introdução
A violência contra a mulher se faz presente em nosso meio e é considerada um problema de saúde pública pela OMS. Por isso, em 2006 foi criada a Lei Maria da Penha, que visa a proteção feminina. Foi realizado levantamento de dados através de questionários na UBS Novo Paraíso II entre setembro e outubro de 2014, para comparação entre dados colhidos no mesmo local e período de 2003, e verificar se houve diferenças após a promulgação da Lei. Constatou-se que houve uma diminuição de 17% no índice de mulheres agredidas, mas que ainda se mantem em 40%, considerado elevado. Na maioria das vezes, o agressor era o companheiro, estava alcoolizado, tendo prevalecido a violência verbal. A maioria não denuncia por vergonha, sendo que 96% relatam conhecer a lei e 81% dizem se sentir mais seguras. Concluímos que, apesar da diminuição nos índices, ainda há necessidade de mais esforços do poder publico e também dos profissionais de saúde na orientação e encorajamento dessas mulheres agredidas.


Objetivos
Esse trabalho foi realizado com intuito de avaliar a violência contra a mulher antes e depois de sancionada a Lei Maria da Penha, além de conhecer a realidade atual. Para isso foi utilizado um trabalho anterior, realizado no mesmo bairro ,no ano de 2003para que fosse realizada a comparação entre os resultados.


Metodologia
Foi realizado levantamento de dados entre os meses de setembro e outubro do ano de 2014, através de questionário , impresso contendo 11 perguntas objetivas. Sendo respeitada a privacidade no momento da resposta, não sendo possivel a identificação das usuárias. As entrevistadas eram mulheres com idade mínima de 16 anos. No total foram 67 questionários respondidos e duas recusas, sendo excluídos outros dois devido impossibilidade de interpretação das respostas obtidas. Após os resultados foram comparados com o estudo realizado em 2003.


Discussão e Resultados
Do total de 67 questionários obtidos , 40% afirmam ter sofrido algum tipo de violencia , sendo que dessas 53% afirmam ter sido de forma verbal , 38% física e 9% sexual O agressor em 79% dos casos era marido ou companheiro e seu estado de consciência em 52% era alcoolizado. Das vitimas somente 36% apresentaram denúncia e dentre as que não apresentaram 75% relataram vergonha ser o principal motivo. Apesar da Lei Maria da Penha ter sido sancionada em 2006, dentre as entrevistadas, 4% negaram conhecimento sobre a lei. Em comparação com estudo anterior, realizado em 2003, notou-se uma diminuição de 17% no índice de relato de violência contra a mulher, e a verbal manteve-se como principal forma seguida pela física e sexual O agressor, em ambos os levantamentos, foi relatado como sendo o marido ou companheiro na maioria dos casos. Referente ao estado de consciência do agressor, no presente estudo mostrou-se os alcoolizados como sendo os maiores agressores, já no estudo anterior, a maior porcentagem era representada pelos sóbrios., isso talvez decorra em decorrência da lei A omissão foi grande em ambos os estudos (78% e 64%respectivamente), apesar de notar-se uma redução de 14%.




Conclusões/Considerações Finais
Nesse estudo, concluímos que a taxa de violência contra a mulher mantém-se elevada, alcançando um índice de 40%, porém, com uma diminuição de 17% nos últimos 11 anos. Apesar desta amostra ser restrita e os dados obtidos devem ser avaliados levando em conta os níveis culturais, sociais e econômicos, e o papel que a mulher exerce dentro da comunidade onde vive. Porém, essa diminuição pode ser devido a uma mudança do papel da mulher dentro da sociedade além da intimdação que a Lei Maria da Penha exerce perante o agressor. Porém, ainda muito longe do que se almeja, provavelmente devido a cultura machista da nossa sociedade e a omissão das mulheres em denunciar. Cabe ao poder público implementar medidas mais eficazes para a proteção da mulher, facilitando a efetivação das denúncias, assim como introduzir na escola essa discussão,.E a nós, profissionais da saúde principalmente da atenção básica, cabe orientá-las quanto aos seus direitos e deveres como mulher e cidadã.


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