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Grupos Temáticos

10/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 33 - Desigualdades em Saúde: Cor/Raça e Gênero

11287 - CONDIÇÕES DE VIDA E MORTALIDADE POR DOENÇA FALCIFORME EM SALVADOR-BAHIA
JULIANA OLIVEIRA FIGUEIREDO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, CLARICE SANTOS MOTA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, TAIA CAROLINE NASCIMENTO FERNANDES - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, JESSIDENES TEIXEIRADE FREITAS MENDES LEAL - FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU


Apresentação/Introdução
O processo saúde-doença-cuidado é bastante complexo e envolve múltiplas dimensões, dentre as quais vale reconhecer a preponderância do aspecto social nas condições de saúde de uma população. Isso pode ser percebido de diversas formas: nos coeficientes de morbimortalidade, na expectativa de vida de uma determinada população, nos hábitos de higiene e cuidado com a saúde, na forma como os indivíduos vão conceber a saúde e lidar com a doença, na forma como o sistema se articula em cada contexto social etc. Na doença falciforme (DF), o processo saúde-doença-cuidado é regido por fatores hereditários, biológicos e ambientais, e sofre também a interferência do meio social, das desigualdades de gênero, raça/etnia e classe, que consequentemente comprometem os considerados fatores adquiridos. Além dos fatores ligados à hereditariedade, a perda de qualidade de vida causada pela discriminação e pelas condições socioeconômicas desfavoráveis se relaciona com os valores mais elevados dos indicadores de morbimortalidade.


Objetivos
Este estudo buscou descrever e analisar as condições de vida e saúde das pessoas com doença falciforme residentes no município de Salvador, Bahia.


Metodologia
Foi realizado um estudo exploratório do tipo ecológico espacial, com dados secundários, de domínio público, disponíveis no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram descritas as características epidemiológicas dos óbitos por DF em Salvador e a distribuição dos casos entre os Distritos Sanitários do município. O Índice de Condição de Vida (ICV) foi utilizado para medir as condições de vida nos distritos sanitários e bairros do município. Realizou-se também, revisão de literatura dos estudos que abordam a relação entre condições de vida e doença falciforme.


Discussão e Resultados
Os resultados demonstram que, os bairros com as piores condições de vida apresentaram altos valores dos indicadores de mortalidade. Estudos atuais têm comprovado a relação entre DF e condições de vida. Ebrahim et al (2010) afirmam que em países com pouco recurso, a mortalidade entre as crianças com DF é elevada, e que, ainda hoje, a maioria das crianças em países com poucos recursos não tem se beneficiado dos muitos avanços no tratamento e cuidado voltados às pessoas com DF que são disponíveis para aquelas em países desenvolvidos. No Brasil, pessoas com a doença ainda morrem antes de completarem dez anos de idade. Os valores dos indicadores de mortalidade foram mais elevados entre as pessoas negras, o que ressalta a variável raça/cor como um indicador de iniquidades. Existem poucos estudos no país que contemplam a caracterização do perfil sócio demográfico de pessoas com DF, a maioria aborda os aspectos clínicos e genéticos da doença. Entretanto, os que existem, revelam que o perfil sócio demográfico dessa população é constituído por maioria de negros, jovens, com baixo grau de escolaridade e renda.


Conclusões/Considerações Finais
A informação sobre o agravo é crucial para o autocuidado e o manejo de uma condição crônica como a DF. Igualmente importantes, os dados epidemiológicos, organizados por município e por estado, permitem planejar políticas de saúde e alocar recursos de acordo com a demanda. Os resultados desta pesquisa indicaram que as condições de vida e trabalho das pessoas com doença falciforme estão fortemente relacionadas com a situação de saúde desta população. Portanto, as condições socioeconômicas e educacionais desfavoráveis, bem como a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, direciona para necessidade de implementar as políticas públicas já existentes. Salienta-se a urgência de ações e práticas intersetoriais, tendo em vista, que apenas o campo da saúde não dará conta de responder todas as questões que envolvem as condições de vida e saúde das pessoas com DF.


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