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12/10/2016 - 15:00 - 16:30
GT 16 - Corpo, Cuidado em Saúde, Identidades e os Marcadores da Diferença

11309 - A PRESCRIÇÃO MÉDICA DA PÍLULA ANTICONCEPCIONAL: UM CAPÍTULO DA HISTÓRIA DA ANTICONCEPÇÃO HORMONAL NO BRASIL
FRANCINE EVEN DE SOUSA CAVALIERI - FSP-USP, ANNA LETYCIA MAFFRA OTTONI - FSP-USP, CRISTIANE DA SILVA CABRAL - FSP-USP


Apresentação/Introdução
A pílula anticoncepcional foi desenvolvida em um período de transformação do papel social da mulher, com aumento da escolaridade e maior presença feminina no mercado de trabalho. A partir de sua criação, a pílula foi gradualmente se inserindo no cotidiano das mulheres em diferentes países do mundo. No Brasil, sua utilização dá-se partir dos anos 1962 quando é incorporada à prática de médicos ginecologistas brasileiros que passam a prescrevê-la às mulheres como método contraceptivo.
O uso da pílula anticoncepcional pode ser compreendido como uma forma de medicalização do corpo feminino (VIEIRA, 2002), um exemplo de regulador e gerenciador de aspectos da reprodução humana (MANICA, 2003). Atualmente, sua função anovulatória é utilizada para outros fins que não o anticoncepcional, o que também a caracteriza como uma “droga de estilo de vida” entre mulheres que optam pelo seu uso para alterar seu ciclo hormonal (NUCI, 2012). A utilização por grande parte das mulheres atualmente, seja como contraceptivo, como medicamento ou signo de estilo de vida caracteriza sua singularidade e todos os elementos envolvidos no seu uso.



Objetivos
Compreender como a prescrição da pílula anticoncepcional é inserida na prática médica nos anos 1960, identificando os principais argumentos utilizados para produção da sua aceitabilidade enquanto método ideal e oportuno para o controle da fecundidade.


Metodologia
Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, que está sendo desenvolvido em duas etapas: a primeira foi realizada por meio de pesquisa documental através da análise da revista médica intitulada: “GO- Revista de Atualização em Ginecologia e Obstetrícia” publicada mensalmente a partir dos anos 1967.
A segunda etapa da pesquisa está sendo realizada através de entrevistas individuais com médicos ginecologistas que estiveram exercendo profissionalmente essa especialidade na década de 1960. O material gravado está sendo transcrito na íntegra para posterior leitura e análise, de acordo com a orientação dos conceitos teóricos metodológicos deste estudo.



Discussão e Resultados
As revistas médicas aparecem no cenário brasileiro como importante veículo de informação sobre a utilização de hormônios sintéticos, e propriamente a pílula. Nos primeiros números da “GO” são publicados diversos artigos científicos oriundos de pesquisas internacionais relacionados a anticoncepção hormonal feminina. O volume de propagandas farmacêuticas da pílula como anovulatório é notavelmente crescente a cada edição da revista. E, não raro, aparece nos artigos e nas propagandas veiculadas a importância do médico para garantir a segurança e eficácia do uso da pílula através da sua orientação e prescrição, contribuindo para as mudanças sociais em curso e a boa gestão dos tamanhos das famílias e (controle do) crescimento populacional.


Conclusões/Considerações Finais
Compreender como a pílula começa a ser indicada/prescrita como método anticoncepcional comporá uma parte da história da disseminação e uso crescente da pílula anticoncepcional no país. Trata-se de um esforço conjunto que vem sendo realizado com outras pesquisas, também de caráter qualitativo, que reúne diversos materiais históricos e distintos atores (médicos, mulheres, farmacêuticos, propagandistas, etc.) envolvidos na promoção e disseminação da pílula como método mais eficaz e oportuno para gestão da fecundidade. A análise da narrativa dos médicos prescritores tornará possível compreender as perspectivas destes profissionais atuantes na década de 1960, e contribuir para as discussões a respeito das tramas entre a lógica individual e o cenário político subjacentes à aceitabilidade deste método.


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